sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Garoto de nove anos cria biblioteca e ganha livros em Divinópolis


BIBLIOTECA DO LIVRO DIVINÓPOLIS (Foto: TV Integração/Reprodução)Uma biblioteca criada pelo estudante Luiz Fernando, de apenas nove anos, em Divinópolis, ganhou novos livros. O jovem conseguiu ajuda após a exibição de uma reportagem sobre o projeto no programa Bem Viver, na TV Integração, afiliada da Rede Globo. Todos os livros vão ocupar um espaço especial na biblioteca, que agora fica na entrada da casa. Com as doações, o menino vai ampliar os empréstimos e aumentar as carteirinhas.

Luiz conta que o objetivo é ampliar a biblioteca e conseguir novos leitores. “Quero aumentar minha biblioteca. Quero uma biblioteca como a municipal, cheia de pessoas, com vários livros de vários escritores”, afirmou.
Apaixonado por literatura, ele quis incentivar os outros a também tomarem gosto pelas palavras. Um desses adeptos é Carlos Eduardo Silva, de 13 anos. Ele afirma que não tinha gosto pela leitura, até saber da biblioteca de Luiz. “Não gostava muito de ler, mas o Luiz me incentivou. Minha leitura era ruim, mas peguei um livro com ele e consegui melhorar”, explicou.
Cativada pela iniciativa, a dona de casa Denise Chaves Silva Palhares abraçou a ideia e arrecadou quase 300 exemplares. “Quando as pessoas viram a história da biblioteca, elas ficaram inspiradas. Chamei minhas amigas e conseguimos bastante livros”, afirmou.
A iniciativa de Denise ainda incentivou o filho, João Vitor Palhares, de oito anos, que doou alguns gibis. “Gosto muito de gibis e desde o segundo ano minha professora nos incentivava a ler. Aí falei com minha mãe para juntarmos livros e doar para o Luiz”, contou.
Com tantas obras, o estudante vai precisar de mais espaço. A família já providencia estantes novas. “É um presente maravilhoso para uma mãe. Sei que ele está muito contente e explodindo de alegria, além de aumentarmos a biblioteca. Coisa que ele queria”, observou a mãe de Luiz, Rosana Maria da Silva.Luiz ainda conseguiu arrecadar exemplares importantes da literatura, filosofia e sociologia de Uberlândia. O presente é do filósofo Dênnys Xavier, que mandou até uma carta para o jovem. “O que achei legal na iniciativa, é que ele aprendeu que livro gosta de ser lido e folheado. Ficamos cheio de dedos para falar de leitura, apenas nos preparando para ler, mas o livro tem que ser folheado. E ele aprendeu isso cedo. Achei isso extraordinário”, destacou.
Fonte: www.g1.globo.com em 14.11.2014

Palestra Gratuita Prazo de Guarda de Documentos


O que fazer com grande quantidade de papéis acumulada na empresa durante o ano? Trinta anos atrás, quando a revolução informática ainda estava engatinhando, os visionários previam que os computadores iriam limpar as mesas dos escritórios. A se acreditar neles, o desenvolvimento de arquivos magnéticos e planilhas eletrônicas acabaria com as pilhas de papel. Mais recentemente a explosão do e-mail e da internet deu a alguns a ilusão de que o papel se tornaria um artigo quase invisível no escritório.

Nos últimos cinqüenta anos, o consumo de papel, cresceu seis vezes, Na próxima década, vai aumentar mais 32%, alimentado principalmente pelo apetite das máquinas de fax,  impressoras e copiadoras que se multiplicaram nos escritórios do mundo todo. Máquinas mais baratas e mais rápidas incentivam o uso do papel.

Assim como eu, nenhuma outra pessoa vive sem papel. A tantas vezes prevista sociedade sem papel não aconteceu e nunca vai acontecer.

O que fazer com a grande quantidade de papéis acumulada durante o ano? Antes de tomar decisão procure a orientação especializada para saber o que deve ser arquivado e o que pode ser eliminado. Um procedimento incorreto pode resultar em multas e na perda de informações estratégicas.

A mesma lei que cria um mar de burocracia, também "brinda" com possibilidades de, em determinado período, se ver livre de uma pilha de documentos que, então, nada mais serve do que ocupar preciosos espaços.

Portanto, é de fundamental importância, que as empresas implantem a Tabela de Temporalidade Documental / TTD, que é uma relação de itens documentais, separada por Departamento, com a definição do tempo de arquivamento, avaliando para cada item documental, o seu valor administrativo, técnico, legal e histórico.

Com o acompanhamento do vai-e-vem da legislação brasileira, esta Tabela representa para cada departamento da empresa, uma ordenação de sua produção documental, com a identificação de documentos que devem ter tempo de guarda específicos, possibilitando a distinção entre os documentos de guarda temporária dos de guarda permanente, originando-se a eliminação da papelada inútil com a conseqüente liberação de espaços.

A TTD possibilita um armazenamento disciplinado, possibilitando um critério na seleção de documentos, evitando o desconhecimento das potencialidades que um acervo arquivístico apresenta enquanto fonte de informação gerencial e fonte de informação sobre a história da organização.


Este importante instrumento, a TTD, para que continuamente gere maior agilidade nas empresas, deve ser sistematicamente atualizada.

Esta palestra tem como objetivos, esclarecer aos participantes a importância da guarda dos documentos das áreas Fiscal, Contábil, Recursos Humanos, Administrativa e Técnica, e, orientar quanto a eliminação dos mesmos com segurança, para aqueles que a legislação permite, garantindo tranqüilidade a empresa, evitando prejuízos desnecessários, diminuindo o volume de documentos e aumentando o espaço, implantando
a Gestão de Documentos com Qualidade.

