quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Biblioteca Virtual da FAPESP é apresentada como exemplo de acesso aberto

Publicado em: 15/10/2014

Por Diego Freire Agência FAPESP – A experiência da Biblioteca Virtual (BV) da FAPESP foi apresentada como modelo de disponibilização pública da informação científica na 5ª edição da Conferência Luso-Brasileira de Acesso Aberto (Confoa), realizada em Portugal, de 6 a 8 de outubro, pela Universidade de Coimbra em parceria com o Ministério da Ciência e Educação de Portugal e o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict).
O objetivo da conferência, resultado de um memorando de entendimento assinado entre os governos de Portugal e do Brasil em 2009, é promover e discutir práticas e pesquisas sobre o acesso aberto, servindo ao desenvolvimento de políticas e investigações da área.
Representando a Biblioteca Virtual, as bibliotecárias Fabiana Andrade Pereira e Paula Hashimoto apresentaram o trabalho “BV-FAPESP: um modelo de biblioteca virtual para democratização do acesso à informação pública no Brasil”, que tratou da Lei de Acesso à Informação (LAI) e das contribuições da FAPESP ao seu cumprimento.
Em vigor desde 2011, a Lei de Acesso à Informação garante aos cidadãos brasileiros o direito de acessar informações sob a guarda das instituições públicas e determina como deve ocorrer a difusão dos dados disponíveis. De acordo com a LAI, o acesso deve ser garantido por meio de mecanismos e ferramentas de pesquisa de conteúdo, para facilitar a localização da informação de “forma objetiva, transparente, clara, atualizada e em linguagem de fácil compreensão”.
De acordo com Pereira, em razão de suas características técnicas, a BV contribui para o atendimento da LAI, tornando acessível à sociedade civil a informação referencial sobre os auxílios e bolsas apoiados pela FAPESP. “A normalização técnica, o uso de tecnologias apropriadas e as informações com valor agregado à BV-FAPESP reforçam a visibilidade dos conteúdos disponíveis em suas interfaces públicas de acesso aberto, atendendo às exigências da lei e indo além ao oferecer facilidades ao usuário. Sem a Biblioteca Virtual, toda essa informação ficaria restrita aos sistemas informacionais internos da Fundação”, disse à Agência FAPESP.
Para a bibliotecária, a BV, como fonte primária de divulgação da pesquisa científica, pode servir como modelo de gestão da informação no armazenamento, organização, tratamento, disseminação e acesso aberto à informação pública. “Isso porque a biblioteca apresenta soluções eficientes no cumprimento das determinações da LAI e não possui barreiras físicas ou geográficas”, explicou.
Hashimoto destacou que a importância da BV, como canal de divulgação da informação pública, é enfatizada pela quantidade de acessos à plataforma – mais de 4 milhões em 2013. “Esses resultados se referem a visitas diretas à BV e também por meio do portal da FAPESP e de buscadores na Web, com usuários de mais de 200 países, destacando-se Portugal, Estados Unidos e Índia.”
Essa relevância também foi destacada por participantes do Confoa, contou Pereira. “A BV foi citada em outra apresentação como bom exemplo de sistematização do acesso à informação, principalmente quando comparada às outras agências de fomento federais e estaduais brasileiras, o que coloca o Brasil em uma boa posição diante da comunidade científica internacional.”
A bibliotecária acredita, no entanto, que ainda é preciso valorizar mais o acesso aberto no país. “Podemos observar que, na Europa, muitos países buscam seguir os princípios do Programa Horizon 2020. Com isso, as publicações com acesso aberto são importantes inclusive para a obtenção de financiamento e há um movimento natural dos pesquisadores para publicar nesse formato”, afirmou. “No Brasil, a disponibilização de informações ainda está muito atrelada à obrigação formal, sobretudo à necessidade de publicar em determinadas revistas para se obter méritos, mas cujo conteúdo permanece fechado para assinantes. É preciso uma mudança de cultura nesse sentido.”
Pereira e Hashimoto apresentaram no trabalho os demais canais de divulgação científica, como a Agência FAPESP, a revistaPesquisa FAPESP e o boletim interno FAPESP na Mídia. O desenvolvimento da apresentação também contou com a participação de Rosaly Fávero Krzyzanowski, coordenadora da BV, Thais Fernandes de Morais, supervisora do Centro de Documentação e Informação da FAPESP, e Inês Maria de Morais Imperatriz, bibliotecária.
Fonte: www.redenoticia.com.br em 15.10.2014

