Mostrando postagens com marcador Rio450. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Rio450. Mostrar todas as postagens

sábado, 28 de fevereiro de 2015

Achados arqueológicos no Centro do Rio ajudam a desvendar mistérios do século 16

Agência Brasil

Prestes a completar 450 anos, neste domingo (1º),  a cidade do Rio de Janeiro não tem edifícios de seus primórdios ainda de pé. Nenhuma casa do século 16 sobreviveu às mudanças urbanísticas e à especulação imobiliária dos últimos quatro séculos. Por esse motivo, descobertas recentes no centro da capital fluminense prometem ajudar a revelar segredos ainda escondidos sobre hábitos e costumes desses primeiros habitantes "cariocas".
Em um terreno de 800 metros quadrados, na esquina da 1º de Março com a Rua do Rosário, no centro, arqueólogos encontraram estruturas remanescentes do final do século 16, sob edificações mais novas. Além de cachimbos nativos, louças, cerâmicas e outros materiais de uso cotidiano, arqueólogos encontraram estruturas das estacas que ergueram as casas mais antigas, possivelmente de 1580.
Uma das responsáveis pela pesquisa no local, Jeanne Cordeiro, do Laboratório de Arqueologia Brasileira, explicou que será possível, pelas marcações encontradas, traçar um desenho dessas casas ocupadas a partir de 1580. Naquela época, a 1º de março chamava-se Rua Direita.
“Temos cozinhas, um vaso turco que seria um banheiro precário, quintais fechados, pátios com poço para captação de água. Esse todo nos ajuda a entender esse Rio de Janeiro, o que ele significa e por que nós somos dessa maneira”, disse ela, ao lembrar que a maioria das casas daquela época era feita com estuque e coberta com palha e sapê. Poucas tinham telhas. “Eram estruturas muito frágeis. Somente no fim do século 16, início do século 17, começam a construir casas em pedra e cal, mais duradouras.”
Ali será construído um edifício do Banco Bradesco. Nos últimos dez anos, a lei determina que toda obra de grande porte deve ter uma equipe durante o processo de escavações para estudo de impacto arqueológico. Algumas das estruturas encontradas ficarão expostas no novo edifício. “O poço, por exemplo, será preservado e ficará no hall do banco, será um espaço de memória”, informou.
Jeanne explicou que o sítio pesquisado era um lote só, que se estendia da Rua do Rosário até a da Alfândega. A partir do século 17, por volta de 1623, começou a ser dividido em lotes menores até chegar a sete. Era composto por casas térreas e sobrados com três andares.
Os arqueólogos constataram que uma das casas pertenceu ao nobre português Manuel de Brito, dono de terras, que chegou ao Brasil com Estácio de Sá, fundador da cidade. Documentos apontam que o atual Mosteiro de São Bento ocupa o terreno que ele doou aos beneditinos.  As pesquisas também revelaram que um nativo chamado Martinho índio morou no local. “Mas esperamos, com mais estudos, compreender que tipo de habitação ele possuía”, ressaltou Jeanne.
Para a arqueóloga Angela Buarque, do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), os achados têm grande relevância histórica, sobretudo, devido à falta de documentos e culturas materiais desse período de formação da cidade.
“A partir do século 18, 19, há muito registro, mas sobre o século 16, em particular para essa ocupação, os dados são precários. A maior parte se perdeu. O registro agora, como está sendo feito, pode trazer no futuro dados fundamentais sobre esse período," comentou. “Existem informações escassas sobre sítios do século 16, não conheço nem uma única publicação de arqueologia sobre o centro do Rio de Janeiro que abarque o século 16”, informou ela. 
A arqueóloga lembrou que um incêndio na antiga Câmara dos Vereadores em 1790 destruiu a maior parte do acervo daquela época. “Esses achados [na 1º de Março] acabam suprindo carências desses dados primários, desses documentos que foram destruídos.”
Outro aspecto interessante sobre o sítio arqueológico da 1º de Março, segundo ela, é o fato de que no terreno há camadas de diferentes períodos históricos que revelam as diferentes ocupações e as transformações no espaço de viver.
Angela ressaltou que pouco se sabe sobre o episódio em que grupos indígenas Tupi ajudaram os portugueses a expulsar os franceses da região, na segunda metade do século 16. O cacique Arariboia, líder de uma dessas tribos, ganhou dos portugueses terras onde hoje se encontra Niterói, cidade na região metropolitana fundada por ele. “Antes, esses grupos viveram na região do centro do Rio. A cultura material tem ajudado a esclarecer esse momento histórico”, completou.
Fonte: www.jb.com.br em 28.02.2015