Você poderá participar desta palestra gratuitamente, inscreva-se em http://goo.gl/Imbbze

Tesauro Brasileiro de Ciência da Informação

APRESENTAÇÃO
Por Emir José Suaiden - Diretor do IBICT (de 30/06/2005 a 04/09/2013)
A recuperação da informação foi e continua sendo questão central na ciência da informação, desde o seu surgimento como campo científico até hoje. Com os avanços da ciência e tecnologia e a era da sociedade da informação, a Internet e a proliferação vertiginosa de informações, os tesauros são instrumentos essenciais na busca e acesso à informação. A consistência, precisão e relevância da informação constituem qualidades básicas nesse processo e dependem principalmente de tesauros.
Entre os poucos tesauros de ciência da informação existentes no mundo, ressaltamos o dos Estados Unidos, da hoje Association for Information Science and Technology - ASIS&T, anteriormente American Society for Information Science and Technology, o ASIS&T Thesaurus of Information Science, Technology and Librarianship, na terceira edição, de 2005, editado por Alice Redmond-Neal e Marjorie M. K. Hlava.
Instrumento fundamental para consistência de terminologia e de vocabulário de determinado campo do conhecimento, o Tesauro Brasileiro de Ciência da Informação tem ampla aplicação não somente para indexadores, como também pesquisadores, professores e profissionais de informação em geral.
O Ibict devia essa obra àqueles que lidam com as questões de linguagem documentária, uma vez que a iniciativa da construção de um tesauro em ciência da informação, de 1989, não chegou a ser publicada, ficou restrita ao uso interno e não teve continuidade.
Uma obra dessa grandeza exige conhecimento da área, experiência e árduo esforço teórico e conceitual de muitos anos de dedicação. Coube à Lena Vania Ribeiro Pinheiro, pesquisadora e professora do Ibict, enfrentar esse desafio, com a colaboração de Helena Dodd Ferrez, autora principal do tesauro para acervos museológicos.
Na elaboração do tesauro, as autoras contaram com a colaboração de pesquisadores e professores, bem como técnicos de ciência da informação, com os quais mantiveram diálogos produtivos, que muito contribuíram para a feitura desse instrumento. Importantes também foram as fontes às quais recorreram, como outros tesauros e dicionários, todos identificados nesta publicação.
Com muito orgulho, o Ibict lança este tesauro, englobando cerca de 1.800 termos, a maioria com versão em inglês e espanhol, complementados por definições, na expectativa de que oTesauro Brasileiro de Ciência da Informação assuma um papel central na recuperação da informação no Brasil e em países lusófonos.
Fonte: www.ibict.br

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Prazo para cobrar valores não depositados do FGTS prescreve em cinco anos



BRASÍLIA - Por oito votos a dois, o Supremo Tribunal Federal (STF) mudou sua
 jurisprudência e decidiu nesta quinta-feira que prescreve em cinco anos, e não 
mais em 30, o prazo para que o empregado possa cobrar do empregador valores 
não depositados do FGTS. Ou seja, o trabalhador pode reclamar do que não foi 
pago até cinco anos antes. Caso tenha deixado a empresa, continua valendo a 
regra de ir à Justiça em no máximo dois anos depois do fim da relação de trabalho. 
A decisão tomada diz respeito a uma ação que opõe o Banco do Brasil e uma
 funcionária, mas tem repercussão geral, ou seja, juízes de outros tribunais ficam 
obrigados a tomar a mesma decisão em processos semelhantes.
Menos tempo para guardar a guia, mais espaço no arquivo.

O Banco do Brasil recorreu ao STF contra decisão do Tribunal Superior do 
Trabalho (TST), segundo a qual o prazo de prescrição para a cobrança de 
valores não depositados do FGTS é de 30 anos. No recurso, a instituição
 financeira alegou que a prescrição em 30 anos está prevista em uma lei 
e em um decreto de 1990. Mas destacou que, a Constituição, no artigo 7º,
 estabelece outra coisa: é direito do trabalhador ingressar com "ação, 
quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo
 prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais,
 até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho".
O relator, ministro Gilmar Mendes, afirmou que os trechos da lei 
e do decreto questionados pelo banco são inconstitucionais 
Ele também propôs uma modulação da decisão, ou seja,
 determinando que os efeitos dela passem a valer daqui 
para a frente. Para casos passados, o prazo vai variar de 
acordo com a situação. Por exemplo: se já se passaram 
27 anos desde o período em que o FGTS deixou de ser 
depositado, o empregado poderá cobrar os valores em
 até três anos, completando o prazo de 30 anos.
 Por outro lado, se o depósito deixou de ser feito h
á 23 anos, o prazo se encerrará daqui a cinco anos
, mesmo faltando sete para alcançar os 30 anos.
— Entendo que, no caso, o princípio da segurança jurídica
 recomenda que seja mitigado o princípio da nulidade da
 lei inconstitucional, com a consequente modulação dos
 efeitos da presente decisão, de modo a resguardar as
 legítimas expectativas dos trabalhadores brasileiros, as 
quais se pautavam em manifestações, até então 
inequívocas, do tribunal competente para dar a última palavra sobre
 a interpretação da Constituição (STF) e da corte responsável pela
 uniformização da legislação trabalhista (TST) - afirmou Gilmar Mendes.
Votaram com Gilmar Mendes os ministros Luís Roberto Barroso, 
Luiz Fux, Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Celso de Mello e 
Ricardo Lewandowski. O ministro Marco Aurélio também 
entendeu que a prescrição deve ocorrer em cinco anos,
 mas se manifestou contrariamente à modulação.
— O prazo de 30 anos parece excessivo e desarrazoado, o que 
compromete, no meu ver, o princípio da segurança jurídica - 
disse Barroso, acrescentando: — Por fim, 30 anos é o prazo 
máximo para privação de liberdade no direito brasileiro. 
Nem mesmo crimes graves, com pena privativa de 
liberdade superior a 12 anos, têm prazo prescricional tão alargado. 
O maior prazo prescricional no Código Penal é de 20 anos, 
podendo ser aumento em um terço se o condenado for reincidente. 
A previsão de um prazo tão dilatado eterniza pretensões no tempo e 
estimula a litigiosidade, problema que já se tornou crônico no 
Brasil em prejuízo da necessária estabilização das relações jurídicas.
 Nenhuma dívida pecuniária deveria poder ser cobrada 30 anos depois 
de seu inadimplemento - disse Barroso.
Discordaram do relator os ministro Teori Zavascki e Rosa Weber. 
Teori entendeu que o FGTS não pode ser considerado como parte dos 
"créditos resultantes das relações de trabalho", cuja cobrança é prevista no
 artigo 7º da Constituição. Segundo ele, trata-se de uma relação entre
 o próprio fundo e o empregador, sem envolver diretamente o empregado. 
Assim, não há restrição para o prazo de prescrição de 30 anos. Já Rosa 
Weber disse que, em razão do desequilíbrio de forças entre empregador
 e empregado, deve ser aplicada a norma mais favorável ao lado mais frágil.
Mesmo decidindo que o prazo de prescrição é de cinco anos, a proposta de 
modulação levou o STF a negar o recurso do Banco do Brasil. 
O único que votou favoravelmente ao recurso foi Marco Aurélio. 
A Justiça Trabalhista havia entendido que a instituição 
financeira deixou de depositar os valores correspondentes ao 
FGTS de sua funcionária entre 2001 e 2003.
Fonte: www.msn.com em 13.11.2014

