Ele é acadêmico do curso de Letras e escritor. Foi para a escola com 9 anos de idade, no interior do Nordeste brasileiro e, para não trabalhar no corte de cana junto com os pais, escolheu estudar. A leitura possibilitou a Luciano Serafim dos Santos conhecer vários lugares e histórias sem sair do lugar, abrindo “outro mundo” em sua vida.
Em Dourados desde 1994, foi com uma professora do ensino médio, em escola pública, que Luciano foi incentivado a confeccionar suas próprias publicações. Segundo ele, a professora reunia os textos dos alunos produzidos durante o ano, montava um livro da disciplina “e quem não se dedicava não entrava no livro. Rosa Decian fazia o aluno ter interesse em produzir seu próprio livro”, conta.
Hoje, Luciano ensina professores a fazerem o mesmo em sala de aula, tema do minicurso oferecido durante a Feira do Livro e da Leitura, que integra a programação da Maratona Cultural promovida pela UFGD, na Unidade 2. “Além disso, essa forma de atuação desperta o aluno para a aula de redação, incentivando a leitura e o estudante a tornar-se escritor”.
Integrante do Grupo Literário Arandu desde 1997, Luciano veicula, desde o ano passado, juntamente com outros autores, o “Arrebol Coletivo”, uma série de publicações confeccionadas artesanalmente, com capa de cartolina colorida, miolo impresso e grampeado. Já foram lançadas cinco edições: ‘Contos Infames’, ‘Nu Silencioso’, ‘Só não disse’, ‘Raiz Transeunte’ e ‘Rabiscos que Sufocam’.
“O livro possui técnicas perenes e foi uma das maiores invenções do homem. A ideia do minicurso foi levar o entendimento desses aspectos de construção e que, no fundo, passam despercebidos ao leitor comum. Hoje já é mais fácil ser um escritor iniciante”, destacou.
O minicurso
O minicurso "Produção de Livros Artesanais: da seleção de textos à festa de autógrafos” abordou a história da escrita desde o tempo do antigo Egito até a invenção do papel e da impressão no oriente e no ocidente. Luciano também apontou a popularização do livro e da leitura no século 19 e o desenvolvimento da imprensa e da literatura.
Depois, o escritor apresentou os trabalhos da Câmara Brasileira do Livro e do Plano Nacional Biblioteca da Escola, criado para promover o acesso à cultura e incentivar a leitura nos alunos e professores, por meio da distribuição de acervos de obras literárias, de pesquisa e referências.
Na segunda parte do minicurso, Luciano ensinou os professores participantes a manusearem o livro artesanal e a produzi-lo, incluindo seus textos, impressão e acabamento.?
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