sábado, 4 de abril de 2015

Museu nos EUA entrega a agentes peças roubadas de templos indianos

Um dos objetos antigos que supostamente foram roubados na Índia e foram parar no Museu de Arte de Honolulu (Foto: Caleb Jones/AP)Um dos objetos antigos que supostamente foram roubados na Índia e foram parar no Museu de Arte de Honolulu (Foto: Caleb Jones/AP)
Um museu americano entregou às autoridades do país sete objetos antigos que podem ter sido roubados de templos e construções budistas da Índia. O Museu de Arte de Honolulu está colaborando com uma investigação internacional sobre antiguidades roubadas da Índia e contrabandeadas para os Estados Unidos.
Autoridades afirmam que a instituição não tem culpa, já que não tinha conhecimento da proveniência dos itens quando os adquiriu, entre 1991 e 2003.
Os agentes dizem que os itens foram supostamente contrabandeados para os Estados Unidos por um negociante de arte. O comerciante, Subhash Kapoor, foi preso em 2011 e aguarda julgamento na Índia. Autoridades dizem que Kapoor criou falsos documentos de procedência para as antiguidades ilícitas.
Agentes aduaneiros dos EUA levarão os itens para Nova York para que, eventualmente, possam ser devolvidos ao governo da Índia.
Denúncia
Mais um objeto que está sendo alvo de investigação (Foto: Caleb Jones/AP)Mais um objeto que está sendo alvo de investigação (Foto: Caleb Jones/AP)
No ano passado, um visitante do museu viu o nome da galeria de Kapoor como a fonte de um objeto de terracota de 2 mil anos de idade e avisou as autoridades sobre a possível procedência ilícita, disse Stephan Jost, diretor do museu. O investigado vendeu mais cinco itens para o museu e doou uma sexta peça.
O museu de Honolulu está sendo saudado por ser a primeira instituição americana a dar publicidade à história e cooperar totalmente com a investigação, chamada de “Operação Ídolo Escondido”, que já gerou quatro prisões e recuperou milhares de peças no valor total de US$ 150 milhões.
"Possuir material roubado não faz parte da nossa missão", disse Jost. "Eu não tenho acredito que fizemos algo heroico. Nós apenas queremos fazer a coisa certa." Museus de arte norte-americanos estão tornando mais rigorosa a apreciação da história dos objetos que adquirem, disse Jost.
Fonte: www.g1.globo.com em 02.04.2015

sábado, 28 de fevereiro de 2015

Achados arqueológicos no Centro do Rio ajudam a desvendar mistérios do século 16

Agência Brasil

Prestes a completar 450 anos, neste domingo (1º),  a cidade do Rio de Janeiro não tem edifícios de seus primórdios ainda de pé. Nenhuma casa do século 16 sobreviveu às mudanças urbanísticas e à especulação imobiliária dos últimos quatro séculos. Por esse motivo, descobertas recentes no centro da capital fluminense prometem ajudar a revelar segredos ainda escondidos sobre hábitos e costumes desses primeiros habitantes "cariocas".
Em um terreno de 800 metros quadrados, na esquina da 1º de Março com a Rua do Rosário, no centro, arqueólogos encontraram estruturas remanescentes do final do século 16, sob edificações mais novas. Além de cachimbos nativos, louças, cerâmicas e outros materiais de uso cotidiano, arqueólogos encontraram estruturas das estacas que ergueram as casas mais antigas, possivelmente de 1580.
Uma das responsáveis pela pesquisa no local, Jeanne Cordeiro, do Laboratório de Arqueologia Brasileira, explicou que será possível, pelas marcações encontradas, traçar um desenho dessas casas ocupadas a partir de 1580. Naquela época, a 1º de março chamava-se Rua Direita.
“Temos cozinhas, um vaso turco que seria um banheiro precário, quintais fechados, pátios com poço para captação de água. Esse todo nos ajuda a entender esse Rio de Janeiro, o que ele significa e por que nós somos dessa maneira”, disse ela, ao lembrar que a maioria das casas daquela época era feita com estuque e coberta com palha e sapê. Poucas tinham telhas. “Eram estruturas muito frágeis. Somente no fim do século 16, início do século 17, começam a construir casas em pedra e cal, mais duradouras.”
Ali será construído um edifício do Banco Bradesco. Nos últimos dez anos, a lei determina que toda obra de grande porte deve ter uma equipe durante o processo de escavações para estudo de impacto arqueológico. Algumas das estruturas encontradas ficarão expostas no novo edifício. “O poço, por exemplo, será preservado e ficará no hall do banco, será um espaço de memória”, informou.
Jeanne explicou que o sítio pesquisado era um lote só, que se estendia da Rua do Rosário até a da Alfândega. A partir do século 17, por volta de 1623, começou a ser dividido em lotes menores até chegar a sete. Era composto por casas térreas e sobrados com três andares.
Os arqueólogos constataram que uma das casas pertenceu ao nobre português Manuel de Brito, dono de terras, que chegou ao Brasil com Estácio de Sá, fundador da cidade. Documentos apontam que o atual Mosteiro de São Bento ocupa o terreno que ele doou aos beneditinos.  As pesquisas também revelaram que um nativo chamado Martinho índio morou no local. “Mas esperamos, com mais estudos, compreender que tipo de habitação ele possuía”, ressaltou Jeanne.
Para a arqueóloga Angela Buarque, do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), os achados têm grande relevância histórica, sobretudo, devido à falta de documentos e culturas materiais desse período de formação da cidade.
“A partir do século 18, 19, há muito registro, mas sobre o século 16, em particular para essa ocupação, os dados são precários. A maior parte se perdeu. O registro agora, como está sendo feito, pode trazer no futuro dados fundamentais sobre esse período," comentou. “Existem informações escassas sobre sítios do século 16, não conheço nem uma única publicação de arqueologia sobre o centro do Rio de Janeiro que abarque o século 16”, informou ela. 
A arqueóloga lembrou que um incêndio na antiga Câmara dos Vereadores em 1790 destruiu a maior parte do acervo daquela época. “Esses achados [na 1º de Março] acabam suprindo carências desses dados primários, desses documentos que foram destruídos.”
Outro aspecto interessante sobre o sítio arqueológico da 1º de Março, segundo ela, é o fato de que no terreno há camadas de diferentes períodos históricos que revelam as diferentes ocupações e as transformações no espaço de viver.
Angela ressaltou que pouco se sabe sobre o episódio em que grupos indígenas Tupi ajudaram os portugueses a expulsar os franceses da região, na segunda metade do século 16. O cacique Arariboia, líder de uma dessas tribos, ganhou dos portugueses terras onde hoje se encontra Niterói, cidade na região metropolitana fundada por ele. “Antes, esses grupos viveram na região do centro do Rio. A cultura material tem ajudado a esclarecer esse momento histórico”, completou.
Fonte: www.jb.com.br em 28.02.2015