sábado, 7 de fevereiro de 2015

Biblioteca Rio450 reedita obra de luxo do quarto centenário da cidade

Livro de Gilberto Ferrez e Castro Maya será publicado em tamanho menor.
Coleção de obras sobre o Rio tem 65 títulos a serem lançados em 2015.
Marcelo Calero e o livro que vai ser reeditado (Foto: Lilian Quaino/G1)
Marcelo Calero e o livro que vai ser reeditado (Foto: Lilian Quaino/G1)

No ano em que completa 450 anos, o Rio de Janeiro não para de ganhar presentes. Entre eles, uma coleção de 65 livros abordando os mais variados temas relacionados à cidade. A Biblioteca Rio450 nasce da parceria do Comitê Rio450, com a Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e a Secretaria Municipal de Cultura, que lançaram editais convocando autores para apresentar suas obras.

O carro-chefe da coleção Biblioteca Rio450 é a reedição do livro lançado há 50 anos em comemoração aos 400 anos do Rio “A Muito Leal e Heróica Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro”, obra do historiador Gilberto Ferrez  e do editor Raymundo Ottoni de Castro Maya.

O livro de luxo tem 270 páginas em que reproduz mapas, gravuras, quadros e fotografias que retratavam a cidade então quatrocentona. Parte do material pertencia à coleção do próprio Castro Maya que pode ser visto de perto no Museu da Chácara do Céu, em Santa Teresa, da Fundação Castro Maya.

Segundo Marcelo Calero, presidente do Comitê Rio450, o livro será reeditado em fac-símile – não haverá qualquer alteração em relação à edição original, sequer a atualização gramatical. Mas o livro será reeditado em tamanho menor e, como todos os outros da coleção, terá uma lombada preta com a logomarca dos 450 anos do Rio.


“A coleção é o grande legado que a gente deixa para a cidade na comemoração de aniversário de 450 anos. As efemérides se prestam a isso. Então, nada melhor do que a gente se debruçar sobre o personagem Rio e tentar relatar e registar estudos e pesquisas sobre ele da maneira mais robusta possível”, diz Calero.

Ele explica que quando o comitê começou a trabalhar no planejamento das celebrações dos 450 anos, em dezembro de 2013, seus integrantes pesquisaram tudo o que aconteceu no quarto centenário da cidade.

“A grande preocupação de Carlos Lacerda (então governador do Estado da Guanabara) foi criar publicações que estudassem a cidade em aspectos de cultura, economia, história e geografia. A gente teve a preocupação de fazer algo semelhante, de voltar mais uma vez a falar do Rio de uma forma orgânica, articulada, com esforço concentrado”, afirma Calero.

Marcelo Calero mostra uma das ilustrações do livro que vai ser reeditado (Foto: Lilian Quaino/G1)
Calero mostra uma das ilustrações do livro de
Gilberto Ferrez e Castro Maya
(Foto: Lilian Quaino/G1)
O comitê fez uma parceria com a Secretaria de Cultura, no Programa de Fomento à Cultura Carioca, que destinou R$ 1,5 milhão para livros sobre o Rio de Janeiro. Depois o comitê fez outra parceria com a Faperj, que lançou dois editais, um de publicações e outro de eventos científicos, com verba de R$ 2 milhões para o primeiro e R$ 1 milhão para o segundo.


“A parceria foi superprofícua. Serão 49 obras da Faperj, mais 16 da Secretaria de Cultura. No final, teremos uma biblioteca superconsistente e robusta, não pela quantidade, mas pela evidente    possibilidade de abarcar aspectos mais variados e esgotar o tema Rio de Janeiro”, diz o presidente do comitê.

Segundo Calero, o comitê exerceu seu papel de articulação e mobilização.
"Batemos à porta das instituições e falamos: 'Vem aí o aniversário da cidade. O que vocês podem fazer?’ O professor Ruy foi muito receptivo”, afirma Calero, referindo-se ao então presidente da Faperj, Ruy Garcia Marques .


Já o professor Ruy disse que a  fundação não poderia deixar de se associar “a tão importante ocasião”.