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Quanto vale a sua informação?

Celso Souza *

Vivemos em um mundo competitivo, marcado por constantes mudanças e inovações. Hoje em dia, basta apenas um segundo para uma empresa perder a liderança de mercado por uma falha em seu sistema de segurança. Nunca foi tão verdadeira a premissa de que uma informação estratégica, dentro da corporação, é mais valiosa do que todos os seus bens materiais somados. Realizar uma gestão de riscos corporativos e incorporar soluções de segurança em todos os processos são, portanto, ações essenciais para proteger a imagem de uma companhia e garantir o seu crescimento.
Um estudo da consultoria IDC estima que o custo das empresas brasileiras para diminuir os estragos causados pelo roubo de dados será de US$ 5,6 bilhões em 2014. Já um levantamento da Symantec apontou o Brasil como o país da América Latina que mais sofreu ataques cibernéticos em 2013. Os números assustam e revelam que, apesar de há muito debatida, a segurança da informação ainda é vista como uma despesa e não como um componente essencial na estratégia de negócios de uma companhia.
Um dos métodos que pode auxiliar os empresários a reverter esse cenário, e que tem sido cada vez mais adotado no mercado, é a criptografia. Utilizada desde a antiguidade para garantir a privacidade das comunicações militares, a técnica protege as informações transmitidas e armazenadas por meio da codificação, ou seja, ela “embaralha” o conteúdo da mensagem, de modo que ele só possa ser lido por quem tem a chave correta para “desembaralhá-lo”. A cobertura da proteção é extensa: senhas, dados financeiros, backup, devices, e-mails, transações bancárias, entre outros. Além disso, a criptografia pode ser usada tanto para proteger dados armazenados (no computador, celular ou na nuvem) como informações transmitidas pela rede, com ou sem fio.
No entanto, de nada vale a criptografia se suas chaves forem geradas, utilizadas ou mesmo armazenadas de forma incorreta. Dessa forma, as operações envolvendo as chaves de segurança devem ocorrer em ambientes altamente seguros e com bom poder de processamento, o que garante agilidade no acesso às informações pelos usuários. Uma das soluções que atendem a essas características é o Hardware Security Module (HSM). Além de permitir o gerenciamento do ciclo de vida da chave criptográfica, o produto oferece assinatura e certificação digital e total integridade, inviolabilidade e sigilo das informações.
Outro ponto a ressaltar quando discutimos proteção de dados é a importância do estabelecimento de uma política interna de segurança voltada a funcionários e parceiros. Pesquisa realizada pela PwC Brasil com 9.600 companhias, 700 delas brasileiras, revelou que a maioria dos entrevistados atribui incidentes de segurança a “inimigos” internos conhecidos, como funcionários ativos (31%) ou ex-funcionários (27%). Além disso, os registros de funcionários (35%) e de clientes (31%) lideram a lista de categorias de dados comprometidos no levantamento. É necessário que a empresa invista em treinamentos educacionais, visando mostrar ao usuário como utilizar os recursos tecnológicos de forma segura e eficaz. Vale ainda implementar medidas que controlem atividades que possam expor dados confidenciais a pessoas não autorizadas. Regras para armazenamento, impressão e encaminhamento de documentos digitalmente são alguns exemplos.
Garantir a proteção da informação é um desafio diário, mas não impossível. O segredo é estar atento às mudanças que ocorrem no mercado e à chegada de novas tecnologias, principalmente com o crescente desenvolvimento da computação móvel e da Internet das Coisas. Estar atualizado tornou-se, portanto, uma condição primordial para identificar novas ameaças digitais e aplicar os controles necessários para evitá-las.

(*) Celso Souza é COO da Dinamo Networks
    Fonte: www.cio.com.br em 12.11.2014

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Três línguas são reconhecidas como Referência Cultural