Acervos e interatividade nos museus a um clique dos usuários

Visitas virtuais aos museus de todo o mundo, inclusive os do Brasil, estão ficando cada vez mais interativas, com jogos, e-books e cursos à distância entre as opções.


Germana Macambira

O Museu do Homem do Nordeste, no Recife, deve apresentar novidades na interatividade com o usuário da internet / Divulgação

O Museu do Homem do Nordeste, no Recife, deve apresentar novidades na interatividade com o usuário da internet. Divulgação

Aproximar os admiradores das artes plásticas de seus ídolos; trazer aos nossos dias obras seculares; fazer com que, mesmo de muito longe – geograficamente _ possamos interagir com os mais importantes acervos de obras de arte do mundo. Aplicativos e demais ferramentas digitais oferecidas, a cada dia mais, pelos museus do Brasil e de vários cantos do mundo, transformam a interatividade e a tecnologia numa espécie de intimidade: dos já conhecidos tour virtuais a ferramentas que possibilitam uma maior aproximação do usuário com a obra do artista. 

A novidade, impulsionada pela Google Art Project, ferramenta lançada em 2011, satisfaz o admirador das obras de Van Gogh, por exemplo, que pode baixar aplicativos de imagens do artista, para contemplá-las no papel de parede do celular, mas também atende a crianças e adolescentes que desejem interagir com os museus, sem sair de casa.

Sempre que a publicitária Tereza Cristina Araújo pergunta ao filho, se ele quer fazer (mais) uma visita ao museu, a resposta vem em forma de curiosidade: “Para onde vamos dessa vez?”. Aos 10 anos, Filipe Assis Araújo já percorreu, virtualmente, alguns desses espaços. O The British Museum, na Inglaterra, foi o escolhido, na última ‘viagem’ feita com a mãe, especificamente na seção para crianças de 7 a 11 anos. Por lá, fez o download de um arquivo que contava a história das primeiras moedas do mundo. 

Foi dessa forma – navegando pelas possibilidades que os sites oferecem – que ele conheceu alguns dos mais ricos espaços em história, arte e cultura. “Sempre tive paixão por obras e acervos, dos mais variados. E a conveniência de ter acesso a tudo isso, sem sair de casa, é fascinante. Meu filho segue os meus passos desde os 3 anos. Às vezes, é ele quem me chama para mais uma viagem”, contou a publicitária.


No Museu do Prado, em Madri, é possível participar-se de cursos de arte à distância. No Brasil, a Pinacoteca de São Paulo disponibiliza e-books dos catálogos, que podem ser ‘folheados’ em computadores desktops, tablets e e-readers. O Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM) tem os aplicativos MAM Coleção e MAM Quebra Cabeça. Este, com um conteúdo mais lúdico, em que é possível brincar com cerca de 51 obras da coleção, embaralhadas em peças que podem, depois de montadas, ser compartilhadas nas redes sociais, por exemplo.

