quarta-feira, 26 de setembro de 2012

SAIBA COMO O SPED SOCIAL VAI AFETAR AS PEQUENAS EMPRESAS

Com implantação prevista para o ano que vem, a Escrituração Fiscal da Folha de Pagamento e das Obrigações Previdenciárias, Trabalhistas e Fiscais - mais conhecida como Sped Social - vai afetar a rotina das empresas. O sistema reunirá em um só arquivo informações hoje prestadas em separado a diversos órgãos, como Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Receita e INSS

 Com implantação prevista para o ano que vem, a Escrituração Fiscal da Folha de Pagamento e das Obrigações Previdenciárias, Trabalhistas e Fiscais - mais conhecida como Sped Social - vai afetar a rotina das empresas. O sistema reunirá em um só arquivo informações hoje prestadas em separado a diversos órgãos, como Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Receita e Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

 Amauri Liba, professor do curso de Ciência Contábeis da Fecap (SP), explica que o Sped Social vai ser exigido, em um primeiro momento, somente para as empresas que fazem parte dos setores que obtiveram desoneração da folha de pagamentos em 2012 - e aí não importa se elas são de micro ou grande porte. Entre esses setores está o têxtil, de tecnologia da informação e de móveis, por exemplo. "Em longo prazo, o sistema digital de prestação de contas do governo será estendido para todas as empresas e segmentos", afirma o professor.

 O objetivo é eliminar, em uma primeira fase, o papel usado na impressão de folha de pagamento. Depois, o livro de registros deverá ser banido. As ações facilitam o trabalho do Fisco, já que os créditos previdenciários e trabalhistas serão reunidos em base única. "As empresas, especialmente as de contabilidade, terão custos para adequar sua estrutura administrativa, pois o programa do escritório terá de ser compatível com o do governo", alerta Amauri.

 As informações que farão parte do Sped Social são as seguintes: eventos trabalhistas - tais como admissões, afastamentos, comunicação de aviso prévio etc -, folha de pagamento e retenções de contribuições previdenciárias.

Benefícios para as empresas
 O professor da Fecap acredita que o fato de a sonegação de impostos no Brasil ser muito alta acaba impactando todas as empresas. "Uma das razões de os impostos serem altos é o fato de haver muita sonegação também. Por ser um sistema digital, que não permite um acompanhamento humano, as chances de fraude serão quase extintas", diz.

 Para Amauri, em longo prazo, é esperado uma diminuição na sonegação de impostos, o que favorece uma concorrência mais leal entre as empresas. "Com a melhoria da arrecadação, há a possibilidade de desoneração maior na folha de pagamento das empresas", avalia. Segundo dados da Receita, o Sped Social visa também reduzir a informalidade na relação de emprego.

 É importante que mesmo os empreendedores que terceirizem a área de contabilidade - realidade na maior parte das micro e pequenas empresas - tenham conhecimento sobre o Sped Social. "O empresário precisa saber do que se trata até para poder cobrar de maneira mais efetiva o seu escritório de contabilidade. A multa para quem não se adequar ao sistema está prevista em R$ 5 mil por mês a partir da dada de implantação", explica Amauri

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segunda-feira, 24 de setembro de 2012

CENTRO É A REGIÃO QUE REÚNE O MAIOR NÚMERO DE BIBLIOTECAS

 RIO - Apesar da agitação e do barulho das ruas, o Centro do Rio ainda tem refúgios de tranquilidade que convidam à leitura. Junto com a Biblioteca Nacional e o Real Gabinete Português — que se destacam tanto pela riqueza do acervo, quanto pela beleza arquitetônica —, o Centro é a região da cidade que reúne o maior número de bibliotecas. A lista, com mais de 20, inclui desde as que oferecem títulos diversificados, como a Biblioteca Euclides da Cunha, localizada no Palácio Gustavo Capanema, até estantes mais especializadas, como a Biblioteca Paulo Santos, no Paço Imperial, repleta de títulos de arquitetura do Brasil e de Portugal. No próximo dia 12, o roteiro da boa leitura na área central volta a contar com um antigo endereço: a biblioteca do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) reabrirá as portas depois de passar dois anos em obras.Com 140 mil volumes, o espaço do CCBB está sendo preparado para abrigar um conjunto de livros de arte, literatura, filosofia, economia e catálogos de exposição de arte. A reforma de R$3,5 milhões modernizou as salas, trocou móveis e deixou o andar mais claro. Um pouco da história da antiga biblioteca, fundada 1931 (originalmente voltada para assuntos mais técnicos, de interesse dos funcionários do Banco do Brasil), foi preservada na Sala de Coleções Especiais e Obras Rara, que manteve o mobiliário de época. Lá, estão sendo recolocados 4 mil exemplares de títulos considerados raros, como a coleção dos livros publicados pela Sociedade dos 100 Bibliófilos, a partir da década de 1940, de autores brasileiros como Manuel Bandeira, Jorge Amado e Machado de Assis, com ilustrações de Carybé, Portinari, Di Cavalcanti e Djanira.