As línguas Talian, Asurini do Trocará e Guarani Mbya são as primeiras reconhecidas como Referência Cultural Brasileira pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Elas agora passam a fazer parte do Inventário Nacional da Diversidade Linguística (INDL).
Essas línguas e os representantes de suas comunidades serão homenageados durante o Seminário Ibero-americano de Diversidade Linguística, que vai acontecer em Foz do Iguaçu (PR), entre os dias 17 e 20 de novembro.
O Talian é utilizada por uma parte da comunidade de imigração italiana, na Região Sul do Brasil, sobretudo nos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. A língua é falada desde que os italianos começaram a chegar ao País, no final do século XIX. Há municípios desses estados nos quais o Talian é língua co-oficial. Ou seja, detém relevância tanto quanto a língua portuguesa.
Asurini do Trocará ou Asurini do Tocantins é a língua falada pelo povo indígena Asurini, que vivem as margens do Rio Tocantins, no município de Tucuruí (PA). A língua pertence à família linguística Tupi-Guarani.
Guarani Mbya é uma das três variedades modernas da Língua Guarani, juntamente com o Nhandeva ou Ava Guarani e o Kaiowa. A língua Guarani Mbya é uma das línguas indígenas faladas no Brasil, ocupando uma grande faixa do litoral que vai do Espírito Santo ao Rio Grande do Sul, além da fronteira entre Brasil, Bolívia, Paraguai e Argentina. Os Guarani representam uma das maiores populações indígenas do Brasil. Estão distribuídos por diversas comunidades.
Seminário Ibero-americano de Diversidade Linguística 
O evento vai discutir políticas públicas para a preservação e promoção da diversidade linguística dos países Ibero-americanos. O objetivo do encontro é possibilitar a reflexão sobre as experiências e iniciativas desenvolvidas pelos países, como a política brasileira para a diversidade linguística.
Além das ideias citadas, a iniciativa também busca propiciar um espaço de levantamento, sistematização e análise de experiências e iniciativas voltadas à promoção do espanhol e do português como segundas línguas dos países Ibero-americanos, assim como nos Estados Unidos, Canadá, Caribe e África Lusófona.
Durante o Seminário, vão ocorrer ainda os seguintes eventos:  Encontro de Autoridades Ibero-Americanas sobre Políticas Públicas para a Diversidade Linguística, reunindo representantes de todos os países que integram a comunidade ibero-americana, e o Fórum Línguas, Culturas e Sociedades, organizado pela Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA).
O evento é uma parceria do Iphan e do Ministério da Cultura com a Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA). Essa é primeira edição do encontro. A cidade de Foz do Iguaçu foi escolhida para sediar o evento por estar na fronteira do território linguístico do português, espanhol e das línguas minoritárias faladas no espaço ibero-americano.
INDL
Para que uma língua seja reconhecida e passe a fazer parte do Inventário Nacional da Diversidade Linguística (INDL), ela precisa ser falada em território nacional há, pelo menos, três gerações, o marco temporal é em torno de 75 anos.
O objetivo do Inventário é associar a expressão linguística à sua comunidade de referência e valorizar a expressão enquanto aspecto relevante do patrimônio cultural brasileiro.
Para fazer é solicitação, é necessário que a comunidade encaminhe o pedido de inclusão no INDL para o Iphan. O pedido é analisado por uma comissão técnica formada por representantes dos seguintes ministérios: Ministério da Cultura, Educação, Ciência Tecnologia e Inovação, Justiça e Planejamento. Se esses representantes decidirem pelo reconhecimento, o processo segue para a sanção da Ministra da Cultura.
Fonte: Portal Brasil em 11.11.2014

BNDES e Ancine vão financiar digitalização de salas de cinema em todo o país


Cinema

Os créditos serão concedidos pelo banco por meio da linha de digitalização do Programa Cinema Pncine.erto de Você, uma iniciativa conjunta do BNDES, Ministério da Cultura, Ancine e FSA para ampliar o mercado interno de cinema e acelerar a implementação e modernização de salas no Brasil.

Rio de Janeiro – O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Agência Nacional do Cinema (Ancine) aprovaram um financiamento de R$ 123,3 milhões à empresa Quanta DGT, do Grupo Telem, para que 770 salas de cinema de exibidores nacionais possam migrar para o novo padrão tecnológico digital. De acordo com nota divulgada hoje (10) pelo BNDES, os recursos são oriundos do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), administrado pela 
A operação visa a possibilitar a migração do parque exibidor cinematográfico brasileiro para o padrão digital, pois a partir de 2015 os principais distribuidores de filmes deixarão de comercializar cópias em película de 35 milímetros (mm), passando a operar apenas com a nova tecnologia. Com isso, se tornará inviável o funcionamento de salas de cinema não digitalizadas.
O financiamento abrange não apenas grandes grupos, mas também os pequenos exibidores. Segundo o BNDES, do valor total de R$ 123,3 milhões, cerca de R$ 2,7 milhões são recursos não reembolsáveis para exibidores com até quatro salas, facilitando o acesso à digitalização aos grupos e salas de menor porte.
Além da redução dos custos operacionais, o projeto permitirá a produção de receita adicional para os exibidores, que poderão reduzir a ociosidade e aumentar a taxa de ocupação de salas. Com a adoção do padrão tecnológico digital, eles poderão exibir shows, espetáculos, eventos esportivos e corporativos ao vivo. A operação prevê também a capacitação de projecionistas na nova tecnologia.


Segundo dados da Ancine,  o parque exibidor brasileiro tem hoje um total de 2.800 salas, das quais cerca de 60% estão digitalizadas. A agência estima que até o fim do ano a digitalização alcance 80% do parque e que o processo seja concluído nos primeiros meses de 2015.

Fonte: www.redebrasilatual.com.br em 11.11.2014

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Pesquisa Nacional de Acessibilidade em Bibliotecas Públicas é prorrogada

Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas (SNBP) e a organização da Sociedade Civil Mais Diferenças (MD) adiaram o prazo para a participação na pesquisa nacional online de acessibilidade em Bibliotecas Públicas. Agora, o questionário pode ser respondido até o dia 15 de dezembro.

A pesquisa traz perguntas sobre os mais diferentes aspectos de acessibilidade e inclusão de pessoas com deficiência nas bibliotecas, a exemplo de características da arquitetura, acervo, capacitação técnica, atendimento dos usuários, comunicação, sinalização, etc.

Os dados cadastrais, bem como as informações prestadas, ficarão armazenados em ambiente seguro, sob os cuidados do SNBP, e serão utilizados para a realização do Diagnóstico Nacional de Acessibilidade em Bibliotecas Públicas.

De acordo com a coordenadora do Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas, Wilma Nóbrega, é importante que todas as bibliotecas públicas do estado atualizem o cadastro. “Com essa contribuição, o SNBP desenhará diretrizes nacionais para as políticas públicas de acessibilidade nas bibliotecas públicas brasileiras”, explica Wilma.