O Museu do Homem do Nordeste, no Recife, garante estar fazendo investimentos para aprimorar a comunicação virtual. “Em breve, será oferecido um site com exposições virtuais, além dos recursos que estão sendo viabilizados para oferecer, no museu, tablets com roteiro de visita em três línguas”, comentou Maurício Antunes, coordenador geral de museologia da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj).

INFOGRÁFICO

Interatividade dos museus
INTERAÇÃO
A tecnologia não faz oposição à contemplação, a poucos metros de distância, da Mona Lisa, da Vênus de Milo, de obras-primas de Rembrandt e Michelangelo ou de representações de animais e faraós do Egito antigo – acervo que faz parte do Museu do Louvre, em Paris. Na verdade, a ideia é que ela funcione como parceira das visitas presenciais, quando possíveis. Pelo menos essa é a opinião de quem reconhece os benefícios virtuais de acesso a uma obra de arte sem, no entanto, abrir mão da experiência (real) de vislumbrá-los pessoalmente.

“É fantástico poder passear por inúmeros museus de todo o mundo, que hoje oferecem a experiência de uma exposição virtual. Mas é melhor ainda viver essa experiência. Eu posso passear virtualmente pelo Louvre, mas é só indo naquele espaço social internacionalizado que posso, na interação com os outros, descobrir o que pensam as pessoas sobre as riquezas que foram parar naquele museu”, completou o coordenador.

A propósito, a publicitária Tereza Cristina já foi até o Museu do Louvre. Indagada sobre as experiências de visitas pessoais e virtuais, ela acrescentou: “Consegui ir uma única vez a Paris. Claro que fui ao Museu do Louvre. Mas foi voltar para casa e acessar, além dele, outras dezenas de museus que me fascinaram tanto quanto a minha ida ao Louvre”, revelou a mãe de Filipe, que deve viajar, nos próximos dias, para São Paulo. E tem, na programação, idas ao MAM, ao Masp e ao Museu do Futebol. “Quero que ele conheça de perto a cultura dos museus. Mas manter esse hábito de conhecimento, no dia a dia, só é possível através do mundo virtual”, admite.

Fonte: www.jconline.com.br em 28.02.2015

Após 'EI' destruir antiguidades, Iraque reabre museu fechado desde invasão americana

Credito: Reuters
Alguns itens do museu não puderam ser saqueados durante a guerra
O Museu Nacional do Iraque foi reaberto oficialmente em Bagdá, 12 anos depois de ter sido fechado após a invasão ao país liderada pelos Estados Unidos.
Muitas das antiguidades roubadas durante a guerra já foram recuperadas e restauradas.
A abertura do museu foi antecipada em resposta a um vídeo do grupo ato denominado Estado Islâmico que mostrou estátuas sendo destruídas em outro museu do país, em Mosul.
O primeiro-ministro iraquiano Haider al-Abadi prometeu punir os responsáveis.
"Esses bárbaros, terroristas criminosos estão tentando destruir o patrimônio da humanidade e da civilização do Iraque", disse Abadi durante a abertura do museu.
"Vamos perseguí-los para fazer com que paguem por cada gota de sangue derramada no Iraque e pela destruição da civilização do Iraque.''

Credito: AFP
Primeiro-ministro iraquiano Haider al-Abadi inaugura oficialmente o museu
Credito: AFP
Esta obra data do século 8 A.C. - e há outras mais antigas no museu
Credito: AFP
Mesopotâmia desenvolveu escrita antes de outras civilizações
Credito: AFP
Cerca de um terço das 15 mil peças levadas foi recuperado

A Unesco pediu uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU para discutir como proteger a herança cultural do Iraque.
O vice-ministro do Turismo e das Antiguidades iraquiano, Qais Hussein Rashid, disse à AFP que as ações do "Estado Islâmico" os estimulou a abrir o museu.
"Os eventos em Mosul nos levaram a acelerar nosso trabalho e queríamos abrir hoje como uma resposta ao que as gangues de Daesh fizeram", disse, usando um acrônimo em árabe para o "Estado Islâmico".
O Museu do Iraque estima que cerca de 15 mil itens tenham sido levados no caos que se seguiu à queda de Saddam Hussein. Quase um terço foi recuperado.
A coleção abrange 7 mil anos de história, incluindo o período da Mesopotâmia - como o Iraque foi chamado durante a maior parte da história humana -, considerado o berço da civilização.
A realidade moderna no Iraque é mais violenta. As áreas em torno de Bagdá continuam a vivenciar a violência diariamente - pelo menos 25 pessoas foram mortas em dois ataques separados ao norte da capital neste sábado.
Fonte: BBC Brasil em 28.02.2015 - www.bbcbrasil.com.br