— Enquanto no restante da biblioteca o público tem livro acesso às estantes, aqui nesta sala a consulta terá a supervisão de bibliotecários — explica a bibliotecária Cecília Bosco.

Após a reforma, foi a sala infantojuvenil foi ampliada e recebeu nova decoração, mais colorida. A garotada poderá escolher entre 4 mil títulos, que inclui autores consagrados da literatura brasileira, como Monteiro Lobato, até sucessos recentes de venda entre os adolescente, como a escritora Thalita Rebouças. Ao lado, separada por vidros, uma sala com computadores tem games educativos. Na biblioteca do CCBB, o público pode pesquisar, ler ou consultar as publicações, mas os empréstimos só são liberados a funcionários do BB ou para outras bibliotecas.

Outro recanto da boa leitura no Centro é a Biblioteca Euclides da Cunha, localizada no Palácio Gustavo Capanema, clássico da arquitetura modernista projetado por Lúcio Costa e Oscar Niemeyer, na Rua da Imprensa. Fundada na década 30 como Biblioteca do Ministério da Educação e Saúde, ela passou a ocupar o 4º andar do prédio, quando o edifício foi inaugurado, na década de 40, e ainda preserva móveis e luminárias daquela época. Hoje, ela é ligada à Biblioteca Nacional, de onde recebe todos os livros duplicados da instituição. As estantes têm títulos de interesses variados: literatura, ciências, livros didáticos, filosofia, além de coleção especiais, como a de obras de Euclides da Cunha. É comum ver jovens com tablets, e notebooks, fazendo pesquisas no salão com vista para o jardim de Roberto Burle Marx. Com acervo de cerca de 100 mil títulos, a biblioteca recebe 8 mil visitantes por ano. E é uma das poucas da região que faz empréstimos.

— Os livros atraem, mas muita gente vem aqui em busca de silêncio — diz Tânia Maria Guimarães de Motta, coordenadora substituta da biblioteca.

Obras raras dos séculos XVI e XVIII

Na Praça Quinze, a biblioteca do Paço Imperial (Biblioteca Paulo Santos) é outra opção de leitura em um prédio histórico. Segundo o diretor do Paço, Lauro Cavalcanti, a biblioteca tem cerca de 9 mil volumes e é especializada em arquitetura do Brasil e de Portugal, entre elas algumas obras raras dos séculos XVI a XVIII. Em média, 90 pessoas por mês vão até lá fazer alguma consulta. Empréstimos, só entre bibliotecas:

— Ela foi doada para ser aberta no Paço pelo Professor Paulo Santos, criador e titular da cadeira Arquitetura do Brasil na FauUfrJ. Ele foi arquiteto e dono de uma firma de construção civil.

Quando o tema de interesse é o cinema, o teatro, a música e ou as artes plásticas, a Biblioteca Edmundo Moniz (Cedoc/Funarte), instalada na Rua São José, costuma ser a escolhida. Criada em 1956, ela foi incorporada à Funarte em 1990 e guarda mais de 40 mil livros. O acervo, apenas para consulta, inclui periódicos, textos teatrais, cartazes, partituras, fotos, arquivos sonoros, vídeos e dossiês de personalidades, eventos e espaços culturais, num total de 1 millhão de peças. Entre os itens raros, estão as coleções de “A Scena Muda”, revista brasileira sobre cinema, que circulou entre 1921 e 1955, sendo a primeira publicação do país especializada no tema, e de “Cinearte”, que circulou entre 1926 e 1942. A média mensal de visitantes é de 150 pessoas.