Para responder a pesquisa, basta acessar o formulário no endereço eletrônico http://goo.gl/zjyM5D.

Fonte: www.aquiacontece.com.br em 10.11.2014

Unesco lança biblioteca científica gratuita para estudantes

Miguel Medina/AFP
Unesco
Unesco: objetivo é "dar acesso a estudantes do mundo inteiro, sobretudo nas regiões mais pobres, às informações mais recentes sobre a ciência"
Da EFE


Paris - A Unesco anunciou nesta segunda-feira o lançamento de uma biblioteca científica, de forma gratuita e multilíngue, a estudantes de todo o mundo, além da comunidade científica, por ocasião da jornada mundial da ciência ao serviço da paz.
Este instrumento, batizado como Biblioteca Mundial de Ciência (WLoS, por sua sigla em inglês), conta com a parceria e patrocínio da revista científica "Nature" e do laboratório farmacêutico "Roche", indicou em comunicado a Agência da ONUpara a Educação, Ciência e Cultura (Unesco).
Seu objetivo é "dar acesso a estudantes do mundo inteiro, sobretudo nas regiões mais pobres, às informações mais recentes sobre a ciência".
Além disso, "os estudantes terão também a possibilidade de compartilhar suas experiências e lições através de debates com outros estudantes em um contexto de ensino compartilhado".
Por enquanto, a WLoS conta com mais de 300 artigos de referência, 25 livros e mais de 70 vídeos, cedidos pela "Nature".
"O mundo necessita de mais ciência e cientistas para enfrentar os desafios atuais", indicou a diretora geral da Unesco, Irina Bokova, que pediu "uma educação científica mais apropriada e acessível".
Com este instrumento, a Unesco pretende favorecer a igualdade de oportunidades, melhorar a qualidade do ensino, reforçar a ciência e a educação, promover o uso de conteúdos educativos de livre acesso e fomentar a criação de comunidades de estudantes e docentes.
Fonte: www.exame.com.br

domingo, 9 de novembro de 2014

Escolas públicas de Petrópolis, RJ, ganham bibliotecas comunitárias

Duas unidades foram contempladas com o projeto “Vamos Todos Ler”. Iniciativa foi através da parceria entre Instituto Oldemburg e Prefeitura.

Do G1 Região Serrana
Escolas públicas de Petrópolis ganham bibliotecas comunitárias (Foto: Divulgação/Ascom PMP)A inauguração foi nesta sexta com a presença do
prefeito Rubens Bomtempo e da diretora executiva
do instituto, Cristina Oldemburg (Foto: Divulgação/
Ascom PMP)
Duas escolas da rede municipal de ensino de Petrópolis, na Região Serrana do Rio, foram contempladas com 'Salas de Leitura', com mil livros para cada unidade, destinada a toda comunidade. A inauguração dos espaços foi nesta sexta-feira (7). A iniciativa foi através de uma parceria entre a Prefeitura e o Instituto Oldemburg de Desenvolvimento, que disponibilizou o acervo, que abrange diversas faixas etárias e áreas de interesse, como Literatura Brasileira, Estrangeira e Infantojuvenil; além de Ciências Sociais, História, Desenvolvimento Pessoal, Artes, Filosofia e Esporte. As obras chegaram à cidade por meio do projeto “Vamos Todos Ler”, com o qual o instituto trabalha ações de estímulo à leitura.

As salas contam com acessibilidade e a proposta é que fiquem abertas em horário especial para atender a população. Os livros foram disponibilizados nas escolas municipais Lúcia de Almeida Braga, no Vale do Carangola, e Pedro Amado, no Meio da Serra. A escolha das unidades de ensino foi feita pela própria instituição, que promove essa iniciativa em diversos municípios. A intenção, além de incentivar a leitura, é, também, promover a integração entre escola e comunidade. Para atender melhor o público, as diretoras das escolas envolvidas no projeto, bibliotecários e representantes das comunidades, que atuarão como voluntários nas Salas de Leitura, foram capacitados, conforme prevê o trabalho da Secretaria de Educação. Os espaços também foram montados pela secretaria.

“As salas de leitura aproximam e fazem com que todos possam estar mais próximos das realidades. Essa é a concretização de um sonho de todos. A educação é a saída e o segredo para conseguirmos um país melhor”, disse o prefeito Rubens Bomtempo ao lado da secretária Chefe de Gabinete, Luciane Bomtempo.
Antônio Torres participa da inauguração das bibliotecas comunitáris em escolas de Petrópolis (Foto: Divulgação/Ascom PMP)Antônio Torres autografou livros doados aos
espaços (Foto: Divulgação/Ascom PMP)
O imortal Antônio Torres participou das inaugurações e autografou os livros entregues aos alunos das escolas que receberam o projeto.

“Iniciativas como esta são gratificantes, pois a leitura começa na escola. A leitura é uma viagem sem fim nas nossas mentes. Sem ela não há futuro”, destacou.

Durante as solenidades, os alunos prestaram homenagens ao escritor com a leitura de poema, apresentação musical e exposição com pinturas, esculturas e caricaturas que retrataram a vida e a obra do escritor.

“Só temos a agradecer a Prefeitura e ao Instituto Oldemburg por lembrarem da nossa escola e da nossa comunidade”, disse a diretora da escola Pedro Amado, Clarinda Reis. Já a diretora da escola Lúcia de Almeida Braga, Silvia Barros destacou que o espaço estará aberto à comunidade. “Tenho certeza que essa iniciativa irá marcar um novo tempo da vida cultural da nossa comunidade”.

Para aproximar o público da literatura brasileira, as salas de leitura homenageiam autores nacionais, tais como Dias Gomes, Graciliano Ramos e Rubem Braga, cujas obras estão presentes no acervo, e padrinhos como Antônio Torres, Guilherme Fiuza, Nélida Piñon, Augusto Boal, Heloisa Seixas, entre outros.