Projeto transforma refrigerador em biblioteca itinerante

Um grupo de 60 crianças da Vila Torres, atendidas durante o horário de contraturno escolar pelo espaço Passos da Criança, conheceu a Refriteca e participou de atividades diferentes, como a contação de histórias. A Refriteca, projeto da Electrolux realizado com a parceria do Pró-Cidadania, está sendo lançado e transforma refrigeradores em biblioteca itinerantes.
A Refriteca circulará as instituições atendidas pelo Parceria Nota 10, projeto do Pró-Cidadania. Os livros da biblioteca, cerca de 150 exemplares e escolhidos de acordo com a faixa-etária das crianças, são do acervo da empresa ou doados por colaboradores.
“Ficaram ansiosos pela chegada da biblioteca. Explicamos a eles que além de matar a fome, nossa geladeira especial, através dos livros, alimenta a alma e a criatividade”, disse a psicopedagoga do Passos da Criança Lea Aparecida Barnabé.
Entre os títulos estão livros diversificados, como obras de literatura, infanto-juvenil, biografias, obras de culinária, artes, artesanato, política, esporte, música, saúde, livros informativos, periódicos e diferentes materiais de leitura como revistas e gibis.
“A ideia é muito interessante porque além de incentivar a leitura dentro das instituições, promove também o lazer e a cultura na comunidade”, explicou o supervisor de Ação Social do Pró-Cidadania, Rodolfo Schneider.
“Eu adorei. Queria poder ter essa geladeira em casa”, contou Lucas dos Santos, de 7 anos. Mayara Gabriela de Oliveira, de 8 anos, disse que a parte favorita das atividades foi a contação de histórias. “Parecia que eu estava vendo um filme do João o Pé de Feijão”, falou.
De acordo com Bárbara Calado, do setor de responsabilidade social da Electrolux, o tempo de permanência da mini biblioteca no projeto social pode variar. Serão 30 dias para instituições com até 80 crianças e 50 dias para instituições com mais de 81 crianças. Após este período o refrigerador-biblioteca será retirado e levado para outra escola/instituição cadastrada pelo Pró-Cidadania.
“Neste tempo, a garotada, com o auxílio das professoras, pode aproveitar como quiser a biblioteca. A reação tão positiva das crianças nos surpreendeu hoje e ficamos muito contentes”, explicou Bárbara.
Fonte: http://www.bemparana.com.br em 14.10.2014

Aposentado compra apartamento vizinho para montar uma biblioteca

Antoine, de 78 anos, comprou apartamento em Santos para guardar obras.

Aposentado acabou se especializando e gosta de debater história.

Guilherme LucioDo G1 Santos
Um aposentado de Santos, no litoral de São Paulo, vive, literalmente, cercado de livros. Antoine Abdid, de 78 anos, precisou comprar o apartamento vizinho para conseguir guardar um acervo de cinco mil livros adquirido ao longo de toda a vida.
Abdid explica que não foi fácil comprar o apartamento ao lado. "Meu vizinho queria alugá-lo, mas não adiantava. Eu precisava de um lugar fixo para guardar meus livros, eu estava irredutível. Conversei com um dos filhos dele, que convenceu o pai", disse.
Segundo o aposentado, a biblioteca não é pública. "É difícil você emprestar livros para pessoas que você não conhece. Para os meus amigos e conhecidos, até empresto alguns, pois acho importante a leitura e o acesso a ela. O acervo que tenho é pessoal", conta Abdid.
Seo Antoine, que nasceu em Damasco, capital da Síria, explica que sua paixão por livros começou em São Paulo. “Eu parei de estudar no colegial. Porém, na minha época existia muito debate sobre política, história, economia e religião. Isso aguçou a minha curiosidade. Foi assim que comecei a recorrer aos livros”, explica.

