sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Apartamento de professora preserva biblioteca dos anos 60

Campo Grande News - 31/10/2014

A fachada chama atenção pelas caixas de correio com detalhes coloridos e figuras de dois galos, em azul e branco. Um cuidado na paisagem que alegra a entrada do edifício José Ferreira Rosa, o nome do dono do imóvel, levantado há mais de seis décadas na rua Antônio Maria Coelho, entre a Calógeras e a 14 de Julho. Na correria, pode até passar despercebido, mas com um pouco de sensibilidade dá para perceber o carinho com cada detalhe na porta vermelha, com desenhos em verde, branco, azul e amarelo, inspiração que veio de Portugal.

O lugar exala cultura em cada detalhe. Não é para menos, quem mora ali é a escritora e professora Maria da Glória Sá Rosa, a Glorinha, uma das maiores incentivadoras da produção artística sul-mato-grossense. As cores nas caixas de correio, por exemplo, foram escolhidas pelo artista plástico Jonir Figueiredo, amigo da dona da casa.

Sempre que é procurada, Glorinha conta a história de Mato Grosso do Sul e de Campo Grande, mas agora vai falar da morada que dividiu com o marido por 56 anos, até a morte dele em 2008.

O prédio é de 1954 e carrega com ele não só o passado, tem também a alma da moradora e as lembranças de quem já passou por ali.

Na entrada do apartamento, a porta de madeira indica a participação de outros 2 ícones das artes por aqui. É as boas vindas para quem chega ao "Ateliê da Glorinha". O portal foi feito por Elias Andrade, o Índio, e a porta tem o desenho de Ilton Silva, todos representando imagens que remetem ao Pantanal.

Em uma das portas há um espaço só para os recados e mensagens, mas que há muito tempo não engolem qualquer papel.

Na sala, muito lembra os anos 60 e 70, a começar pelos lustres, escolhidos por Humberto Espíndola, outro privilégio para uma pessoa com tantos amigos ilustres. "Muita gente deu pitaco aqui", lembra Glorinha.

Mas o principal colaborador é o filho, que sempre traz alguma relíquia ou referência. “Uma casa é o seu habitat, se não tem alma é porque você é árido. Não adianta ter carro, dinheiro e não ter cultura. Na casa de muitos políticos que visito, não tem um livro na parede”, diz José Carlos Ferreira Rosa, de 62 anos, filho de Glorinha e responsável por muito do que é visto no apartamento.

Ele herdou de Glorinha a paixão pelas viagens e por conhecer pessoas e culturas diferentes. Viveu quinze anos fora do Brasil, na Alemanha, Itália, Suíça. Conheceu muitos países ao redor do mundo. Das experiências, trouxe ideias e recordações para a casa da mãe.

“Na entrada, tive a ideia de colocar os azulejos árabes, fazer o jardim austríaco para ter flores. Pelos lugares que eu passava, eu sempre pensava em algumas coisas que eu poderia colocar na casa da minha mãe, que também gosta de cultura. Não vejo esse tipo de coisa em Campo Grande”, compara.

Os painéis de azulejos, feitos em Parati (RJ), estão em vários espaços, desde o numeral da fachada, e lembram o gosto do filho Boaventura, já falecido, que era músico. 

Nos fundos, eles também demarcam o território da churrasqueira no quintal que costumava reunir artistas para festas e debates sobre cultura. "Era um tempo muito animado, de reuniões e muita gente aqui", lembra José Carlos.

Bom filho, apesar de morar no Rio, ele sempre volta para ficar um tempo em Campo Grande e cuidar da mãe, que também tem a companhia de outro filho, médico, e do neto. 

Glorinha, aos 87 anos, nos recebeu 2 vezes nesta semana, sempre com um sorriso e a atenção de quem já está acostumada a conceder entrevistas para falar sobre a trajetória fundamental para a educação, cultura e história do Estado.

Para ela, a casa, que inclui o térreo e o 1º andar, já não é mais a mesma por conta do desgaste físico que as escadas representam hoje. "Mas minha médica disse que é bom, para eu fazer exercícios", lembra. Mesmo com problema na coluna e o auxílio de uma bengala, ela não se intimida na rotina de descer e subir até 3 vezes ao dia aquela escadaria enorme. "Hoje mesmo vou ao médico e depois, à noite, vou para a Academia de Letras", conta.