O projeto do Instituto Oldemburg de Desenvolvimento abrange todo o Brasil e as salas de leitura instaladas nas unidades de ensino de Petrópolis, foram, respectivamente, as de número 800 e 801.

“Esperamos ver estes espaços repletos de alunos e que estes tragam sua família e a comunidade para dentro da escola”, ressaltou Cristina Oldemburg, 
Fonte: www.g1.globo.com em 08.11.2014

sábado, 8 de novembro de 2014

Digitalizar colecções cria emprego e dá nova vida aos museus e bibliotecas

No momento em que o Parlamento acolhe os Dias da Memória, a responsável máxima pela Europeana, Jill Cousins, explica o que é esta gigantesca biblioteca digital, que quer tornar acessível e utilizável toda a herança cultural europeia. Até ao momento, já colocou online digitalizações autenticadas de mais de 32 milhões de peças.
O projecto Europeana 1914-1918, com o qual o Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa colabora, designadamente organizando os Dias da Memória que na sexta-feira se iniciam no Parlamento, é apenas uma das muitas iniciativas da Europeana, uma gigantesca biblioteca digital europeia lançada há cinco anos para concentrar e disponibilizar, em formato digital, toda a herança cultural partilhada ao longo dos séculos pelos países e povos da Europa, das mais famosas pinturas do Louvre a um livro de canções escrito por um soldado francês nas trincheiras da I Guerra e conservado pela sua família. Só de Portugal, a Europeana já recebeu digitalizações de quase 250 mil objectos. E espera que campanhas como esta, em torno da I Guerra, ajudem a dar visibilidade ao projecto e contribuam para aumentar as contribuições dos museus, bibliotecas, arquivos e outras instituições portuguesas.
Em poucas palavras, o que é a Europeana e quais são os principais objectivos do programa?
A Europeana quer transformar o mundo através da cultura. Criámos uma plataforma digital para a nossa herança cultural europeia, que reúne o património dos grandes museus, das colecções audiovisuais, dos arquivos e bibliotecas, e que educadores, investigadores ou programadores, mas também o público em geral, podem usar e partilhar gratuitamente. Através da Europeana, e graças ao trabalho de três mil instituições culturais, temos agora mais de 32 milhões de objectos disponíveis num só lugar, onde as pessoas os podem pesquisar, ou reutilizá-los noutros sites e aplicações.
Pode categorizar, com alguns exemplos concretos, os diferentes tipos de objectos que estão a ser digitalizados? 
Temos digitalizações autenticadas de pinturas, fotografias, livros e vídeos, enviadas por três mil bibliotecas, museus, galerias e arquivos. De Portugal, por exemplo, dispomos neste momento de 234.859 itens, que incluem uma representação significativa das colecções de algumas das mais importantes instituições portuguesas de salvaguarda da herança cultural. Do Museu Nacional dos Coches incluímos recentemente 48 imagens dos belíssimos coches ali conservados. Temos também, por exemplo, 68 objectos do Museu Nacional do Azulejo – gosto particularmente dos painéis de azulejos com vistas de Lisboa antes do terramoto –, que foram entretanto integradas nosite museums.eu, o que constitui um excelente exemplo do modo como o conteúdo da Europeana pode ser reutilizado.
Mas os conteúdos vindos de Portugal não se limitam ao domínio museológico. Recebemos 172 peças do Instituto de História Contemporânea (IHC) da Universidade Nova de Lisboa, sobretudo digitalizações de objectos, fotografias e documentos relacionados com a presença portuguesa na I Guerra, um conjunto que tenderá a expandir-se porque o IHC é nosso parceiro nos Dias da Memória organizados no âmbito do Europeana 1914-1918. Das colecções digitais da Biblioteca Nacional temos mais de 12 mil textos e imagens, incluindo manuscritos, livros raros e mapas. E, no domínio dos arquivos audiovisuais, temos 453 peças da Cinemateca.
Há uma estimativa do número de peças que deveriam ser digitalizadas e reunidas para o programa cumprir plenamente a sua missão? E caso esse objectivo ideal tenha sido calculado, quão longe está a Europeana de o atingir?
Nos cinco anos desde que o programa foi lançado, já disponibilizámos no site Europeana.eu digitalizações de mais de 32 milhões de peças da nossa herança cultural, o que é um feito considerável, mas que representa apenas 12% de todo o material já digitalizado nos diversos países europeus, que, por sua vez, corresponde a apenas 10% de tudo o que seria pertinente digitalizar.
Temos um longo caminho a percorrer. Os obstáculos prendem-se sobretudo com questões de direitos de autor, mas há outros, como a necessidade de garantir a interoperacionalidade e a uniformização das colecções digitais. Esta é de facto a razão subjacente para a importância da Europeana: conseguir que o material digital atravesse as fronteiras, para que possamos dispor da nossa herança europeia do mesmo modo que usufruímos do nosso património nacional.
Esforçamo-nos para dar às pessoas conteúdo de alta qualidade, com informações claras relativas a direitos, de modo que saibam como podem dispor dele ou reutilizá-lo de forma criativa e inovadora.
Quais são as principais vantagens de ter todo esse património cultural europeu virtualmente reunido num só lugar?
Vermos a herança cultural que partilhamos e, mais importante ainda, pô-la a funcionar como um todo, de modo a que um investigador possa chegar rapidamente a tudo o que se relacione com Vasco da Gama – mapas, documentos, retratos –, ou com Amália Rodrigues, ou com as pinturas de Nuno Gonçalves, que estão dispersas por toda a Europa, em diferentes instituições e colecções, sabendo que está a lidar com documentos autenticados.
Diria que a prioridade é garantir que a Europeana reúna o máximo de informação possível, ou o programa deveria focar-se mais em organizar e disponibilizar o material que já tem?
Ambas as coisas são necessárias. Mas é preciso perceber que aquilo que há cinco anos era utilizável, já não o é para os tablets e outros equipamentos actuais, de modo que uma função central da Europeana é criar nas instituições dos diferentes países a consciência de que é necessário garantir a qualidade das digitalizações.
Colocar na Internet uma enorme quantidade de dados e, ao mesmo tempo, garantir que um investigador encontra facilmente o que procura, seja a reprodução de um retábulo medieval ou a imagem de um cantil usado por um soldado português nas trincheiras da I Guerra, deve levantar desafios técnicos complexos.
Tem razão em achar que o processo é complexo. Desenvolvemos internamente modos de melhorar os padrões de meta-dados para que a procura se torne mais fácil e criamos novos sistemas em nuvem para organizar e divulgar o material digital. Este nível de complexidade, e a impossibilidade de apresentar conteúdos de modo a que satisfaçam simultaneamente uma criança de escola e um investigador, é uma das razões principais para a Europeana estar a migrar de um portal para uma plataforma. Um lugar onde outros possam construir.
Para mantermos o nosso sucesso, temos de reconsiderar o objectivo inicial de criar um museu, biblioteca e arquivo da Europa com um só acesso. Continuamos a achar que é uma boa ideia, mas a tecnologia permite-nos fazer muito mais e teremos de nos esforçar por satisfazer as expectativas dos utilizadores.
