A expansão cafeeira na região central de São Paulo, nos séculos 18 e 19, legou um valioso patrimônio artístico, mobiliário, bibliográfico e arquitetônico ao Estado. Boa parte desse acervo está dispersa por dezenas de antigas fazendas do interior e ainda não foi catalogado.
“A sua identificação é importante para o registro, gestão e preservação e para torná-lo conhecido pela sociedade”, diz Luzia Sigoli Fernandes Costa, do Departamento de Ciência da Informação da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
A catalogação desses fragmentos da história paulista exige metodologia específica para seu inventário. Seu compartilhamento, por sua vez, demanda o desenvolvimento de um sistema de software que torne essas informações acessíveis via web. “A tecnologia de informação e comunicação é ferramenta fundamental para a preservação”, ela argumenta. E, por tratar-se de patrimônio privado, a catalogação tem de prever que especialistas e proprietários – ou responsáveis pelas fazendas – compartilhem responsabilidade no inventário de seu patrimônio em ferramentas específicas para esse fim.
A expansão cafeeira na região central de São Paulo, nos séculos 18 e 19, legou um valioso patrimônio artístico, mobiliário, bibliográfico e arquitetônico ao Estado. Boa parte desse acervo está dispersa por dezenas de antigas fazendas do interior e ainda não foi catalogado.
“A sua identificação é importante para o registro, gestão e preservação e para torná-lo conhecido pela sociedade”, diz Luzia Sigoli Fernandes Costa, do Departamento de Ciência da Informação da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
A catalogação desses fragmentos da história paulista exige metodologia específica para seu inventário. Seu compartilhamento, por sua vez, demanda o desenvolvimento de um sistema de software que torne essas informações acessíveis via web. “A tecnologia de informação e comunicação é ferramenta fundamental para a preservação”, ela argumenta. E, por tratar-se de patrimônio privado, a catalogação tem de prever que especialistas e proprietários – ou responsáveis pelas fazendas – compartilhem responsabilidade no inventário de seu patrimônio em ferramentas específicas para esse fim.
O projeto “Critérios de metodologias para a realização de inventários do patrimônio cultural paulista” buscou responder aos desafios da catalogação, desenvolvendo uma metodologia que atendesse ao Padrão de Descrição da Informação (PDI) e ao provimento de conteúdos para o sistema web Memória Virtual Rural (MVR).
Apoiado pela FAPESP no âmbito de convênio de cooperação científica com o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat), da Secretaria Estadual da Cultura, o projeto envolveu o grupo de pesquisa Patrimônio cultural: memória, preservação e gestão sustentável, da UFSCar, coordenado por Costa.
A equipe multidisciplinar, com representantes das áreas de Ciências Humanas, da Informação e da Computação, Arquitetura e Urbanismo, incluiu também pesquisadores do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo (ICMC/USP), além das universidades estaduais de Campinas (Unicamp) e Paulista (Unesp) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Padrão de descrição da informação
A metodologia baseada em PDI possibilita a indexação de todo e qualquer tipo de bem patrimonial, de natureza material (arquitetônicos, arqueológicos, arquivísticos, bibliográficos, entre outros) ou imaterial (depoimentos, receitas, festas etc.), incluindo sua representação textual, imagética e sonora.
“O ponto de partida foi o estudo de códigos, normas e recomendações nacionais e internacionais e as experiências de desenvolvimento de inventários patrimoniais com o uso de tecnologias apropriadas para o armazenamento de dados e a disponibilização via web”, explica a pesquisadora.
O segundo passo foi a identificação de uma “instituição de memória” a ser inventariada. “Começamos com 17 fazendas para ter ideia da variedade do acervo que poderíamos encontrar, reduzimos depois para cinco e elegemos finalmente três para completar o levantamento de dados”, afirma Costa. O grupo contou com a colaboração de proprietários para a autorização da pesquisa e consulta do acervo.
