A biblioteca municipal Lobivar de Matos, no Instituto Luiz de Albuquerque (ILA), em Corumbá,será transferida provisoriamente pois o prédio passará por restauração que, segundo as previsões, deverá durar dois anos. O trabalho de higienizar, restaurar, separar e guardar todo o acervo começou há dois meses, mas muitos livros ainda estão nas prateleiras.
Segundo a coordenadora do Núcleo de Arquivo e Memória Público de Corumbá, Kíase Moraes, o processo é demorado e muito detalhista. “Ter apenas quatro funcionários também não ajuda, mas temos alguns voluntários que estão sempre aqui ajudando no que podem”, explica ela. De acordo com Kíase, a previsão para a conclusão do trabalho é dezembro.
Biblioteca funciona no Instituto Luiz Albuquerque (Foto: Divulgação) |
A fusão da biblioteca municipal com a estadual, Gabriel Vandoni, contribuiu para que o prazo se estendesse. “Passamos de 10 para 40 mil livros. Além da triagem, estamos fazendo também uma catalogação da outra biblioteca”, releva Kíase.
Higienização
A higienização de um livro antigo é muito delicada. São necessários vários equipamentos como luva, máscara e pinceis. “Mas não usamos nenhum tipo de material químico, até porque não temos nem um espaço apropriado. Esperamos que quando nossa biblioteca ficar pronta, tenhamos uma sala de restauração com tudo o que precisamos”, diz a coordenadora.
O grampo, que une as páginas dos livros, também é um problema. Com o passar do tempo, ele danifica o livro, pois enferruja. É necessário retirá-lo e costurar o volume com linha.
Parceria
A biblioteca também fechou, no início do ano, uma parceria com a fundação Dorina Norwill, que envia, de forma gratuita, livros totalmente em braile. Como a linguagem ocupa muito volume, um livro de 500 páginas, como “A menina que Roubava Livros”, por exemplo, precisa ser dividido em 11 partes.
“A biblioteca deve ser para todos, sem exceção. E antes, os cegos não podiam vir aqui porque não havia nada que eles pudessem ler. Poder recebê-los agora, com livros atuais, interessantes e gostosos de serem lidos é uma realização pra gente”, comenta a coordenadora.
Novo local
O próximo endereço da biblioteca municipal ainda não foi definido. Para ser remanejado, o acervo precisa de um espaço que, além de comportar os 40 mil volumes, permita ainda a visitação.
“Por lei, a biblioteca, sendo pública, não pode fechar. Ela é a única que temos na cidade, então a população não pode ficar sem. Precisamos levá-la para um local que tenha a estrutura adequada para uma biblioteca em funcionamento, não apenas um depósito”, explica a historiadora e voluntária Ramona Ortis dos Santos.
Fonte: www.correiodoestado.com.br em 30.10.2014