As pessoas querem reutilizar este material, brincar com ele, interagir com outros utilizadores e participar na criação de algo novo. Para o permitir, teremos de começar a comportar-nos como uma plataforma: um lugar não apenas para se visitar, mas onde se pode brincar e construir. Dar a conhecer o que pode encontrar-se na Europeana continua também a ser importante e estamos a experimentar um novo modo de apresentação através de canais. O Europeana 1914-1918 é um bom exemplo de um desses canais.
Todo o material disponível na Europeana é de uso livre? Se um investigador quiser, por exemplo, usar algumas imagens num livro ou num artigo online, pode fazê-lo citando apenas a origem, ou há restrições? 
A generalidade do material sobre a I Guerra está sujeito a algum tipo de licença Creative Common e pode, com atribuição de autoria, ser facilmente usado por investigadores e jornalistas. E trabalhamos para garantir que a maioria do material que agregamos inclua uma correcta informação sobre os respectivos direitos de utilização. Além do botão “posso usar?”, o utilizador dispõe da possibilidade de excluir imagens de uso restrito ou pedir uma autorização expressa à instituição que as enviou.
Acreditamos que há muito a ganhar, nos planos económico e social, em abrir a nossa herança cultural. Mas também defendemos que o criador deve ser recompensado, de modo que somos muito cuidadosos no respeito pelos direitos de autor.
A crise económica e financeira está a ter algum impacto negativo no programa? Penso não só nos fundos europeus disponíveis, mas também nos níveis de contribuição das instituições sediadas em países mais afectados pela crise, como Portugal. 
É inevitável que um projecto com esta dimensão acuse o impacto desses factores externos, mas o forte empenho das instituições culturais tem-nos permitido aumentar as nossas colecções. Em 2011 tínhamos 19,5 milhões de itens, hoje temos mais de 32 milhões. Digitalizar também tem a vantagem de criar emprego e de dotar as pessoas de novas competências.
Vários países usaram os fundos estruturais para digitalizar o seu património cultural, em detrimento da construção ou renovação de estradas e outras infra-estruturas físicas. Em Portugal, como noutros países, os museus podem enfrentar desafios financeiros, mas reconhecem as vantagens de que os seus tesouros sejam vistos e usados por mais pessoas. Nestes últimos anos, os conteúdos enviados pelos nossos parceiros portugueses quase dobraram.
Um dos programas lançados pela Europeana é dedicado a lembrar a I Guerra no ano do seu centenário: o Europeana 1914-1918. Até ao momento, os resultados deste projecto estão a corresponder às expectativas?
Sim! O que o Europeana 1914-1918 tem de melhor é que liga o indivíduo ao seu lugar na Europa e a sua história pessoal à do Estado. O programa cruza meio milhão de documentos raros, únicos, inéditos, digitalizados por instituições de mais de 20 países, com a memorabilia pessoal e as histórias familiares. Começámos a reunir histórias pessoais na Alemanha, há três anos, e no final de 2014 teremos estado em 22 países. Até agora, coligimos 150 mil histórias. Graças à Biblioteca Nacional portuguesa, nosso parceiro de longa data, e ao enorme empenho da professora Fernanda Rollo, do Instituto de História Contemporânea, que organiza os Dias da Memória no Parlamento português, esperamos agora grandes coisas de Portugal.
No âmbito do Europeana 1914-1918, parece ter havido um grande investimento nestes Collection Day (Dias da Memória, em Portugal). São uma componente importante do projecto?
São iniciativas que realmente ligam as nossas histórias pessoais às narrativas oficiais do período. E como estes relatos vêm de pessoas que correram mundo, não se movem apenas no interior das versões nacionais da verdade. Para citar um desses testemunhos, deixado pelo soldado Léon Verneau e recolhido num Collection Day organizado em França: “Vi povos estrangeiros, países e continentes, e tudo isto graças à guerra”. Apesar de ter sido gravemente ferido em Verdun, escreveu um livro de canções, que ilustrou com desenhos.
Através dos Collection Day, familiares e amigos que herdaram essas recordações têm a oportunidade de partilhar peças históricas que doutro modo estariam nalgum sótão a ganhar pó. Através da digitalização, podem preservar para as futuras gerações esses registos de um período decisivo da história europeia.
Está satisfeita com o material relativo à I Guerra já recolhido e digitalizado em Portugal? E parece-lhe que a informação respeitante à frente africana, nas então colónias de Moçambique e Angola, poderá ser especialmente interessante, iluminando uma dimensão menos estudada do envolvimento português no conflito?
Precisamos de muito mais material e esperamos que esta campanha ajude. Estamos também a tentar usar alguns programas europeus para financiar as digitalizações. Gostaria de promover Collection Days em Angola, Moçambique e noutros países do mundo que foram envolvidos na guerra, e teria muito prazer em falar com qualquer instituição que esteja disposta a ajudar. O Europeana 1914-1918 deve representar todos os lados e perspectivas do conflito: anti-guerra, pró-guerra, países neutrais e nações beligerantes, as frentes internas e os campos de batalha.
Pensa que as bibliotecas e arquivos tradicionais, ainda que fundamentais para a conservação da nossa herança cultural, tenderão a perder relevância enquanto lugares de investigação? E que projectos como a Europeana servirão mais eficazmente as necessidades das futuras gerações de investigadores?
O que creio é que este projecto mostra a importância de se expor as colecções das bibliotecas e arquivos, religando essas instituições aos cidadãos. Penso que devem digitalizar e mostrar o mais possível as suas colecções, para que os utilizadores actuais e futuros saibam que elas existem e incorporem esse conhecimento que foi sendo construído e autenticado ao longo dos séculos. Sabemos hoje que digitalizar e tornar essas digitalizações disponíveis dá às instituições uma nova vida e novos públicos. E precisamos das competências organizativas e de investigação dessas instituições no mundo online, tal como precisamos delas offline.
O facto de vários países que colaboram com o Europeana 1914-1918 terem estado em lados opostos durante a guerra levantou problemas? Acha que cem anos são uma distância segura e que as coisas poderiam ser diferentes se lançassem, digamos, um Europeana 1939-1945?
É uma questão interessante. Deliberadamente, começámos os Collection Day na Alemanha, em 2010, para medir a temperatura, e a resposta foi tão extraordinária que soubemos que tínhamos de continuar. Como depois foi espantosa a resposta da Irlanda, que enviou os seus soldados para a guerra enquanto heróis britânicos e depois não acolheu bem o seu regresso à República irlandesa pós-levantamento de 1916. Tivemos 700 pessoas num só Collection Day, e oito mil visitaram em Setembro o Trinity College, em Dublin, onde se promoveu outra iniciativa semelhante. As pessoas querem contar as suas histórias. Quanto à II Guerra, tenho pensado em como a abordar… é uma questão sensível e que talvez precise da passagem do tempo.
Notícia corrigida às 14h50: o Instituto de História Contemporânea pertence à Universidade Nova de Lisboa e não à Universidade de Lisboa

