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quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Cooperativa distribui 7 mil livros para o Natal na periferia de São Paulo

Exemplares serão distribuídos na Zona Sul de São Paulo.
Objetivo é incentivar as pessoas a criarem o gosto pela leitura.


Cooperifa vai distribuir 7 mil livros (Foto: Divulgação/Copperifa)

A Cooperativa Cultural da Periferia (Cooperifa) vai distribuir, durante o mês de dezembro, 7 mil livros na periferia da Zona Sul de São Paulo.
SP ENCANTADA
Roteiros e dicas para o Natal em SP
O "Natal com Livros" vai começar a distribuição dos exemplares (adultos e infantis) a partir do dia 14, às 11h, no Largo de Piraporinha.
Uma barraca será montada na Estrada do M'Boi Mirim, altura do número 1.000, para que os moradores escolham o melhor exemplar.
Além da barraca com os livros, integrantes da cooperativa vão distribuir exemplares nas proximidades do Largo de Piraporinha para entregar livros aos passantes.
O objetivo da ação, segundo a Cooperifa, é incentivar as pessoas a criarem gosto pela leitura e tem apoio da Global Editora, Companhia das Letras e Fundação Itaú Social.

Fonte: www.g1.globo.com em 11.12.2014

Amazon lança aluguel de livros digitais no Brasil

Da Folhapress
Preço médio dos e-books é de R$ R$ 15 / Foto: AFP
Preço médio dos e-books é de R$ R$ 15Foto: AFP
Usuários do leitor digital Kindle no Brasil poderão alugar livros por meio de uma mensalidade, num modelo de negócios similar ao de aluguel de filmes da Netflix.
O serviço, que a Amazon lança nesta quinta (11), custa R$ 19,90. Ao câmbio desta quarta (10), o valor é inferior ao dos EUA -US$ 7,62, ante US$ 9,99)- ou no Reino Unido (£ 4,85, ante £ 7,99).
O Brasil é o sexto país a oferecer o Kindle Unlimited, lançado nos EUA em julho. Concorrentes da Amazon ainda não oferecem serviço similar.
O serviço dá acesso a 700 mil livros digitais, dos quais mais de 10 mil em português. Isso equivale a um quarto do catálogo da Amazon de livros digitais em português.
"A lista vai crescer com o tempo", diz o gerente da Amazon Brasil, Alex Szapiro. O catálogo para alugar não contempla os mais vendidos da semana, mas inclui bestsellers dos últimos dois anos, além de clássicos.
COMO FUNCIONA - Cada usuário pode manter em seu aparelho no máximo dez livros alugados. Uma vez liberados, os livros podem ser novamente alugados -e voltarão para o aparelho na página em que foram abandonados e com eventuais anotações feitas pelo usuário.
Szapiro não revela detalhes de negociação com editoras, mas diz que foi feito um novo contrato específico para o Kindle Unlimited. A remuneração é variável e pode estar relacionada à demanda por aluguel de cada título.
Segundo a Amazon, o preço médio dos e-books é de R$ R$ 15. O leitor torna-se vantajoso para quem lê ao menos um livro por mês. O serviço pode ser testado gratuitamente por 30 dias. É possível cancelar a qualquer momento pela internet.
Estima-se que os e-books representem de 4% a 5% das vendas de livros no Brasil.
"Temos visto uma migração grande de clientes que começam comprando o livro físico e depois compram o Kindle e migram para o digital", diz Szapiro, que atribui parte dessa migração ao serviço "Leia enquanto enviamos", que permite começar a leitura no computador, tablet ou celular antes da chegada do recebimento da encomenda.
A Amazon completou dois anos de Brasil neste mês e sua atuação está restrita ao mercado editorial (físicos e digitais) e à venda de aplicativos para Android. A empresa não revela quando pretende ampliar a oferta de produtos.
Fonte: www.uol.com.br em 10.12.2014

sábado, 6 de dezembro de 2014

Revista Nature vai abrir arquivo e permitir leitura gratuita de todos os artigos


Os assinantes institucionais vão poder aceder a todo o arquivo, desde 1869, enquanto os individuais apenas desde 1997.

