quinta-feira, 22 de novembro de 2012

A HISTÓRIA RECUPERADA

Quando foi convidada para cuidar do arquivo morto da Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania,Ângela Maria Peixoto Dias nãosabia que debaixo daquele monte depó e de caixas empilhadas havia umverdadeiro tesouro. Entre os processosestavam documentos da Revoluçãode 1932, registros de despesaspenitenciárias, assinaturas de governantesde São Paulo desde Pedro deToledo, material de campanha à presidênciade Júlio Prestes, solicitação de entrada de imigrantes no País, pedidos de naturalização e até solicitação de camisa de força para crianças  e adolescentes “insubordinados” ou com problemas mentais. Reeducandos resgatam o arquivo morto da
Secretaria da Justiça, recuperando a história e a cidadania de São Paulo
O acervo ocupa o andar superior do prédio onde funciona a garagem da Secretaria da Justiça, no bairro do Glicério. O espaço tem área aproximada de 1.000 m2, e o material ocupa 15 prateleiras. Há documentos desde 1893 até os dias de hoje. E compreende todos os processos de diferentes áreas de todas as secretarias do Estado de São Paulo. Para conseguir trazer à luz os documentos, ela contou com a ajuda de reeducandos que prestam serviços no órgão. O trabalho de resgate do arquivo está exercendo dupla função de cidadania. Consegue ressocializar e reinserir homens que cumprem pena em regime semiaberto no presídio Franco da Rocha e ajuda no resgate da memória da história do Estado. A Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania resolveu dar o exemplo e abriga em seu quadro de funcionários reeducandos detentos que cumprem pena no regime semiaberto. A iniciativa teve início em 2004, quando foi firmado convênio entre as pastas da Justiça e da Administração Penitenciária,

por meio da Fundação Professor Dr. Manoel Pedro Pimentel (Funap), e sete instituições prisionais, para contratação de oito trabalhadores presos. A pasta conta com 11 reeducandos que são parte do contrato com o Centro de Progressão Penitenciária de Franco da Rocha.
Aprendizado – Marco Antônio Amo - rin, assistente técnico da Secretaria da Justiça, faz um levantamento na área de manutenção para saber quantos reeducandos são necessários para prestação de serviços nas dependências da sede da secretaria e anexos. “O trabalho deles é fundamental para nós, por causa do quadro restrito de funcionários. E a gente procura adequá-los de acordo com a habilidade profissional de cada um”.
“Trabalhei em diversos serviços, mas o trabalho no arquivo se tornou um dos mais importantes na minha vida. O que estou aprendendo aqui vou levar para a minha vida, assim que cumprir toda a pena”, diz o reeducando Rubens Barros, 31 anos. Os trabalhadores cumprem jornada de 40 horas semanais, recebem um salário mínimo, vales-refeições e transporte. A partir do momento que saem do presídio para trabalhar até o retorno são monitorados via satélite por meio de tornozeleira de borracha com chip. O trabalho pesado começou em fevereiro, com um mutirão, do qual participaram todos os reeducados que prestam serviços na secretaria. Reinaldo Marçal, 45 anos também opera nos arquivos. “Comecei como
braçal. Havia muita poeira e precisávamos colocar tudo em ordem. Depois da faxina, passamos a arquivar e limpar os processos. Existem fotos incríveis”, ressalta. Depois da limpeza pesada, três pessoas se dedicaram a restaurar os processos. Foram nove meses de trabalho envolvendo cerca de 10 mil documentos sujos, mofados e empoeirados. Em uma primeira etapa estão sendo resgatados os documentos até 1940. Na outra, serão separados por ano e data. O futuro de todo esse trabalho será a digitalização dos documentos e arquivos na Casa Civil do Governo para onde todos os documentos serão transferidos quando o processo for finalizado.

ARQUIVOS SOBRE A DITADURA QUE ESTÃO EM ROMA SERÃO DIGITALIZADOS ATÉ 2013

No Brasil, os arquivos farão parte do futuro centro de documentação do Memorial da Anistia, em construção em Belo Horizonte


Cerca de 70 mil páginas de documentos sobre a ditadura militar no Brasil (entre 1964 e 1985) deverão ser colocados para consulta pública em arquivos digitalizados até outubro de 2013, informou o Ministério da Justiça. Na primeira quinzena de outubro deste ano, foi firmado contrato para executar a digitalização desses documentos, que estão em Roma, na Itália, em posse da Fundação Lelio e Lisli Basso. Segundo o contrato, ainda está prevista a recuperação de fotos e vídeos, a realização de pesquisas e a reedição de livros sobre o período. No Brasil, os arquivos farão parte do futuro centro de documentação do Memorial da Anistia, em construção em Belo Horizonte (MG).


“É um passo a frente para afirmar o Memorial da Anistia como espaço de preservação da memória a partir da narrativa e do testemunho das vítimas. O acervo será inteiramente disponibilizado para toda a sociedade brasileira”, disse, em nota, o presidente da Comissão de Anistia, Paulo Abrão.

Os documentos, em processo de digitalização, tratam do Tribunal Russell 2, do 1º Congresso Nacional da Comissão Brasileira pela Anistia e do Tribunal Permanente dos Povos.


