quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Com 40 mil livros no acervo, Biblioteca Municipal mudará de local

A biblioteca municipal Lobivar de Matos, no Instituto Luiz de Albuquerque (ILA), em Corumbá,será transferida provisoriamente pois o prédio passará por restauração que, segundo as previsões, deverá durar dois anos. O trabalho de higienizar, restaurar, separar e guardar todo o acervo começou há dois meses, mas muitos livros ainda estão nas prateleiras.

Segundo a coordenadora do Núcleo de Arquivo e Memória Público de Corumbá, Kíase Moraes, o processo é demorado e muito detalhista. “Ter apenas quatro funcionários também não ajuda, mas temos alguns voluntários que estão sempre aqui ajudando no que podem”, explica ela. De acordo com Kíase, a previsão para a conclusão do trabalho é dezembro.
Biblioteca funciona no Instituto Luiz Albuquerque 
(Foto: Divulgação)

A fusão da biblioteca municipal com a estadual, Gabriel Vandoni, contribuiu para que o prazo se estendesse. “Passamos de 10 para 40 mil livros. Além da triagem, estamos fazendo também uma catalogação da outra biblioteca”, releva Kíase.

Higienização
A higienização de um livro antigo é muito delicada. São necessários vários equipamentos como luva, máscara e pinceis. “Mas não usamos nenhum tipo de material químico, até porque não temos nem um espaço apropriado. Esperamos que quando nossa biblioteca ficar pronta, tenhamos uma sala de restauração com tudo o que precisamos”, diz a coordenadora.
O grampo, que une as páginas dos livros, também é um problema. Com o passar do tempo, ele danifica o livro, pois enferruja. É necessário retirá-lo e costurar o volume com linha.

Parceria
A biblioteca também fechou, no início do ano, uma parceria com a fundação Dorina Norwill, que envia, de forma gratuita, livros totalmente em braile. Como a linguagem ocupa muito volume, um livro de 500 páginas, como “A menina que Roubava Livros”, por exemplo, precisa ser dividido em 11 partes.
“A biblioteca deve ser para todos, sem exceção. E antes, os cegos não podiam vir aqui porque não havia nada que eles pudessem ler. Poder recebê-los agora, com livros atuais, interessantes e gostosos de serem lidos é uma realização pra gente”, comenta a coordenadora.

Novo local
O próximo endereço da biblioteca municipal ainda não foi definido. Para ser remanejado, o acervo precisa de um espaço que, além de comportar os 40 mil volumes, permita ainda a visitação.
“Por lei, a biblioteca, sendo pública, não pode fechar. Ela é a única que temos na cidade, então a população não pode ficar sem. Precisamos levá-la para um local que tenha a estrutura adequada para uma biblioteca em funcionamento, não apenas um depósito”, explica a historiadora e voluntária Ramona Ortis dos Santos.  

Fonte: www.correiodoestado.com.br em 30.10.2014

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Importância do livro e de ler bons livros

O livro é uma das maiores invenções que o homem tem acesso, por meio do livro são transmitidos conhecimentos, culturas de diversos povos e a história do homem não só é preservada como também transmitida de geração para geração. A importância do livro é indiscutível e neste artigo veremos a importância de ler bons livros.

Conhecimento

Bons livros transmitem conhecimento ou saberes. O conhecimento humano deve muito aos livros que permitiu que uma geração mostrasse a geração futura o que ela aprendeu, seus testes, pesquisas e resultados bem sucedidos de trabalhos feitos por homens de sua época. Quando lemos bons livros estamos nós interagindo e abstraindo o conhecimento de outras pessoas sobre os mais diversos assuntos.
Senso crítico
Bons livros nos ajuda a desenvolver o nosso senso crítico, isto é, a capacidade de ler e interpretar cenários a nossa volta e ao mesmo tempo nos posicionar de maneira efetiva e contundente quer a favor, quer contra ou ainda com uma postura neutra. Quando criticamos algo precisamos fazer baseado em parâmetros concretos e precisamos demonstrar não só o conhecimento de causa, mas capacidade de discernir entre o simples e o complexo, o trivial e o inovador e assim por diante.

Cultura

A importância de lermos bons livros é que eles transmitem cultura, pois pessoas que leem pouco tende a ter pouca cultura. Por cultura entenda: estilos de vida, arte, modos de pensar e relacionar-se dentro de uma sociedade ou com outros povos. Através da leitura podemos conhecer detalhes surpreendentes do mundo ao nosso redor.

Melhora a escrita

Outra grande contribuição que o livro pode dar a uma pessoa é ajudá-lo a desenvolver a escrita ou a redação. Pessoas que leem pouco tendem a escrever mal. Quando escrevemos nós estamos reproduzindo de uma maneira direta ou indireta aquilo que sabemos, como sabemos, e que argumentos usaremos para apresentar este conhecimento. O hábito da leitura de livros poderá nos ajudar a desenvolver nossos argumentos, palavras, uso do idioma, entre outros recursos tão importantes para o desenvolvimento de uma redação aceitável.

Prazer

Por fim concluímos que a leitura também é prazerosa especialmente quando escolhemos bons livros para ler, o prazer da leitura está no fato de que muitos livros nos leva a viver a história ou local sobre o qual o livro foi escrito. Não é simplesmente uma leitura, mas é um convite a uma viagem junto com o autor. Naturalmente que bons autores fazer isso e levam de fato seus leitores a viver aquilo ou pelo menos parte daquilo que ele mesmo viveu.
Fonte: www.educacao.cc

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Acervo da Comissão da Verdade pode ajudar na prova do Enem

Documentos de presos políticos, como Miguel Arraes, estão disponíveis.
Professor Paulo Chaves aborda momentos do golpe que completou 50 anos.