A revista Nature vai abrir o acesso a todos os seus artigos científicos, um arquivo que remonta a 1869, anunciou hoje a editora Macmillan esta terça-feira, e também aos artigos publicados todas as semanas.
A decisão Macmillan"s Nature Publishing Group (NPG) visa estimular a partilha dos artigos - e das ideias - entre os cientistas e o público, mas ao mesmo tempo preservar o que é a principal fonte de rendimento do grupo: as assinaturas pagas por bibliotecas e outras pessoas para terem acesso aos artigos, justificam. Como? Os artigos serão disponibilizados em formatoread only, ou seja, que não permite a cópia, impressão oudownload, numa plataforma chamada ReadCube, semelhante ao iTunes da Apple.
Os assinantes institucionais vão poder aceder a todo o arquivo, desde 1869, enquanto os individuais apenas desde 1997. A medida abrange 48 revistas do grupo Macmillan, incluindo aNature GeneticsNature Medicine e Nature Physics. Mas apenas os assinantes e cerca de 100 órgãos de comunicação vão poder partilhar as ligações que permitem a leitura.
Segundo Annette Thomas, da Macmillan, a medida será reavaliada ao longo do próximo ano.
Fonte: www.dn.pt em 02.12.2014

Projeto de lei que estimula a leitura dentro das unidades prisionais


A leitura como meio de ressocialização. Essa é a ideia do projeto de lei do Governo do Estado do Ceará que poderá ser votado esta semana na Assembleia Legislativa. Aprovada, a Lei incentiva a leitura dentro do cárcere, subtraindo quatro dias da pena dos custodiados cearenses a cada pena lida. Em um ano, haverá um máximo de 48 dias a serem remidos da pena dos internos por meio do projeto.

A lei cearense atende à resolução 44, de 26 de novembro de 2013, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que dispõe sobre o estímulo à remição pela leitura dentro das unidades prisionais e prevê que as autoridades penitenciárias estaduais formulem projetos específicos sobre o tema, no sentido de estímulo a atividades educacionais dentro do cárcere. O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP), em sua resolução 3, de 11 de março de 2009, também estabelece que o fomento à leitura é uma das diretrizes nacionais para a oferta de educação nos estabelecimentos penais. Por fim, a Lei 12.433/2011 que altera a Lei 7.210 (Lei de Execução Penal) já prevê a remição da pena por outras atividades extracurriculares.

"Para nós, o projeto significa uma regulamentação, estabelecendo o ordenamento necessário para o estímulo das atividades educacionais dos presidiários cearenses. Temos tido significativo interesse pela escolarização e precisamos incentivar esta política, porque acreditamos que somente por meio da educação é capaz de fazermos a mudança social que tanto almejamos", informa a secretária da Justiça e Cidadania do Ceará, Mariana Lobo.

O incentivo à leitura faz parte de uma política de educação dentro do sistema penitenciário cearense que tem como finalidade também preparar este interno para sua volta à sociedade. A partir de exemplos bem-sucedidos dentro do sistema penitenciário, o projeto pretende possibilitar a integração do indivíduo à sociedade e utilizar a leitura como instrumento de combate à ociosidade nas unidades prisionais. A formação educacional e preparação do interno para o mercado de trabalho são políticas públicas de ressocialização da Sejus. 

Como funciona

Pelo projeto de lei, o Governo do Estado, por meio da Secretaria da Justiça e Cidadania (Sejus), estabelece que os livros ofertados aos internos como possibilidade para remição serão pré-determinados por uma comissão que irá também avaliar a leitura. Após a leitura, o interno deverá elaborar um relatório ou resenha. Esses documentos serão avaliados pela comissão que definirão ou não a remição dos quatro dias da pena.