No quarto, o relaxamento vem com a rede, coisa de Nordeste, terra natal de Glorinha. "Aqui é onde eu leio", explica, mostrando a obra do momento, o livro "Clarisse".

As paredes da casa são recheadas de obras de arte de artistas como Jorapimo, Inês Corrêa da Costa, Humberto Espíndola, Terezinha Neder... As prateleiras, cheias de lembrança, mostram os lugares que já foram visitados. São centenas de bibelôs com a nostalgia dando o brilho. Há aparelhos de som antigos, almofadas da Índia, tapetes do Paquistão, esculturas da Tailândia e os “nossos” Bugres da Conceição.

Mas para Glorinha, o que mais tem valor são as fotos no porta-retrato. "Aproximam a minha família. Não tem preço", justifica.

Um dos cantos preferidos é a biblioteca, com estantes até o teto, feitas em madeira escura, assim que a família chegou ao apartamento. "Chamei 2 bibliotecárias para catalogar na época e depois o marceneiro ainda ampliou", conta. A cadeira da década de 80 foi outro presente e, apesar do design que nos dias de hoje vale muito dinheiro, para ela a única vantagem é o conforto.

São incontáveis as obras e elas se estendem pelos outros espaços da casa. Ganham estantes especiais em cada cômodo. Para quem aprecia arte e literatura, o apartamento, por si só, já carrega uma aura encantadora. 

Quando José Carlos propôs imprimir tal identidade ao imóvel, a intenção era garantir um lugar acolhedor, com uma energia para aventureiro nenhum botar defeito. “Eu me projetei na minha mãe, ela é a minha grande mentora espiritual e cultural, se eu sou quem sou é por causa dela”, declara o filho.

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Bahia tem uma biblioteca pública para cada 34 mil habitantes; no Brasil média é de 33 mil


Bahia tem uma biblioteca pública para cada 34 mil habitantes; no Brasil média é de 33 mil
Foto: Reprodução
Com 441 bibliotecas públicas, a Bahia possui uma unidade para cada 34.114 habitantes, de acordo com levantamento feito pelo G1, com base nos dados do Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas, do Ministério da Cultura, atualizados neste segundo semestre.

O número é um pouco acima da média nacional, que mostra a existência de uma biblioteca pública para cada 33 mil habitantes. O índice nacional é idêntico ao de cinco anos atrás, mesmo com a criação de mais espaços nesse período – o aumento da oferta não foi maior que o crescimento populacional. Segundo o levantamento, o estado com a maior oferta de espaços por habitante é o Tocantins. São 141 bibliotecas – uma para cada 10 mil pessoas. Já o Rio de Janeiro registra o pior índice: um equipamento para cada 111 mil.

O estado, que tem 16 milhões de habitantes, abriga apenas 148 bibliotecas. A meta do governo de zerar o número de municípios sem bibliotecas também não foi alcançada ainda. Hoje, 115 cidades ainda não contam com o equipamento de cultura. Em 2009, eram 361.

Fonte: www.bahianoticias.com.br

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Processos urbanísticos devem ser acelerados com digitalização de demandas

A prefeitura de Porto Alegre passa a utilizar, a partir desta sexta-feira (24), Sistema de Aprovação Eletrônica de Projetos de Edificações, que dá início ao sistema de digitalização de demandas urbanísticas. 

Lançado em evento nesta manha, no Salão Nobre do Paço Municipal, o programa tem a meta de reduzir de 2 anos para 30 dias a avaliação e autorização para edificações, a partir da reestruturação organizacional das secretarias, permitindo a análise simultânea a partir do protocolo por meio eletrônico.

O lançamento teve a presença de autoridades, secretários municipais, entidades ligadas à áreas e representantes do Programa Gaúcho de Qualidade e Produtividade (PGQP), parceiro na implantação do sistema. 

O novo modelo não reduz etapas, prazos ou trâmites dentro de cada secretaria. “Nada deixará de ser cumprido. Pelo contrário. Os processos terão apenas a análise simultânea por várias secretarias e órgãos ao mesmo tempo, não necessitando mais que ele entre numa fila de espera e que uma pasta aguarde a tramitação em outra”, disse explicou o prefeito José Fortunati. 

