segunda-feira, 22 de outubro de 2012

JUSTIÇA RESGATA ARQUIVO MORTO

A Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania reformulou todo o arquivo morto da pasta para contribuir com o resgate da memória da história do Estado e aumentar a transparência dos bens públicos.

 O acervo ocupa o andar superior do prédio onde funciona a garagem da Secretaria da Justiça, no bairro do Glicério. O espaço tem uma área aproximada de mil metros quadrados, e está dividido por 15 prateleiras. Há documentos desde 1893 até os dias de hoje e compreende todos os processos de diferentes áreas de todas as Secretarias do Estado de São Paulo.

 Entre os processos foram encontrados documentação da época da Revolução de 1932, registros de despesas penitenciárias, pedido de camisa de força para crianças e adolescentes, assinaturas de governantes de São Paulo como Pedro de Toledo, solicitação de entrada de imigrantes no país, pedidos de naturalização, entre outras curiosidades.

Tirando o pó

 Angela Maria Peixoto Dias, assistente técnica da Secretaria da Justiça e responsável pela organização do arquivo, explicou que o espaço estava parado, sem organização e limpeza desde 1994.

 O trabalho pesado, segundo ela, começou em fevereiro deste ano, com um mutirão, em que participaram todos os reeducandos, que prestam serviços na Secretaria. O trabalho envolve a ressocialização dos reeducandos, detentos que cumprem pena em regime semiaberto no presídio de Franco da Rocha, e que possui convênio com a Secretaria da Justiça. "Conviver com eles, conhecer a natureza de cada um, os anseios, os sonhos, a pretensão futura me fez pensar que nem tudo é como a gente pensa e que temos que olhar os dois lados”.

 Depois da limpeza pesada, três pessoas se dedicaram a restaurar os processos. Foram nove meses de trabalho envolvendo cerca de dez mil documentos sujos, mofados e empoeirados. Em uma primeira etapa estão sendo resgatados os documentos até 1940. Em uma segunda etapa eles serão separados por ano e data.

  Angela conta que recuperar o arquivo é um trabalho de resgate em todos os sentidos: da história, do ser humano e do social. “É um trabalho muito interessante poder conviver e aprender um pouco da história do país. Esta é uma experiência que vou levar para sempre”

Digitalização

 O futuro de todo esse trabalho será a digitalização dos documentos e arquivos na Casa Civil do Governo para onde todos os documentos serão transferidos quando o processo for finalizado.

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segunda-feira, 15 de outubro de 2012

ORDEM NA BAGUNÇA

Os papéis vão se juntando em cima da mesa do escritório, formando enormes pilhas. Você pressente que um dia aquela papelada pode se virar contra você, mas continua esperando dar uma brecha na rotina para colocar em ordem os documentos. De repente, precisa da apólice do seguro do carro. Sabe que está guardada, mas onde? Em casa ou na empresa? Nas gavetas ou nas pastas? Começa, então, uma procura estressante, que vem acompanhada da antiga resignação de não conseguir manter a organização. Você bem que tenta, tira uma tarde para colocar as coisas em ordem. Um mês depois, a bagunça volta a imperar. Quando a situação chega a esse ponto, uma boa saída pode ser contratar um profissional.

As empresas especializadas em organização de documentos cobram entre R$ 1 mil e R$ 2 mil para colocar em ordem a papelada pessoal. “É preciso saber o que realmente precisa ficar guardado e por quanto tempo”, diz o bibliotecário Juan Cacio Peixoto, proprietário da Acervo, empresa paulista especializada na organização de documentos. O trabalho começa com a triagem total da papelada. Falta um carimbo na escritura da sua casa de praia? Esse tipo de problema também fica a cargo dos profissionais da arrumação. “Os documentos precisam estar completos para ter validade”, alerta Peixoto. O segundo passo é mapear o patrimônio. Imóveis, carros, barcos ganham uma espécie de dossiê. Se necessário serão tiradas cópias do certificado de propriedade e segunda via do que estiver danificado. As contas de consumo e de gastos pessoais ficam divididas. Uma caixa de entrada, para os documentos a pagar, e um arquivo com os recibos.

Outra opção é digitalizar os documentos. Os programas custam a partir de R$ 400. Segundo Waida Coimbra, da Linear Assessoria de Documentação, manter os papéis organizados é fundamental para evitar transtornos no caso de uma fatalidade. “Os familiares terão acesso à documentação com facilidade”, completa ela.


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quinta-feira, 11 de outubro de 2012

INSTITUTO LANÇA CAMPANHA PARA AMPLIAR ACERVO SOBRE A HISTÓRIA DE MATO GROSSO DO SUL

O Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul, pede ao cidadão sul-mato-grossense que tenha alguma foto, registro ou documento referente a datas, locais, momentos especiais ou um simples registro, que na sua maioria mostram em preto e branco a nossa Capital e cidades do interior de MS há algumas décadas, compareçam ao Instituto.

Não é necessário fazer a doação do material, quem não quiser deixá-lo no acervo, o Instituto Histórico faz a digitalização do material.

Vista aérea de Três Lagoas durante sua fundação, registro da rua 14 de Julho no final da década de 70, Correio Central de Campo Grande, Estação Ferroviária da Capital, margens do Rio Paraguai em Corumbá, e autoridades em solenidades em de meados do século passado, são alguns dos registros que o Instituto possui.