O projeto é coordenado pela Sejus em parceria com a Secretaria da Educação (Seduc). À Sejus, cabe divulgar o projeto entre os apenados, oferecer os locais adequados à atividade e promover atividades que estimulem o hábito da leitura entre os participantes do projeto. A Seduc avalia os relatórios e resenhas produzidos de forma presencial, em prazo de até 30 dias. Os títulos do acervo daquela unidade serão definidos pela Comissão, para orientar os participantes para a produção do relatório ou resenha e fiscalizar a produção deste relatório.

A adesão ao projeto é voluntária e poderão participar todos os custodiados alfabetizados do sistema penal, inclusive aqueles que cumprem prisão cautelar.

Atualmente, a remição é concedida a partir de atividades de trabalho ou estudo, conforme prevê a Lei de Execução Penal (LEP). A cada três dias de trabalho ou 12 horas de estudo, um dia será subtraído da execução da pena.

Fonte: www;ceara.gov.br em 02.12.2014

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Em um ano, escritora lê um livro de cada país do mundo

Ann Morgan sentia que só conhecia autores que escrevem em inglês
A escritora britânica Ann Morgan se impôs o desafio de, em um ano, ler um livro escrito em cada país do mundo. Ao todo foram 196 livros – de 195 países reconhecidos pela ONU e de Taiwan, que hoje é considerada província rebelde chinesa.
Em muitos casos, o desafio foi encontrar edições em inglês, língua da escritora-leitora. Em relação a outros países, a dificuldade foi encontrar algo publicado. Ela recorreu diretamente a alguns autores para ajudá-la.
No Brasil, Morgan optou por ler A Casa dos Budas Ditosos, de João Ubaldo Ribeiro, que ela considerou "um desempenho envolvente e persuasivo de um escritor de ponta na cena literária mundial." A forma como o escritor retrata o pensamento feminino é "impressionante", para ela.
As impressões foram transformadas em um livro a ser lançado em fevereiro de 2015: Reading the World: Confessions of a Literary Explorer ("Lendo o Mundo: Confissões de uma Exploradora Literária", em tradução literal).
Mas para os curiosos, Ann Morgan divulga, em seu blog em inglês, a lista completa junto com cada avaliação. No artigo abaixo, escrito para a BBC, ela descreve como foi essa curiosa experiência de ler um livro de cada país do globo.
Eu sempre pensei que fosse uma pessoa razoavelmente cosmopolita, mas minha biblioteca pessoal conta uma história diferente. Com exceção de alguns romances da Índia e um ou outro livro da Austrália ou África do Sul, minha coleção literária só tem autores britânicos e americanos. Para piorar, eu quase nunca havia lido livros traduzidos. Meu universo está todo restrito a autores que escrevem em inglês. No Reino Unido, 62% dos britânicos conseguem ler apenas em inglês.
Eu queria descobrir o que estava perdendo. Então no começo de 2012, me propus o desafio de ler um livro de cada país do mundo – em um ano, foram 195 países reconhecidos pela ONU e Taiwan, que já não é mais reconhecido como tal.
Imaginei que não encontraria livros de quase 200 países na livraria perto da minha casa, então montei o blog A Year of Reading the World, pedindo recomendações de leitores de todas as partes do mundo.
A resposta foi incrível. Em pouco tempo, recebi uma avalanche de recomendações. Alguns leitores chegaram a me mandar livros de seus países pelo correio. Outros passaram horas pesquisando autores para mim.
Alguns escritores chegaram a me enviar manuscritos traduzidos para o inglês e que ainda não haviam sido publicados, como Ak Welsapar, do Turcomenistão, e Juan David Morgan, do Panamá.
Mas mesmo com toda essa "equipe de apoio", a tarefa foi dura. De todos os livros publicados no Reino Unido, apenas 4,5% são traduções. Ou seja, conseguir obras estrangeiras em inglês ainda é um desafio.
Países lusófonos