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JORNAIS E REVISTAS ANTIGOS SÃO DIGITALIZADOS PELA BIBLIOTECA NACIONAL

São Paulo – A  Fundação Biblioteca Nacional criou a Hemeroteca Digital, um vasto acervo digital de publicações impressas antigas que datam desde o começo do século XIX. Desde julho as digitalizações podem ser acessadas gratuitamente. São cerca de cinco milhões de páginas de jornais, revistas, anuários e boletins que marcaram a história da imprensa do país.

Ângela Bittencourt, coordenadora da Biblioteca Nacional Digital e responsável pelo projeto, explica que a digitalização dos acervos é importante, principalmente, por duas causas que dão a razão de ser da Biblioteca Nacional: a preservação dos documentos e o maior acesso a eles. “A preservação e o acesso à memória documental brasileira são as missões da Biblioteca, e o jornais fazem parte importantíssima dessa memória”.

Ela ressalta que as documentações digitalizadas podem ser consultadas sem serem manuseadas, o que poderia causar danos aos impressos. “Dar acesso para alguém manusear o jornal é ir contra a preservação”, diz.

Outro fator que deve ser levado em conta é democratização dos acessos por parte da população. “Há a superação de limites geográficos. Qualquer um, a qualquer hora e em qualquer lugar do mundo pode acessar esses documentos”.

Para a realização do projeto, R$ 6 milhões foram financiados pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), empresa pública ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, que financia e apoia iniciativas de inovação tecnológica.

A microfilmagem, uma tecnologia de digitalização mais adequada ao frágil material com que os jornais eram feitos, possibilita uma maior velocidade ao ritmo de digitalizações: O número pode chegar a 30 mil por dia.

Segundo a coordenadora do projeto, até o final do ano cerca de 10 milhões de páginas devem compor o acervo.

No portal (www.hemerotecadigital.bn.br), a ferramenta de pesquisa por palavra é uma inovação, ressalta Ângela. “A pesquisa por palavras no arquivo completo facilita muito a pesquisa dos internautas”. Lembrando das diferenças da grafia antiga para a atual, Ângela lembra que, em breve, o portal contará com um dicionário de época, que mostrará as equivalências entre as palavras escritas de forma diferente.

À frente do projeto estão 21 pessoas que compõem uma equipe interdisciplinar. São historiadores, arquivistas, bibliotecários, técnicos em fotografia e literatos, que além de se encarregarem das digitalizações, produzem artigos sobre os impressos antigos, contextualizando historicamente a trajetória de cada um. Este conteúdo também está disponível no site da Hemeroteca.

Todos os impressos que estão sendo digitalizados são do arquivo da Biblioteca Nacional, que, segundo Ângela, possui o maior acervo de periódicos no país. Os mais antigos, já disponíveis na para consulta, são o Correio Braziliense, considerado primeiro jornal brasileiro, publicado em 1808 como oposição à coroa portuguesa, e a Gazeta do Rio de Janeiro, primeiro jornal impresso no Brasil, também de 1808.

O projeto da Hemeroteca foi iniciado no começo do ano passado. O Jornal do Brasil , disponível apenas em versão online desde 2010, terá até o final do ano suas edições digitalizadas e será a publicação mais recente do acervo.

Outras publicações disponíveis para consulta são: O Espelho, Reverbero Constitucional Fluminense, O Jornal das Senhoras, O Homem de Cor, Marmota Fluminense, Semana Illustrada, A Vida Fluminense, O Mosquito, A República, Gazeta de Notícias, Revista Illustrada, O Besouro, O Abolicionista, Correio de S. Paulo, Correio do Povo, O Paiz e o Diário de Notícias

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FILHO DE RENATO RUSSO ASSUME LEGADO DA JÁ LENDÁRIA BANDA LEGIÃO URBANA




Cabeça dura, teimoso, empreendedor, excelente para começar projetos, para colocar fogo nas ideias. O produtor Giuliano Manfredini enumera assim as características do seu signo, Áries, o mesmo do seu pai, Renato Manfredini, o Renato Russo. O pai de Giuliano morreu quando este tinha 7 anos, e ele, que completou 23 anos em março, acaba de assumir o que chama de "espólio intelectual" do seu velho (até então, era a mãe do cantor, avó de Giuliano, que geria tudo).

Não é pouca responsabilidade: foram cerca de 25 milhões de discos vendidos em 14 anos de atividade, números de megagrupos como Oasis ou The Cure. A Legião Urbana foi (e continua sendo) um dos maiores fenômenos da música na América Latina. Manfredini já assume com o desafio de coordenar a celebração dos 30 anos da banda, que começa neste final de ano com a estreia do longa-metragem Faroeste Caboclo, com Isis Valverde, a Suélen, no papel da Maria Lúcia da canção.