 “Queremos guardar para democratizar e disponibilizar ao mundo essas informações. O povo de sente mais importante com a sua história gravada”, disse o presidente do Instituto Hildebrando Campestrini.

A importância dessa preservação, reflete no que chamam de “identidade” cultural do Estado (alguns historiadores não gostam do termo), ensino pedagógico, reformas de prédios históricos com a conservação de seus moldes originais entre outros.

Em relação a essa conservação patrimonialista, os historiadores Hildebrando Campestrini e Madalena Greco lembram que a nossa cidade e estado ainda são novos, se comparados com outras unidades federativos que já passaram por revoluções como São Paulo (Revolução Constitucionalista de 1932), Rio Grande do Sul (Revolução Farroupilha, 1835-1845) e Bahia (Guerra de Canudos, 1896-1897).

Diferente desses confrontos da população contra o poder instalado, ocorreu na antiga província de Mato Grosso, atual Mato Grosso do Sul (Bela Vista, Antônio João, Guia Lopes e Nioaque), um determinante e importante fato histórico que foi a Retirada da Laguna. A Retirada foi uma das batalhas da Guerra do Paraguai, contra a invasão do Exército Paraguaio em dezembro de 1864.

De três mil homens, liderados em uma das colunas pelo coronel Carlos de Morais Camisão em janeiro de 1867, apenas 700 homens retornaram. O fato ficou registrado na literatura pelo Visconde de Taunay.

Sobre a importância pedagógica, Campestrini lembra que muito dos professores que ensinam história regional são de fora do estado e a disciplina é ensinada muito cedo as crianças, e, posteriormente cobrada antes da entrada em universidades e faculdades.

Outro ponto abordado são os prédios históricos da nossa Capital que estão abandonadas. “Em Blumenau por exemplo, as agências bancárias e outros órgão são instalados em casas históricas, tombar só por tombar não adianta nada, tem que dar um valor que mantenha o imóvel”, argumenta.



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BIBLIOTECÁRIA DE AUSCHWITZ NÃO SE CONSIDERA UMA HEROÍNA DA CULTURA


Uma mulher, que cuidava de uma pequena biblioteca, foi responsável por proporcionar um pequeno oásis de sanidade mental em meio ao horror de um campo de extermínio nazista, em Auschwitz, que apesar de não ajudar a sobreviver, fornecia um resquício de esperança.

 Seu nome é Dita Kraus e atualmente tem 82 anos. Sua trajetória foi contada pelo escritor Antonio G. Iturbe, no romance A bibliotecária de Auschwitz, que parte de fatos reais para criar uma história de ficção na qual Dita é uma autêntica heroína da cultura, encarregada de cuidar de uma biblioteca clandestina no campo nazista.

 Mas a Dita Kraus real afirmou, em entrevista à agência EFE em Praga, que não se considera uma heroína. "Nem fui especialmente forte, só que sempre tive a convicção de que não iria morrer, de que não acabaria na câmara de gás", declarou ao lembrar de sua infância.

 Dita chegou a Auschwitz quando tinha 13 anos, procedente do gueto judeu de Terezin, na República Checa. "Em Auschwitz, havia uma coisa única. Havia um barracão de crianças. E como menina, estive neste barracão e era responsável pelos poucos livros que havia no local. Era algo único que não existia em outros campos de concentração", relatou.

 Na realidade, dos livros que estavam lá, Dita só se lembra de um. "Tenho certeza de que Uma Breve História do Mundo, do romancista e filósofo britânico H.G. Wells, estava lá".

 Dita se encarregava de cuidar desse livros, "alguns sem capas", e emprestá-los para as outras crianças, embora afirme que os livros não ajudavam a sobreviver. "Eles não tinham esse papel".

 Segundo Dita, "Antonio Iturbe exagerou um pouco nisso", já que a tese do romance é que a literatura serviu de antídoto para o sofrimento e contribuiu para libertar as civilizações de seus fantasmas.

 Os livros de Auschwitz, lembra Dita, chegavam das mãos de um presidiário polonês que selecionava a literatura em checo para as crianças do barracão 31 quando os novos presos chegavam à rampa de acesso e perdiam seus bens.

 Com tudo, o barracão infantil, de fato, chegou a se transformar em uma espécie de oásis, como lembrou em várias de suas obras o escritor B. Kraus, também internado no campo de extermínio, onde conheceu Dita Kraus, com quem se casou mais tarde.

 A passagem por Auschwitz marcou para sempre Dita. "Perdi toda a minha família ali. Meus pais e avôs e todos os meus tios", lamentou. "Penso que ninguém pode imaginar como é ser enviado para a câmara de gás". Dita ainda sofre com pesadelos frequentes pelo o que aconteceu com seus parentes.

 "Meu sogro passou por isso. Não consigo superar. Por ele, penso na câmara. Não é uma morte rápida", disse. "Às vezes, me vem esse sentimento. Me identifico com o sofrimento que deviam ter na câmara de gás, que parecia com uma ducha. Porém, ao invés de água, soltavam gás e as pessoas começavam a ficar sufocadas e gritar", lembrou.

 E Dita sofre ao ver que "as mães tentavam proteger seus filhos para que não fossem envenenados. Isso é uma das piores coisas que pode existir", acrescentou. Dita viaja para Barcelona e durante sua estadia na Espanha participará da apresentação do romance de Iturbe.


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