Criado na década de 70, o Russel 2 foi um tribunal internacional de opinião (independente de autoridades de Estado) para denunciar violações de diretos humanos na América Latina nos períodos de regime militar, especialmente no Brasil e no Chile. O mesmo tribunal ainda investigou crimes cometidos por soldados norte-americanos durante a Guerra do Vietnã.


O 1º Congresso Nacional da Comissão Brasileira pela Anistia, realizado em 1978 em São Paulo, precedeu a edição da Lei da Anistia, de 1979, que garantia a membros das Forças Armadas ou do governo anistia por crimes políticos entre setembro de 1961 e agosto de 1979.


O Tribunal Permanente dos Povos fundado em 1979, em Bolonha, na Itália, foi outra corte internacional de opinião, que examinou violações de direitos humanos.

Fonte da postagem.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

UMA PESSOA E VITIMA DE TENTATIVA FRAUDE A CADA 15 SEGUNDOS NO BRASIL

 Indicador da Serasa Experian registrou 1,56 milhão de tentativas de golpes - como clonagem de cartão de crédito - em 2012, número 5,9% maior que no ano passado


SÃO PAULO - As tentativas de fraude de roubo de identidade são comuns e crescem desde 2010, segundo o Indicador Serasa Experian de Tentativas de Fraudes. 


O estudo mostra que um consumidor brasileiro é vítima da tentativa de fraude a cada 15 segundos. São pessoas que correm o risco de ter seus cartões de crédito clonados, talões de cheque falsos emitidos e empréstimos bancários feitos por golpistas em seu nome, entre outros crimes.
Os golpes são classificados como o roubo de dados pessoais de consumidores para obter crédito com a intenção de não honrar os pagamentos ou fazer um negócio sob falsidade ideológica.
Segundo a Serasa Experian, entre janeiro e setembro deste ano 1.565.028 tentativas de fraudes foram registradas.
O número representa um crescimento de 5,9% nas tentativas de fraude na comparação com o mesmo período de 2011 e de 13,7% na comparação com 2010.
Setores
O setor de serviços responde por 36% do total de tentativas de fraudes neste ano. O segmento inclui seguradoras, construtoras, imobiliárias e serviços em geral - como pacotes turísticos, salões de beleza.
Já a telefonia está em segundo lugar, com 33% dos registros entre janeiro e setembro deste ano. Um exemplo de golpe neste segmento é a compra de celulares com documentos falsos ou roubados.
O ranking é completado pelos bancos e financeiras (18%), varejo (11%) e outros (2%).
"É comum, no dia a dia, apresentarmos nossos documentos a quem não conhecemos. Podemos mostrar, por exemplo, a carteira de identidade ou o CPF a funcionários de lojas e porteiros de condomínios. E há ainda os cadastros pela internet. Tudo isso torna difícil ter controle sobre quem tem acesso aos nossos dados, mas há formas de o consumidor se prevenir. Uma delas é nunca deixar o documento com um desconhecido quando você não estiver por perto", afirma Ricardo Loureiro, presidente da Serasa Experian.
Segundo a empresa, o cuidado deve ser maior no fim de ano, quando a busca por crédito e o movimento no comércio são maiores.
Metodologia
Os dados do Indicador Serasa Experian de Tentativas de Fraude são resultado do cruzamento do total de consultas de CPFs efetuado mensalmente na empresa, da estimativa do risco de fraude e do valor médio das fraudes efetivamente ocorridas.


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quarta-feira, 7 de novembro de 2012

CATADORA CRIA BIBLIOTECA COM OBRAS ENCONTRADAS NO LIXO NO INTERIOR DE SP

A catadora de recicláveis Cleuza Aparecida Branco de Oliveira, 47, sempre cultivou o sonho de ter uma biblioteca em sua casa, em Mirassol (455 km de São Paulo). Apaixonada por leitura, queria poder emprestar livros a pessoas sem condições de comprá-los.

De tanto ver obras jogadas no lixo de escritores como Machado de Assis, José Saramago e Érico Veríssimo, Cleuza, então semianalfabeta, passou a lê-las e pôde, neste ano, realizar seu sonho.

Foi guardando livros e inaugurou a biblioteca não em casa, mas na associação de catadores, da qual participa, localizada no centro de triagem do lixo.

O acervo já conta com 300 títulos. Criado e administrado por 11 catadores, o espaço tem um canto de leitura, uma brinquedoteca, uma área para discos, brechó e, claro, os livros.

Augusto Fiorin/Folhapress

A catadora de recicláveis Cleuza Branco de Oliveira, 47, lê obra na cooperativa de Mirassol, no interior de SP
A biblioteca não cobra pelo empréstimo das obras, mas quem quiser comprá-las -há títulos repetidos-, paga R$ 0,50 por livro. A renda vai para a própria associação. O local também faz trocas.

"Não tem burocracia e não precisa preencher nada. Alguns levam para casa e outros optam por ler no próprio barracão", afirmou o biólogo Luiz Fernando Cireia, 31, incentivador e usuário do projeto.

Empresas de Mirassol também têm feito doações, que vão possibilitar, inclusive, a ampliação da área, de acordo com Cleuza.

Com salário de R$ 500 mensais, os catadores terão um pequeno acréscimo de renda, ainda não calculado, graças à venda de alguns títulos.

Mas Cleuza garante que o objetivo não é financeiro, é dar aos colegas a oportunidade de ler esses livros.

Fonte da postagem.