Entender o golpe de 1964, quando os militares instauraram um regime de ditadura no Brasil, pode ser essencial para as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano. Além de o tema ser recorrente nas avaliações, o fato histórico completou 50 anos em 2014. O período, que ainda levanta muitas questões envolvendo democracia e direitos humanos, pode ser abordado na prova de história.
Em Pernambuco, os alunos que se preparam para o vestibular devem estar atentos ao noticiário e ao material disponível sobre o regime militar. A Comissão Nacional da Verdade (CNV) e a Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Hélder Câmara (CEMVDHC) vêm desenvolvendo diversos trabalhos com o objetivo de investigar violações de direitos humanos ocorridas entre 18 de setembro de 1964 e 5 de outubro de 1988.
Neste mês, no Recife, militares suspeitos de ter envolvimento em casos de tortura em Pernambuco durante o regime foram ouvidos pela comissão. Também em outubro, ex-presos políticos foram convidados a reconhecer instalações que serviram como locais de prisão e tortura.
Desde o dia 1º de outubro, a CEMVDHC disponibilizou, no site da Companhia Editora de Pernambuco (Cepe), parte do acervo com vários documentos do período, como relatórios sobre assassinatos, prontuários e documentos pessoais, judiciais e policiais de presos políticos. Entre eles, os prontuários de Dom Hélder Câmara, ex-arcebispo de Olinda e Recife que foi perseguido pelo governo militar, e do ex-governador de Pernambuco Miguel Arraes, deposto um dia após o golpe.
Documentos como o prontuário de Dom Helder Câmara estão disponíveis em um acervo digital. (Foto: Divulgação)Documentos como o prontuário de Dom Helder Câmara
estão disponíveis em um acervo digital. (Foto: Divulgação) 
“A gente sabe que, durante a ditadura, a censura impediu a divulgação não apenas dos documentos, mas dos próprios fatos. Vivemos um momento em que nem o nome de Dom Hélder podia aparecer no noticiário”, diz o coordenador da CEMVDHC, Fernando Coelho. De acordo com ele, todos os fatos que forem comprovados serão levados a conhecimento público. “Não temos o poder de julgar, temos o poder de revelar a verdade e divulgá-la é o nosso objetivo”, completa.
Para o professor de história Paulo Chaves, a comissão vem resgatar a história de um momento complicado para a sociedade brasileira. “No momento em que existe essa preocupação em chamar essa Comissão da Verdade para colocar indivíduos para depor, o governo sinaliza para punir ou, pelo menos, sinaliza com a possibilidade de fazer justiça em relação aos acontecimentos nefastos do período”, diz.
Os acontecimentos aos quais o professor se refere estão relacionados ao tolhimento das liberdades. “Não era mais admissível que, num país democrático, essa impunidade fosse mantida. A Comissão da Verdade vem abrir esses arquivos e tentar apontar alguns responsáveis que ainda podem responder por aquelas atrocidades. Mesmo sendo tarde, eu acredito que ela é importante nesse aspecto”, ressalta.
Entre os documentos disponíveis no acervo digital, o docente destaca os relativos ao ex-arcebispo Dom Hélder Câmara. “Ele estava ligado a um movimento da Igreja Católica no Brasil, de vanguarda, com muitos seminaristas na América Latina que se manifestavam contra a ditadura: o movimento chamado de Teologia da Libertação”, diz. Dom Hélder denunciava as torturas cometidas pelos militares e tentava organizar a sociedade para combater a ditadura e libertar o País. “É importante destacar o papel revolucionário dele, até porque grande parte da Igreja foi omissa ao que estava acontecendo”, ressalta.
Para ele, acessar o conteúdo disponível na internet relativo ao período de ditadura aumenta a bagagem do candidato e pode ajudar na hora da prova. “Inclusive, o Enem pode usar fragmentos desses documentos para sugerir análises”, diz.
 
GUIA DO ENEM
Provas serão dias 8 e 9 de novembro
A partir desse momento, o governo americano passa a financiar golpes na América Latina. “Isso é fartamente documentado através de um projeto chamado ‘Brother Sam’, que prova que eles realmente financiaram golpes. É interessante a gente perceber que o Brasil não estava isolado”, completa.
Após o golpe no Brasil, o professor destaca a imposição dos Atos Institucionais (AIs), principalmente o AI-5, promulgado em 1968 pelo então presidente Costa e Silva. “Esse foi terrível. Permitia que o próprio presidente cassasse qualquer mandato político ou direito civil de qualquer cidadão. Fora isso, também permitiu o confisco dos bens de presos e exilados políticos”, conta.
Outro ponto importante é o movimento de distensão da ditadura, quando os militares começam a perder forças. “É o processo de reabertura, que começa com Geisel e se consolida com Figueiredo. Dentro dessa questão, estão os movimentos como as Diretas Já e a emenda Dante de Oliveira, que propunha eleição direta para presidente”, detalha o professor.
O candidato também deve estar atento aos movimentos culturais que nasceram no período. “A Tropicália, as músicas de protesto, o cinema novo de Glauber Rocha e Nelson Pereira e o teatro, com Gianfrancesco Guarnieri. Tudo isso é uma crítica ao período”, pontua.
Fonte: www.g1.globo.com em 27.10.2014