Ainda na adolescência, Antoine se mudou para o bairro José Menino, onde vive atualmente. No início, ele contava com apenas 30 obras. Hoje, sua biblioteca particular possui milhares de livros de história, religião, filosofia e antropologia.
Aposentado comprou apartamento ao lado para guardar livros (Foto: Guilherme Lucio/G1)Aposentado comprou apartamento ao lado para guardar livros (Foto: Guilherme Lucio/G1)
O aposentado conta que marca cada livro com uma etiqueta. “Leva um certo tempo e dá trabalho. Tiro uma cópia da capa e colo na parte lateral. Além disso, vou a sebos e pego capas reforçadas que foram descartadas para colocar nos exemplares”, diz.
Além dos livros, o idoso também coleciona algumas centenas de DVDs. "Isso me mantém ativo. Mesmo com uma certa idade, precisamos nos manter ativos e fazer algo que gostamos. E os livros são a minha paixão", afirma.
“Marx era igual a Jesus Cristo. Acreditava que o homem era bondoso, misericordioso"
Antoine Abdid,
78 anos
Comunismo
Antoine se diz um homem apaixonado por história, que considera fundamental na vida do ser humano. “Nós precisamos conhecer a nossa história. Precisamos saber o que aconteceu no passado, quais foram os erros e quais foram os acertos. Não entendo como as escolas de hoje têm tão poucas aulas de história”, afirma.
Católico apostólico romano e ex-comunista, o aposentado explica o motivo pelo qual acredita que o sistema não deu certo. “A Rússia, que foi onde o comunismo teve ínicio, não era um país preparado para esse sistema. Talvez, se o primeiro país a implantar o comunismo tivesse sido a França ou a Inglaterra, ele poderia ter dado certo. Karl Marx era igual a Jesus Cristo. Acreditava que o homem era bondoso, misericordioso. Mas, na vida real, as coisas não funcionam bem assim. O homem é mau, vive conspirando, só pensa no próprio bem estar. O homem é o lobo do homem”, desabafa.
Antoine também tem uma teoria sobre o início das religiões. "Tudo teve início no Egito. Foi lá que as religiões, próximas ao que conhecemos hoje, tiveram início. Depois foi para a Grécia e o Oriente", diz.
Para Antonie, Karl Marx pensava como Jesus Cristo (Foto: Guilherme Lucio/G1)Para Antoine, Karl Marx pensava como Jesus Cristo (Foto: Guilherme Lucio/G1)
Mein Kampf
Livro de Hitler faz parte da coleção do aposentado (Foto: Guilherme Lucio/G1)Livro de Hitler faz parte da coleção do aposentado
(Foto: Guilherme Lucio/G1)
Dentre os milhares de livros de seu acervo, Antoine tem alguns exemplares mais "exóticos", outros raros, como uma das primeiras edições do livro de Adolf Hitler, Mein Kampf (Minha Luta, em português). Antes de tocar no assunto, ele preferiu deixar algo bem claro. "Muitas pessoas associam o livro ao nazismo. Eu sou uma pessoa apaixonada por história e por livros de história. Não quero que confundam as coisas", enfatiza. O aposentado explica que leu apenas parte do livro. "Não cheguei ao final, mas achei interessante", diz Abdid.
Sobre o regime alemão implantado durante a 2ª Guerra Mundial, Antoine explica que o regime foi "útil" para a Alemanha. "É lógico que houve problemas, mas a Alemanha conseguiu se reerguer. O objetivo principal era conquistar a Europa, como Napoleão também tentara, e não conseguiu", conclui
Aposentado tem livros por todo o apartamento (Foto: Guilherme Lucio/G1)Aposentado tem livros por todo o apartamento (Foto: Guilherme Lucio/G1)Fonte: www.g1.globo.com em 14.10.2014

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Uma palavra chave tanto para bibliotecários, quanto arquivistas é organização.