O levantamento orientou a criação de fichas de indexação de bens, divididas em 11 grupos de atributos, com informações desde as mais gerais até descrições detalhadas do bem patrimonial, como, por exemplo, o estado de conservação e preservação e o registro de intervenções eventualmente já realizadas.
Esse conjunto de atributos relacionados aos bens patrimoniais passíveis de serem cadastrados – arquitetura, mobiliário etc. – constituíram mais de 63 campos de informações que abastecerão a base de dados do sistema MVR.
Memória Virtual Rural
O MVR começou a ser desenvolvido em 2003 pelo ICMC/USP para a catalogação e disseminação de informações de acervos históricos de várias instituições, no contexto do projeto “Memória virtual de São Carlos”, coordenado por José Carlos Maldonado e apoiado pela FAPESP no âmbito do Programa de Pesquisa em Políticas Públicas. Trata-se de um software livre, ou seja, qualquer instituição que desejar utilizá-lo pode fazê-lo de forma gratuita.
Os primeiros esforços para a padronização de conteúdo, adoção de linguagem controlada e integração e intercâmbio entre sistemas foram desenvolvidos ainda no projeto “Patrimônio Cultural Rural: espaço privilegiado para pesquisa, ensino e turismo”, também apoiado pela FAPESP no âmbito do Programa de Pesquisa em Políticas Públicas, coordenado por Marcos Tognon, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e encerrado em 2012. Na época, os pesquisadores realizaram estudos dos campos e subcampos de diferentes sistemas nacionais em uso para fundamentar a necessidade de desenvolvimento de um PDI.
No projeto atual, os pesquisadores buscaram consolidar esse padrão, ainda em caráter piloto. Quando a análise de compatibilidade do sistema MVR e do PDI tiver sido concluída, os interessados em cadastrar seus bens patrimoniais poderão usar esse sistema de forma amigável e gratuita. “As informações serão validadas por comitês técnicos e de conteúdo antes de serem disponibilizadas para um público mais amplo”, afirma a pesquisadora.
Há, ainda, desafios na área de segurança dos dados mantidos na base de dados do sistema MVR. “Caso seja de interesse [do proprietário], a própria instituição pode transformar essa base de dados em um sistema privativo, de modo a ocultar dados de sua localização, reduzindo a exposição”, sublinha a coordenadora do projeto.
Agência FAPESP EM 16.10.2014
A catalogação desses fragmentos da história paulista exige metodologia específica para seu inventário. Seu compartilhamento, por sua vez, demanda o desenvolvimento de um sistema de software que torne essas informações acessíveis via web. “A tecnologia de informação e comunicação é ferramenta fundamental para a preservação”, ela argumenta. E, por tratar-se de patrimônio privado, a catalogação tem de prever que especialistas e proprietários – ou responsáveis pelas fazendas – compartilhem responsabilidade no inventário de seu patrimônio em ferramentas específicas para esse fim.
A expansão cafeeira na região central de São Paulo, nos séculos 18 e 19, legou um valioso patrimônio artístico, mobiliário, bibliográfico e arquitetônico ao Estado. Boa parte desse acervo está dispersa por dezenas de antigas fazendas do interior e ainda não foi catalogado.
“A sua identificação é importante para o registro, gestão e preservação e para torná-lo conhecido pela sociedade”, diz Luzia Sigoli Fernandes Costa, do Departamento de Ciência da Informação da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
A catalogação desses fragmentos da história paulista exige metodologia específica para seu inventário. Seu compartilhamento, por sua vez, demanda o desenvolvimento de um sistema de software que torne essas informações acessíveis via web. “A tecnologia de informação e comunicação é ferramenta fundamental para a preservação”, ela argumenta. E, por tratar-se de patrimônio privado, a catalogação tem de prever que especialistas e proprietários – ou responsáveis pelas fazendas – compartilhem responsabilidade no inventário de seu patrimônio em ferramentas específicas para esse fim.
O projeto “Critérios de metodologias para a realização de inventários do patrimônio cultural paulista” buscou responder aos desafios da catalogação, desenvolvendo uma metodologia que atendesse ao Padrão de Descrição da Informação (PDI) e ao provimento de conteúdos para o sistema web Memória Virtual Rural (MVR).