Dentro da cabeça

A dificuldade maior foi conseguir obras de países africanos francófonos ou lusófonos. Há poucas obras em inglês de lugares como Comoros, Madagascar, Guiné Bissau e Moçambique. Em vários desses países, precisei recorrer a manuscritos que não foram publicados.
Em São Tomé e Príncipe, eu teria perdido minha batalha, não fosse pelo esforço de leitores europeus e americanos que traduziram contos de Olinda Beja – só para que eu tivesse algo para ler do país.
Há países onde sequer existe uma tradição escrita. Para conseguir uma boa história das Ilhas Marshall, por exemplo, é melhor pedir permissão ao "iroji" (um líder tribal local) para ouvir algum caso narrado por um dos contadores de histórias. A literatura local não tem a mesma riqueza.
No Níger, as melhores lendas são contadas pelos "griots", poetas populares treinados desde os sete anos de idade para misturar música e ficção. Há poucos registros escritos de suas performances incríveis – e mesmo essa experiência é pobre comparada com a apresentação ao vivo.
Como se não bastassem esses obstáculos, há sempre a política para complicar tudo. A criação de um novo país, o Sudão do Sul, em 9 de julho de 2011, também colocou um desafio. O país possui vários problemas de infraestrutura, com deficiências em estradas, hospitais e escolas. Com tantas necessidades mais urgentes, quem teria escrito um livro em apenas seis meses?
Se não fosse por um contato local, que me apresentou à escritora Julia Duany, minha única solução seria tomar um avião até Juba para ouvir um contador de história. Mas Julia se dispôs a escrever uma história só para mim.
Pesquisar autores e livros me tomou tanto tempo quanto ler e escrever meu blog. O processo foi muito cansativo, pois tive de conciliá-lo com meu próprio trabalho de escritora. Passei muitas madrugadas em claro para manter de pé minha meta de ler um livro a cada 1,87 dias.
Mas o esforço valeu a pena. Muito mais do que só "viajar sem sair do lugar", me senti como se estivesse habitando a cabeça de várias pessoas pelo mundo. Na "companhia" do escritor Kunzang Choden, do Butão, eu não apenas "visitei" os templos exóticos locais – fi-lo como fazem os budistas nativos.
O mesmo aconteceu com as montanhas de Altai, na Mongólia, que tive a chance de conhecer pela imaginação de Galsan Tschinag. Em Mianmar, um festival religioso me foi narrado por um médium transgênero – criação de Nu Nu Yi.
Essa experiência é mais poderosa que mil notícias de jornais e revistas, e me fez perceber melhor como vivem as pessoas longe de mim. Isso e o contato com leitores de todas as partes do mundo me fizeram sentir mais parte do nosso planeta.
Fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/11/141128_vert_cul_livros_mundo_dg em 28.11.2014

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Apaixonado por leitura, filho de boias-frias faz livros artesanais

 Ele é acadêmico do curso de Letras e escritor. Foi para a escola com 9 anos de idade, no interior do Nordeste brasileiro e, para não trabalhar no corte de cana junto com os pais, escolheu estudar. A leitura possibilitou a Luciano Serafim dos Santos conhecer vários lugares e histórias sem sair do lugar, abrindo “outro mundo” em sua vida.

Em Dourados desde 1994, foi com uma professora do ensino médio, em escola pública, que Luciano foi incentivado a confeccionar suas próprias publicações. Segundo ele, a professora reunia os textos dos alunos produzidos durante o ano, montava um livro da disciplina “e quem não se dedicava não entrava no livro. Rosa Decian fazia o aluno ter interesse em produzir seu próprio livro”, conta.


Hoje, Luciano ensina professores a fazerem o mesmo em sala de aula, tema do minicurso oferecido durante a Feira do Livro e da Leitura, que integra a programação da Maratona Cultural promovida pela UFGD, na Unidade 2. “Além disso, essa forma de atuação desperta o aluno para a aula de redação, incentivando a leitura e o estudante a tornar-se escritor”.