Uma palavra-chave tanto para bibliotecários, quanto arquivistas é organização. Isso porque essa qualidade está intrinsecamente ligada aos profissionais citados e já não há como pensá-los separadamente, sobretudo quando entende-se que sem organização, especialmente em relação à informação, não há a menor possibilidade de uma empresa ou os profissionais que nela atuam avançarem no mercado. Pensando nisso, Juan Cacio Peixoto criou há dezenove anos a Acervo Organização e Guarda de Documentos. Nesta entrevista Peixoto, que é bibliotecário formado pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e especialização em Organização de Arquivos pela Universidade de São Paulo, fala da empresa que é sócio.
Chico de Paula: Como é que surgiu a ideia da Acervo?Juan Cacio Peixoto: Em 1990, fui prestar serviços como bibliotecário autônomo em uma indústria química na cidade de São Paulo. Permaneci por três anos, porém, no terceiro ano, estava crescendo no Brasil, a terceirização de serviços, e, a empresa, solicitou que eu abrisse uma empresa para continuar a prestação de serviços, devido ao risco de vínculo empregatício, trabalhando como autônomo por muito tempo. O surgimento da Acervo foi mais por uma necessidade de continuar trabalhando, mas, já pensava em trabalhar como pessoa jurídica. O nome Acervo foi planejado com dois anos antes de sua abertura. Como a empresa estava aberta e com o primeiro cliente, uma empresa de grande porte e nome internacional, parti para desbravar o mercado, que é imenso, porém, foi um período sem internet, de difícil divulgação e um serviço desconhecido. Neste ano completamos dezenove anos de muito sucesso. 
C. P.: Qual a missão da empresa?J. C. P.: “Desenvolver metodologia em Gestão da Informação e Documentação, proporcionando melhores condições de trabalho para nossos clientes, facilitando o acesso à informação e documentação”.  Temos a preocupação em implantar metodologia que possa melhorar o ambiente de trabalho e facilitar a rotina dos colaboradores. 
C. P.: A empresa investe em iniciativas de marketing para divulgar a sua marca?J. C. P.: Nossa divulgação é abrangente, principalmente em patrocínios de eventos, palestras gratuitas, cursos, redes sociais e links patrocinados. Em 2012 já confirmamos nossa participação, com stand em duas feiras de grande porte, que serão realizadas em São Paulo. O trabalho de Gestão da Informação, infelizmente, ainda é um trabalho desconhecido do mercado. O investimento em divulgação é necessário para manter a estrutura funcionando e a captação de clientes. 
C. P.: Quais são os produtos e/ou serviços que a Acervo oferece hoje?J. C. P.: Nosso principal serviço é a Organização de Arquivos e Documentos, onde somos especialistas em todas as áreas, porém, precisamos oferecer um pacote de serviços para atender todas as necessidades de nossos clientes, conforme informamos abaixo:
  • Organização de Arquivos e Documentos;
  • Organização de Biblioteca e Centro de Documentação;
  •  Digitalização de Documentos;
  • Guarda de Arquivos e Documentos;
  • Mudança de Arquivo e Biblioteca;
  • Check list da documentação de RH;
  • Check list de Impostos recolhidos;
  • Cursos, palestras e eventos;
  • Venda de livros novos e usados. 
C. P.: Existe um mercado apto a esses serviços/produtos?J. C. P.: Existe um mercado a ser explorado. Toda empresa tem por obrigação legal manter a documentação arquivada com fácil acesso, para possível apresentação a fiscalização, por determinado período de tempo, que varia conforme o tipo documental. Portanto, são milhões de empresas, com possibilidades de comprar este serviço. 
C. P.: Há quanto tempo atua nesse ramo ou segmento?J. C. P.: Em Março de 2012 completamos dezenove anos de atuação no mercado. Somos a terceira empresa registrada no Conselho Regional de Biblioteconomia de São Paulo. 
C. P.: Que dificuldades a empresa encontrou ao longo do caminho?J. C. P.: Nossa maior dificuldade ainda é a valorização dos serviços. A área de documentação não é valorizada no mercado. Acredita-se que qualquer profissional possa fazer este trabalho. É uma total falta de conhecimento do valor do profissional da Arquivologia e Biblioteconomia. Em todos os nossos treinamentos, no Brasil e Exterior, informamos que os profissionais de Arquivologia e Biblioteconomia são de nível superior, que é desconhecido do grande público, contribuindo para divulgar nossa profissão. Se houvesse uma união de Arquivistas e Bibliotecários em um mesmo Conselho Regional e promovesse uma ação de marketing a nível nacional para divulgar a profissão, seria um grande passo para a valorização da área e aumento do mercado de trabalho. 
C. P.: Você acredita que o poder público tem despertado para essa questão das bibliotecas, da informação de um modo em geral? Como é que você enxerga essa questão?J. C. P.: A facilidade no acesso à informação via internet, o aumento do poder de compra e o aumento de faculdades/universidades em todas as regiões do país despertaram e facilitaram ao cidadão a necessidade de ser informado, até mesmo para diferenciar no mercado de trabalho, e o poder público, em alguns casos, vem contribuindo para facilitar o acesso à informação, via criação de bibliotecas, internet mais fácil, programas de acesso à universidade etc. 
C. P.: Atualmente a empresa está envolvida ou apoia algum projeto social?J. C. P.: Desde sua criação, a Acervo preocupa-se com a inserção do adolescente no mercado de trabalho. Temos vários profissionais que começaram trabalhando conosco e hoje atuam em empresas de grande porte. A Acervo desenvolve treinamento para capacitar adolescente, preparando para o mercado de trabalho, atuando como Auxiliar de Arquivo. Tenho esta preocupação porque o meu primeiro emprego foi no Banco do Brasil como Menor Aprendiz, e o trabalho inicial foi a organização do Arquivo de Conta Corrente. Acredito que foi o pontapé inicial de minha carreira profissional. 
C. P.: Como é que se faz para contatar a Acervo?J.C.P.: Através de nosso site www.acervo.com.br e Central de Atendimento (11) 2821-6100. Em redes sociais: www.facebook.com/iacervo e www.twitter.com/iacervo 
C. P.: A biblioo agradece a entrevista e se você quiser fazer as considerações finais, o espaço está aberto.J. C. P.: Gostaria de agradecer o espaço disponibilizado, a oportunidade para divulgar nossa empresa e os serviços dos profissionais da Arquivologia e Biblioteconomia. Parabenizamos pela publicação da Revista biblioo, canal para compartilhar informações e experiências profissionais. Conte com a Acervo. Obrigado!
Fonte: Revista Biblioo