Rio de Janeiro - A
Fundação Biblioteca Nacional (FBN) distribuiu 930.566 livros para 1.625
bibliotecas públicas de todo o país, cadastradas no Portal do Livro da
instituição, vinculada ao Ministério da Cultura. Com a entrega, concluída em
janeiro último, a FBN cumpriu a primeira etapa do Programa de Ampliação de
Acervos do Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas (SNBP), lançado em 2011 e
no qual foram investidos R$ 8,4 milhões.
Os
livros foram escolhidos pelas próprias bibliotecas, a partir de uma lista disponibilizada
pelas editoras participantes do programa. Segundo a FBN, foram beneficiadas
bibliotecas públicas, comunitárias, rurais e pontos de leitura de 1.150
municípios. Mais da metade – 56% - delas não recebiam livros há mais de dois
anos.
A
redução de custos foi o grande diferencial dessa distribuição, em relação às
que foram feitas em anos anteriores pela FBN. A média de preço por exemplar, de
R$ 44, caiu para R$ 9,05, com a exigência de que as editoras cadastrassem
livros com um custo de até R$ 10. A economia foi 384%.
Outro
fator que contribuiu para a diminuição dos custos e para o alcance de um número
maior de bibliotecas foi o esquema de distribuição, que envolveu a participação
de jornaleiros e pequenos livreiros, sobretudo no interior do país. De acordo
com a FBN, foi a solução adotada para se fugir da forte concentração do mercado
distribuidor de livros no eixo Rio-São Paulo.
“Além
de uma grande economia de recursos e a inclusão de elos mais frágeis da cadeia
produtiva, como os autores independentes e as micro e pequenas editoras, esse
enraizamento da distribuição nas pequenas cidades foi fundamental para reduzir
o preço do livro”, avaliou o coordenador-geral de Economia do Livro da FBN,
Tuchaua Rodrigues.
Segundo
ele, mesmo com esse processo, o projeto foi executado em um prazo de 15 meses,
apenas um pouco mais longo do que os 12 meses dos processos anteriores de
compra, quando a própria instituição precisava arcar com os custos da
logística.
De
acordo com a Diretoria do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas da FBN,
pesquisas apontam a ampliação dos acervos, com a oferta de uma variedade maior
de livros, como a principal motivação para que os leitores frequentem mais as
bibliotecas, justificando as ações de revitalização desses espaços de fomento à
leitura.
“A biblioteca pública
é um espaço de criação e formação de leitores o ano inteiro e o mais
democrático da leitura independente”, destacou a diretora Antonieta Cunha.
Outro dado importante é que um terço dos municípios beneficiados nessa
distribuição está localizado nas regiões de maior vulnerabilidade social, os
chamados territórios da Cidadania.
Segundo
Antonieta Cunha, a Diretoria do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas está
preparando um novo edital, para atender às 489 bibliotecas não contempladas na
primeira fase do programa. São unidades cujos pedidos não puderam ser atendidos
pelas editoras, livrarias e distribuidoras. A expectativa é de que até meados
deste ano tenham sido atendidas, nas duas fases, 2.114 bibliotecas de 1.564
municípios.
Desta
vez, as editoras participantes do programa deverão cadastrar livros que podem
ser produzidos a um custo de até R$ 10, com tiragem de 4 mil exemplares. O
preço baixo não ficará restrito à aquisição pelo Programa de Ampliação de
Acervos: as editoras terão que se comprometer a imprimir mais uma edição, com o
mesmo número de exemplares, para venda nas livrarias, aos consumidores comuns.
Edição: Aécio Amado
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