“Vamos contribuir, por meio desses dois programas, para destacar e promover o rico repertório artístico, científico e cultural da cidade mais conhecida e reverenciada pelos brasileiros, e uma das principais atrações turísticas do mundo”, afirmou.

Foi também batendo na porta do Museu Chácara do Céu que Calero chegou à grandiosa obra de Gilberto Ferrez e Castro Maya, “A Muito Leal e Heróica Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro”. 

“Fomos à Chácara do Céu e a diretora dos Museus Castro Maya, Vera Alencar, disse: ‘Temos aqui uma preciosidade, que eu acho que merece estar nos 450 anos’. Embarcamos no projeto”, conta Calero.
Os livros da Biblioteca Rio450 serão lançados ao longo do ano, priorizando a distribuição em bibliotecas, escolas municipais. Mas parte das edições estará à venda nas livrarias.
O livro que Marcelo Calero vai reeditar tem a lombada preta com a logomarca do Rio 450 anos (Foto: Lilian Quaino/G1)
Os livros da Biblioteca Rio450 terão a lombada preta com a logomarca do Rio 450 anos (Foto: Lilian Quaino/G1)
Estas são as obras que fazem parte da Biblioteca Rio450:
Faperj

“A história da telessaúde da cidade para o estado do Rio de Janeiro: inovando na pesquisa, na ciência e na tecnologia” – Alexandra Maria Monteiro Grisolia.

“Rio de astronomia” – Alexandre Cherman.

“Fotograficamente Rio, a cidade e seus temas” – Ana Maria Mauad Sousa Andrade Essus.

“Crônica trovada da cidade de San Sebastian do Rio de janeiro” – Anélia Montechiari Pietrani.

“História do Rio de Janeiro – pelos 450 anos de fundação da cidade” – Antonio Celso Alves Pereira.

“Os símbolos da cidade do Rio de Janeiro vistos pelos jovens cariocas” - Augusto Cesar Pinheiro da Silva.

“Colégio Pedro II: polo cultural da cidade do Rio de Janeiro. A trajetória de seus uniformes escolares na memória coletiva da cidade” – Beatriz Boclin Marques dos Santos.

“Catálogo AGCRJ cineclube Rio 450” – Beatriz Kushnir.

“O Rio de Janeiro dos imigrantes – páginas de uma cidade de muitos povos” – Camila Escudero.

“Copacabana e o parque da Chacrinha: memórias, personagens e um caso sobre o surgimento do fenômeno favelas cariocas” - Camilla Agostini.

“Rio de Janeiro, Rio de pescadores: memórias e narrativas na produção social da cidade” - Catia Antonia da Silva.

“Olhares sobre ‘A Cidade Mulher’ de Álvaro Moreyra nos 450 anos do Rio de Janeiro” - Cláudia Maria Silva de Oliveira.

“Rio em três tempos: caminhos para a sustentabilidade” - Claudio Antonio Gonçalves Egle.

“Os territórios sagrados dos cantos negros: música e memória na Grande Madureira” - Denise Barata.

“Castro Maya e a Floresta da Tijuca” - Denise Grinspum.

“Uma cartografia musical dos 450 anos do Rio de Janeiro” - Flavia de Oliveira Barreto.

“Cartografias da cidade (in)visível: cultura escrita, educação e leitura de populares no Rio de Janeiro Imperial” - Giselle Martins Venancio.

“A Biblioteca Nacional na crônica da cidade” - Iuri Azevedo Lapa e Silva.

“Largo da Misericórdia: transformações espaciais em um marco da fundação do Rio de Janeiro” - Jacques Sillos de Freitas.

“O Rio de Janeiro sob os olhos de Iemanjá - A cidade dos sambas, subúrbios, festas e mercados” - Joana d´Arc do Valle Bahia.

“Rio de indígenas e caboclos” - José Luiz Ligiero Coelho.

“O Corcovado conta histórias: nascimento e crescimento do bairro de Botafogo” - Kaori Kodama Flexor.

“Um Rio de crônicas” - Leonardo Affonso de Miranda Pereira.

“Outros espaços: celebrando a criatividade da periferia carioca” - Lilian Fessler Vaz.

“O parque do Flamengo e a cidade do Rio de Janeiro” - Lucia Maria Sa Antunes Costa.

“Caixa de história da cidade do Rio de Janeiro” - Luís Reznik.

“A viola e o violão em terras de São Sebastião” - Marcia Ermelindo Taborda.