Integrante do Grupo Literário Arandu desde 1997, Luciano veicula, desde o ano passado, juntamente com outros autores, o “Arrebol Coletivo”, uma série de publicações confeccionadas artesanalmente, com capa de cartolina colorida, miolo impresso e grampeado. Já foram lançadas cinco edições: ‘Contos Infames’, ‘Nu Silencioso’, ‘Só não disse’, ‘Raiz Transeunte’ e ‘Rabiscos que Sufocam’.

“O livro possui técnicas perenes e foi uma das maiores invenções do homem. A ideia do minicurso foi levar o entendimento desses aspectos de construção e que, no fundo, passam despercebidos ao leitor comum. Hoje já é mais fácil ser um escritor iniciante”, destacou.

O minicurso

O minicurso "Produção de Livros Artesanais: da seleção de textos à festa de autógrafos” abordou a história da escrita desde o tempo do antigo Egito até a invenção do papel e da impressão no oriente e no ocidente. Luciano também apontou a popularização do livro e da leitura no século 19 e o desenvolvimento da imprensa e da literatura.

Depois, o escritor apresentou os trabalhos da Câmara Brasileira do Livro e do Plano Nacional Biblioteca da Escola, criado para promover o acesso à cultura e incentivar a leitura nos alunos e professores, por meio da distribuição de acervos de obras literárias, de pesquisa e referências.

Na segunda parte do minicurso, Luciano ensinou os professores participantes a manusearem o livro artesanal e a produzi-lo, incluindo seus textos, impressão e acabamento.?

Fonte: 

Jornal Dia Dia - 14/11/2014

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Garoto de nove anos cria biblioteca e ganha livros em Divinópolis


BIBLIOTECA DO LIVRO DIVINÓPOLIS (Foto: TV Integração/Reprodução)Uma biblioteca criada pelo estudante Luiz Fernando, de apenas nove anos, em Divinópolis, ganhou novos livros. O jovem conseguiu ajuda após a exibição de uma reportagem sobre o projeto no programa Bem Viver, na TV Integração, afiliada da Rede Globo. Todos os livros vão ocupar um espaço especial na biblioteca, que agora fica na entrada da casa. Com as doações, o menino vai ampliar os empréstimos e aumentar as carteirinhas.

Luiz conta que o objetivo é ampliar a biblioteca e conseguir novos leitores. “Quero aumentar minha biblioteca. Quero uma biblioteca como a municipal, cheia de pessoas, com vários livros de vários escritores”, afirmou.
Apaixonado por literatura, ele quis incentivar os outros a também tomarem gosto pelas palavras. Um desses adeptos é Carlos Eduardo Silva, de 13 anos. Ele afirma que não tinha gosto pela leitura, até saber da biblioteca de Luiz. “Não gostava muito de ler, mas o Luiz me incentivou. Minha leitura era ruim, mas peguei um livro com ele e consegui melhorar”, explicou.
Cativada pela iniciativa, a dona de casa Denise Chaves Silva Palhares abraçou a ideia e arrecadou quase 300 exemplares. “Quando as pessoas viram a história da biblioteca, elas ficaram inspiradas. Chamei minhas amigas e conseguimos bastante livros”, afirmou.
A iniciativa de Denise ainda incentivou o filho, João Vitor Palhares, de oito anos, que doou alguns gibis. “Gosto muito de gibis e desde o segundo ano minha professora nos incentivava a ler. Aí falei com minha mãe para juntarmos livros e doar para o Luiz”, contou.
Com tantas obras, o estudante vai precisar de mais espaço. A família já providencia estantes novas. “É um presente maravilhoso para uma mãe. Sei que ele está muito contente e explodindo de alegria, além de aumentarmos a biblioteca. Coisa que ele queria”, observou a mãe de Luiz, Rosana Maria da Silva.Luiz ainda conseguiu arrecadar exemplares importantes da literatura, filosofia e sociologia de Uberlândia. O presente é do filósofo Dênnys Xavier, que mandou até uma carta para o jovem. “O que achei legal na iniciativa, é que ele aprendeu que livro gosta de ser lido e folheado. Ficamos cheio de dedos para falar de leitura, apenas nos preparando para ler, mas o livro tem que ser folheado. E ele aprendeu isso cedo. Achei isso extraordinário”, destacou.
Fonte: www.g1.globo.com em 14.11.2014

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Biblioteca ou escola?