Extinto por perder sede, fã-clube de Senna prepara venda de acervo

Na temporada em que a morte de Ayrton Senna completou 20 anos, o principal fã-clube do tricampeão mundial foi extinto. A pedido de Viviane, irmã do piloto, o grupo precisou devolver o imóvel que usava como sede no bairro paulistano de Santana, o que ocasionou o fim da organização.
Admirador do piloto, o advogado Adilson Almeida fundou a Torcida Ayrton Senna (TAS) em 1988. Quatro anos depois, o fã-clube passou a ocupar um imóvel cedido pela família no bairro da Vila Maria. Em 2013, ainda em acordo com os Senna, o grupo mudou para Santana, de onde foi obrigado a sair no último mês de agosto.
"Ficamos extremamente chateados. Não vi razão para isso. Segundo a Viviane, a casa seria ocupada pelo escritório do irmão . Três meses depois, o imóvel continua sem uso. Ainda pedi para ficar até dezembro, mas ela recusou. Estou há 26 anos à frente da TAS e ela me pede para sair em um mês? Foi muito deselegante", disse Adilson, ex-presidente do grupo.
A Torcida Ayrton Senna ainda consta na sessão "fã-clubes" do site oficial dedicado ao tricampeão mundial, com Adilson Almeida como responsável. O grupo criado há 26 anos permanece ativo nas redes sociais, mas na prática está extinto desde que ficou desalojado.
A assessoria de imprensa do Instituto Ayrton Senna, presidido por Viviane, informou que prefere não se manifestar sobre o assunto. A relação entre Adilson Almeida e a irmã do piloto acabou de maneira pouco amistosa.
"O Sr. Milton, pai do Ayrton, disse que poderíamos permanecer no imóvel pelo que tempo que quiséssemos, mas depois de uma certa idade, quem manda são os filhos. Tenho muito respeito pelos pais dele, mas pela Viviane... Acho que está meio perdida. Esse tipo de atitude não contribui em nada para perpetuar a imagem do irmão", disse.
Ao longo de 26 anos, a TAS reuniu um vasto acervo sobre o tricampeão mundial de Fórmula 1. A entidade criada por Adilson Almeida recebia visitantes, especialmente na semana do Grande Prêmio do Brasil, e organizava exposições dedicadas ao piloto - em 2014, o fã-clube realizou uma mostra no Palácio da Justiça.
O acervo da TAS conta com mais de 200 peças que remetem a Ayrton Senna. Além de uma vasta coleção de quadros, há três capacetes usados pelo ídolo, camisetas, óculos e uma jaqueta comemorativa. Com a dissolução do fã-clube, Adilson Almeida se prepara para vender a memorabília.
O advogado ainda não sabe exatamente como comercializar os itens do acervo da antiga TAS. Ele estima o material em R$ 100 mil e espera vender tudo para um mesmo comprador. Outra possibilidade é negociar por lotes através da Internet.
"A casa que aluguei não tem condições de funcionar como sede do fã-clube. Como nunca cobramos mensalidade, simplesmente não contamos com recursos para conseguir um novo local. A situação ficou insustentável e tivemos que extinguir a TAS", lamentou o advogado, com a mesa enfeitada pela clássica escultura que simboliza a Justiça.
Há 20 anos, o tricampeão mundial disputou o Grande Prêmio do Brasil pela última vez. Em Interlagos, os fãs desfraldaram uma enorme bandeira, estampada com o personagem Senninha e a frase "Acelera Ayrton!" acima da sigla "TAS". Neste domingo, magoado com Viviane Senna, o criador da torcida verá a corrida pela televisão.
Fonte: www.espn.com.br em 05.11.2014