"O sertão carioca", de Armando Magalhães Corrêa (reedição) - Marcus Venicio Toledo
Ribeiro.

“Rio 450: palavras e projetos” - Margareth Aparecida Campos da Silva Pereira.

“A Zona Oeste revisitada” - Maria Amália Silva Alves de Oliveira.

“Presença estrangeira: arquitetura no Rio de Janeiro (1905-1949)” - Maria Cristina Nascentes Cabral.

“As ciências na cidade do Rio de Janeiro: ontem e hoje” - Marta de Almeida.

“Subúrbio musical de rua do Rio de Janeiro - bairros de Madureira e Oswaldo Cruz” - Micael Maiolino Herschmann.

“Nos quintais do samba da Grande Madureira: memória, história e imagens de ontem e hoje” - Myrian Sepúlveda dos Santos.

“Rio de Janeiro centro histórico” - Nireu Oliveira Cavalcanti.

“A favela e a imagem do Rio de Janeiro: a contribuição da pesquisa de Anthony e Elizabeth Leeds nos anos 60 do século XX” - Nísia Verônica Trindade Lima.

“Objetos do Rio: 450 anos de história nos acervos públicos da cidade” - Paulo Knauss de Mendonça.

“Ruínas de um Rio fabril: memórias de uma cidade esquecida” - Paulo Roberto Ribeiro Fontes.

“Views and costumes of the city and neighborhood of Rio de Janeiro, Brazil, from drawings taken by Lieutenant Chamberlain, Royal Artillery, during the years 1819 and 1820: with descriptive explanation (Londres, printed for Thomas McLean), 1822” (reedição) - Raquel Alves Dos Santos Fabio.

“Museus do Rio: itinerários de memórias na cidade do Rio de Janeiro” - Regina Maria do Rego Monteiro de Abreu.

“Cantos do Rio: retrato literário dos bairros cariocas” - Roberto Acízelo Quelha de Souza.

“Suplemento dominical do Jornal do Brasil - antologia fac-similar” - Roberto Corrêa dos Santos.

“Desenrolo - O papel das favelas na história da cidade do Rio de Janeiro” - Rodrigo Torquato da Silva.

“A cidade imaginada: o projeto para cidade carioca e a influência da elite empresarial ao longo dos anos 1990” - Rosane Cristina de Oliveira.

“A muy respeitosa cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro” - Silvio Tendler.

“Histórias de vida e memória social” - Solange Jobim e Souza.

“Ensino, arte e academia - A Academia Imperial de Belas Artes e a constituição do campo das artes visuais no Rio de Janeiro no século XIX” - Sonia Gomes Pereira.

“O Rio por escrito” - Stefania Chiarelli Techima.

“O Rio de Valentim - Transformações urbanas e mobilidade social no Rio de Janeiro através da vida e obra de Mestre Valentim (c. 1745-1813)” - Ynae Lopes Dos Santos.

Secretaria de Cultura

“A muito leal e heróica cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro” – Raymundo de Castro Maya e Gilberto Ferrez.

“A fazenda nacional da Lagoa Rodrigo de Freitas” – Cau Barata.

“Para tudo começar na quinta-feira” -  Luiz Antonio Simas e Fábio Fabato.

“O Rio de Janeiro setentista” – Nireu Cavalcanti.

“A formação da Guanabara” – Paulo Knauss, organização.

“Promenades do Rio: a turistificação da cidade pelos guias de viagem a partir de 1873” – Isabella Vicente Perrota.

“Dossiê das matrizes do samba do Rio de Janeiro” – Nilcemar Nogueira.

“Letreiro afetivo” – Art Cultura e Serviços Artísticos LTDA.

“Caminhos da cultura: Centro Histórico do Rio de Janeiro” – Fernanda Cotta Portella Filho.

“De circo a teatro – A história do lyrico” – Francisco José Vieira.

“Memórias da cidade do Rio de Janeiro e o Rio de Janeiro no século XVII” – Vivaldo Coaracy.

“Rio Belle Époque” – Sebastião Lacerda.

“Lapa dos anos 1930 aos anos 1960” – Maria Amélia Mello

“Ficções cariocas” – Antônio Torres.

“Memória afetiva do botequim carioca” – José Octávio Giannini Sebadelhe.

“A Guanabara como natureza” – Magalhães Correia.

Fonte: www.globo.g1.com em 05.02.2015