Já é sabido que séculos de conhecimento podem ser adquiridos em centenas de páginas viradas. Seja na narrativa particular da literatura, ou na realidade científica das obras didáticas. No entanto, entre estes dois meios, algum leva vantagem na corrida pela busca do conhecimento? Em outras palavras: entender a invasão da Rússia por Napoleão em 1812, através da visão do clássico Guerra e Paz, de Tolstói, pode ser mais produtivo do que por meio dos livros de história das salas de aula?
Sobre esta questão, o escritor de obras como Menino Maluquinho e Flitcs Ziraldo, não tem dúvidas. E, certa vez causou burburinho, ao dizer para quem quisesse ouvir: “atenção, estudar é importante para você não ser empregado dos outros. Você tem que estudar para poder escolher o seu destino. Mas ler é muito mais importante. Já escrevi 150 livros e vendi quase sete milhões de exemplares. Dizem que escrevo direitinho. Mas nunca estudei na minha vida, só li. A vida inteira li. Quem vai abrir sua cabeça para sacar suas escolhas é o livro. Se pudesse ler todos os livros do mundo, você seria Deus, porque entenderia tudo”.
Mas, a questão é complexa. E, muitos devem estar neste momento questionando se ler e estudar não seriam a mesma coisa. Mas, não são. Na verdade, tratam-se de práticas diferentes, apesar de complementares quase indissociáveis. De acordo com a pedagoga e mestre em educação Ráquia Rabelo, a leitura é importante e se trata de  um importante pré-requisito para o estudo.
“Podemos pegar um determinado conteúdo e lê-lo, mas isso não significa que o leitor esteja estudando. Nesses casos pode ser apenas um ato de prazer ou de lazer. Mas, é claro que nesses momentos o sujeito está também estimulando a imaginação, enriquecendo o vocabulário, envolvendo linguagens diferenciadas, adquirindo informações diversas”, analisa.
Dessa forma, a pedagoga acredita que estudar vai além, pois trabalha com conhecimentos científicos, com objetivos pré-definidos. Segundo ela exige ainda, o interesse, perspicácia, concentração, dedicação, e uma boa compreensão da leitura que permita ao indivíduo relacionar diferentes textos, colocando-se em diálogo com as ideias dos autores.
No entanto, voltando a questão sobre qual seria mais importante, ler ou estudar, Ráquia disse não poder tratar do assunto, a partir de reducionismos. Para ela, a resposta deve-se levar em conta especificidades, como: Para quê?, Quem? Em quais condições e qual contexto que deve ser analisado?
“Digamos que em uma sala de aula, o professor utilize um texto complementar para o tema que esteja trabalhando. Neste caso, a leitura será uma forma de estudar. Em alguns casos, mais atraente e enriquecedora. Mas, se este mesmo sujeito a quem foi requerida tal leitura for um analfabeto funcional, ela por si só não o possibilitará compreender e interpretar tais tipos de textos científicos. Nesse caso, será preciso uma maior ajuda ou estudo que o possibilite desenvolver melhores habilidades de leitura, escrita, e assim por diante”, argumenta.
Saber ler
Os mais de 30 anos de experiência dedicados à educação, seja como professora, coordenadora ou diretora de diversas escolas de Goiânia, fizeram a também pedagoga e mestre Márcia Carvalho, acreditar que, dentro deste dilema, o mais importante é: saber ler ou estudar.
“De uma forma mais simplista digo que, se o sujeito for unicamente um decodificador de símbolos, não apreenderá o conteúdo daquilo que esta lendo e, se ler com fluência e não foi ensinado a interpretar, refletir, analisar e ressignificar o conhecimento, a leitura terá pouca serventia, não será um instrumento de transformação”, debate, ela que já comandou a pasta da Secretaria Municipal de Educação de Goiânia por três anos e hoje é diretora da Câmara Municipal de Goiânia.