Apoiado pela FAPESP no âmbito de convênio de cooperação científica com o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat), da Secretaria Estadual da Cultura, o projeto envolveu o grupo de pesquisa Patrimônio cultural: memória, preservação e gestão sustentável, da UFSCar, coordenado por Costa.
A equipe multidisciplinar, com representantes das áreas de Ciências Humanas, da Informação e da Computação, Arquitetura e Urbanismo, incluiu também pesquisadores do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo (ICMC/USP), além das universidades estaduais de Campinas (Unicamp) e Paulista (Unesp) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Padrão de descrição da informação
A metodologia baseada em PDI possibilita a indexação de todo e qualquer tipo de bem patrimonial, de natureza material (arquitetônicos, arqueológicos, arquivísticos, bibliográficos, entre outros) ou imaterial (depoimentos, receitas, festas etc.), incluindo sua representação textual, imagética e sonora.
“O ponto de partida foi o estudo de códigos, normas e recomendações nacionais e internacionais e as experiências de desenvolvimento de inventários patrimoniais com o uso de tecnologias apropriadas para o armazenamento de dados e a disponibilização via web”, explica a pesquisadora.
O segundo passo foi a identificação de uma “instituição de memória” a ser inventariada. “Começamos com 17 fazendas para ter ideia da variedade do acervo que poderíamos encontrar, reduzimos depois para cinco e elegemos finalmente três para completar o levantamento de dados”, afirma Costa. O grupo contou com a colaboração de proprietários para a autorização da pesquisa e consulta do acervo.
O levantamento orientou a criação de fichas de indexação de bens, divididas em 11 grupos de atributos, com informações desde as mais gerais até descrições detalhadas do bem patrimonial, como, por exemplo, o estado de conservação e preservação e o registro de intervenções eventualmente já realizadas.
Esse conjunto de atributos relacionados aos bens patrimoniais passíveis de serem cadastrados – arquitetura, mobiliário etc. – constituíram mais de 63 campos de informações que abastecerão a base de dados do sistema MVR.
Memória Virtual Rural
O MVR começou a ser desenvolvido em 2003 pelo ICMC/USP para a catalogação e disseminação de informações de acervos históricos de várias instituições, no contexto do projeto “Memória virtual de São Carlos”, coordenado por José Carlos Maldonado e apoiado pela FAPESP no âmbito do Programa de Pesquisa em Políticas Públicas. Trata-se de um software livre, ou seja, qualquer instituição que desejar utilizá-lo pode fazê-lo de forma gratuita.
Os primeiros esforços para a padronização de conteúdo, adoção de linguagem controlada e integração e intercâmbio entre sistemas foram desenvolvidos ainda no projeto “Patrimônio Cultural Rural: espaço privilegiado para pesquisa, ensino e turismo”, também apoiado pela FAPESP no âmbito do Programa de Pesquisa em Políticas Públicas, coordenado por Marcos Tognon, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e encerrado em 2012. Na época, os pesquisadores realizaram estudos dos campos e subcampos de diferentes sistemas nacionais em uso para fundamentar a necessidade de desenvolvimento de um PDI.
No projeto atual, os pesquisadores buscaram consolidar esse padrão, ainda em caráter piloto. Quando a análise de compatibilidade do sistema MVR e do PDI tiver sido concluída, os interessados em cadastrar seus bens patrimoniais poderão usar esse sistema de forma amigável e gratuita. “As informações serão validadas por comitês técnicos e de conteúdo antes de serem disponibilizadas para um público mais amplo”, afirma a pesquisadora.
Há, ainda, desafios na área de segurança dos dados mantidos na base de dados do sistema MVR. “Caso seja de interesse [do proprietário], a própria instituição pode transformar essa base de dados em um sistema privativo, de modo a ocultar dados de sua localização, reduzindo a exposição”, sublinha a coordenadora do projeto.
Agência FAPESP EM 16.10.2014