A iniciativa permite ainda o gerenciamento do tempo de tramitação dos processos nos diferentes setores da administração.

Fonte: http://jcrs.uol.com.br/ em 24.10.2014

Old Library, um passeio por uma das mais antigas bibliotecas do mundo

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Old Library
A biblioteca do Trinity College foi a segunda atração mais visitada na Irlanda em 2013, de acordo com o Trip Advisor, e deve estar na sua lista de atrações quando você visitar o país. A Old Library é uma das maiores bibliotecas de pesquisa do mundo e detém a maior coleção de manuscritos e livros impressos na Irlanda. Desde 1801 ela tem tido o direito de reivindicar uma cópia gratuita de todas as publicações britânicas e irlandesas sob os atos de direitos autorais relevantes e tem um acervo de quase três milhões de volumes alojados em um total de oito edifícios.
Imagem via Pinterest
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A Old Library é o edifício mais antigo sobrevivente do Trinity College, construído entre 1712 e 1732 e três áreas da biblioteca estão abertas aos visitantes: o piso térreo era originalmente uma colunata aberta dividida longitudinalmente por uma parede central, com o lado sul ensolarado reservado para os estudantes do Colégio. Em 1892, as arcadas foram preenchidas para formar estantes de livros. Cem anos mais tarde, em 1992, a área foi reconstruída internamente para formar a loja de souvenirs e uma nova área de exposição.
Book of Kells
O Livro de Kells (tradução em português) é famoso por sua decoração luxuosa. O manuscrito contém os quatro Evangelhos em latim com base em um texto Vulgata, escrito em pergaminho (pele de bezerro preparada), em uma versão ousada e especialista da escrita conhecida como insular majuscule.
Imagem via Pinterest
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O lugar de origem do Book of Kells é geralmente atribuído ao scriptorium do mosteiro fundado por volta de 561 por St. Colum Cille em Iona, uma ilha da costa oeste da Escócia. Em 806, após uma sequência de ataque Viking na ilha, que deixou 68 de mortos comunidade, os monges Columban refugiaram-se em um novo mosteiro de Kells, no Condado de Meath. Deve ter sido perto do ano 800 que o Book of Kells foi escrito, embora não haja nenhuma forma de saber se o livro foi produzido inteiramente em Iona ou em Kells, ou parcialmente em cada local.
O livro tem ficado em exposição na Old Library no Trinity College desde meados do século XIX, e atrai mais de 500.000 visitantes por ano.
Infelizmente fotos não são permitidas, mas você pode ver o livro em altíssima resolução neste link aqui.

Long Room
A principal seção do Old Library é a Long Room, cujos 65 metros de comprimento, aproximadamente, são preenchidos com 200.000 dos mais antigos livros da Old Library. Quando construída (entre 1712 e 1732), tinha um teto de gesso liso e as estantes só ficavam no piso térreo. Na década de 1850 essas prateleiras ficaram completamente cheias; em grande parte devido ao direito que a Old Library possuía de reivindicar uma cópia gratuita de cada livro publicado na Grã-Bretanha e Irlanda desde 1801. Em 1860, o teto foi elevado para permitir a construção do limite máximo atual e abrigar as estantes do piso superior.
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Bustos de mármore alinham-se ao longo da Long Room, uma coleção que começou em 1743, quando 14 bustos foram encomendados do escultor Peter Scheemakers. Os bustos são de grandes filósofos e escritores do mundo ocidental e também de homens ligados ao Trinity College.
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Outros tesouros na Long Room incluem uma das poucas cópias restantes da Proclamação da República da Irlanda de 1916, que foi lida em frente ao General Post Office em 24 de abril de 1916 por Patrick Pearse, no início da Revolta da Páscoa. Falamos um pouco sobre esse evento neste post aqui. A harpa é a mais antigo da Irlanda e, provavelmente data do século 15. Ela é feita de carvalho e salgueiro, com 29 cordas de latão. Ela é o modelo do emblema oficial da Irlanda.
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Lembrando que você pode fazer um tour guiado pelos próprios estudantes do Trinity College, a qual permite que você tenha acesso à Old Library também. Para maiores informações sobre o tour, clique aqui.
E se você ainda não viu o nosso vídeo da Culture Night que começa no Trinity College, é só dar o play aqui embaixo!