Para aprofundar seu argumento, Márcia Carvalho cita a pedagoga Rousaura Soligo e afirma que a compreensão da leitura depende da relação entre os olhos e o cérebro. “Partindo desse princípio, a prática da leitura deve ser capaz de resultar na existência de um leitor ou leitora, que compreenda, não só a essência do texto, mas, que consiga estabelecer relações com o autor ou autora da obra”, argumenta.
Desse modo, a pedagoga completa que, quando um indivíduo de fato sabe ler, quer dizer que tem um ótimo aliado aos estudos. Pois, a prática desenvolve o raciocínio, o senso crítico e a capacidade de interpretação. E, neste caso, nem é necessário que o aluno leia apenas Machado de Assis, mas, revistas de entretenimento são também válidos ao conhecimento.
“Todo material de leitura é importante. O que nós, educadores, buscamos com grande frequência é orientar textos que levem a reflexão, que gerem conhecimento e que proporcionem alegria. Enfim, ler deve ser prazeroso e educativo. Podemos utilizar o interesse pessoal dos educandos para estimular a leitura. Se gostarem de gibis, revistas jornais, internet, TV, entre outros, podemos nos usar desses instrumentos e conseguir grandes avanços nos quesitos leitura e interpretação”, explica.
Para formar devoradores de livros e, consequentemente bons alunos e profissionais, a pedagoga aconselha, que a escola deva proporcionar variados momentos de leitura. Segunda a educadora o colégio, precisa propiciar debates, reflexões em ambientes diferenciados (quando possível), concursos internos de poesias, redações, desenhos, histórias em quadrinhos, montagem e apresentação de peças teatrais.
Porém, se por um lado é dever da escola criar metodologias que se mostrem eficazes em despertar o gosto pela leitura, o papel da família, para enraizar o hábito não é menos importante. “O prazer deve ser despertado na primeira infância. Os pais devem ler com frequência para seus filhos e filhas, encenar as histórias com vozes diferentes, pois, isto atrai a atenção das crianças. Assim, quando a criança chegar à idade escolar, demonstrará interesse pela leitura e, com certeza, será alfabetizada com maior rapidez, prosseguindo seus estudos com tranquilidade”, conclui.
Tal mãe, tal filha
Tavez seja por ter sido incentivada desde muito nova a ler, por sua mãe, a gerente de Recursos Humanos Rogéria Rizzete, que Cecília de 11 anos, tem se destacado na escola. “Ela sempre foi muito bem nas matérias que exigem interpretação de texto. Os professores ainda elogiam sua leitura e dizem que ela comete poucos erros de português, em comparação com outras crianças da idade dela”, comemora Rogéria.
Mas, não apenas no Português a literatura tem lhe beneficiado. Por ter lido recentemente o best seller de John Green, A Culpa é das Estrelas, Cecília é a única na sua sala que sabe falar como é a capital dos países baixos, Amsterdã. Por meio do livro ainda iniciou, por conta própria, o conhecimento sobre assuntos, que só seriam aprofundados no Ensino Médio.
“Em A Culpa é das Estrelas eles visitam a casa de Anne Frank. Aí Cecília foi atrás e pegou o livro Diário de Anne Frank na escola, e dias atrás estava discutindo sobre ele com os professores. A maioria das crianças de 11 anos sequer sabe o que foi o Nazismo, mas a leitura fez com que ela já tivesse esse contato”, conta Rogéria.
Mas, se hoje a pequena lê por vontade própria livros, como Meu Pé de Laranja Lima e sabe quem é Van Gogh, não foi apenas pelo incentivo contínuo dos pais, mas também seus bons exemplos. Desde quando era um bebê, que Cecília, vê a mãe ler, cerca de quatro livros por mês. Em sua casa há ainda uma respeitável estante recheada com centenas de títulos. Seu outro método, também revela. “Pego bastante no pé também”.
Fonte: www.dm.com.br em 06.11.2014