Giuliano chama a atenção por ser quase uma antítese do pai. Nunca responde uma pergunta de bate-pronto, sempre inicia com uma palavra que, não raro, substitui por outra que considera mais adequada. É superponderado. Renato Russo era uma metralhadora verbal (há episódios em que xingou críticos de "bichas mal-amadas"), atacava detratores ferozmente. Algumas vezes, quando o tema é mais controverso, Giuliano pede delicadamente: "Me preserve disso, tá bom?" Não deixa nem o interlocutor terminar a pergunta para assegurar que não vai respondê-la.

"Não sou careta, mas não bebo. Sou tranquilo. Sou espírita kardecista, e o que mais gosto de fazer é ir ao cinema e ler. Também adoro comer o melhor da baixa culinária", diz rindo o produtor, num perfil relâmpago de si mesmo. Não namora atualmente, diz. Aos 21, namorava Anna Cecília, mas acabou. "É tudo fortuito. Ainda não achei a pessoa certa, vai demorar um pouco. Até porque estou assumindo a Legião, tô muito focado."

Ele diz que seu comportamento low profile também é parte de sua responsabilidade como condutor do legado da banda. "Os papéis se invertem. Ele era um criador, um artista, e eu tenho outra função: cuidar, preservar, difundir", explica o rapaz, que vive em Brasília, mas procura apartamento em São Paulo - acredita que na capital paulista as condições são mais adequadas para desempenhar melhor sua função.

Giuliano está trabalhando em uma infinidade de projetos relacionados à Legião. Em maio, ele se mostrou contrariado com a iniciativa dos outros dois remanescentes da banda, Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá, de reunirem a banda em torno do ator Wagner Moura para um show da MTV, em São Paulo. Ele é atualmente o dono de 100% da marca Legião Urbana, e ninguém pode realizar nada relacionado ao seu legado sem pedir autorização a Giuliano. Na época, ele disse: "Nenhuma obra em conjunto pode ser decidida unilateralmente".

O produtor estuda modelos para criar o Instituto Renato Russo, uma instituição que será voltada para ações de apoio e conscientização de dependentes de drogas. Ele diz que a própria agonia final do pai, que foi alcoólatra e usava drogas, o motivou a criar o instituto. Às vezes, quando estava em Brasília, Renato abusava de alguma substância e ia dormir em casa de amigos, para que o filho não visse o seu estado.

Outro fato que o motivou a criar o Instituto Renato Russo foi a revelação, pela TV, de que o antigo baixista da banda, Renato Rocha, o Negrete, estava vivendo como sem-teto no Rio de Janeiro. "Meu pai adorava o Negrete. Eram muito amigos, e ele não deixaria que ele terminasse assim. Eu vou fazer o que meu pai faria, vou tentar ajudá-lo", disse.

"A Legião Urbana é uma empresa, e foi criada por meu pai. Temos advogados, estrutura de comunicação, marketing, planejamento. Mas a maneira que eu lido com isso tudo é mais terna, mais familiar. Não gosto de gritar ordens. Acredito que a forma como se relaciona com as pessoas muda até a qualidade do trabalho", afirma Manfredini, que também é dono da produtora Mundano.

Giuliano não gosta de falar da parte materna de sua família. Sabe-se que sua mãe, Raphaela Manoel Bueno, era uma moça de origem humilde da Ilha do Governador. Giuliano foi adotado por Renato Russo e criado pela avó materna, Maria do Carmo, a Carminha. Em 2004, houve um processo judicial movido pela família da mãe, mas os pais de Renato Russo ganharam na Justiça o direito de manter a guarda do garoto até sua maioridade. Renato vivia no Rio de Janeiro, mas Giuliano conta que o pai nunca o deixou largado.

"Vinha sempre me visitar, escondido. Me protegia do assédio, passeávamos. Ele me fazia ver filmes repetidamente, e me ensinava a ler livros. Lembro muito dos Natais em família, a gente ia para o apartamento dele no Rio, eu era muito amado. Vim muito novo para Brasília, mas ele dava o norte de como eu deveria ser criado", conta. O resultado é quase um anti-Renato Russo. "Quero casar, ter família, sou desse tipo de cara." No início, Giuliano até que teve pretensões artísticas. Tocou guitarra numa banda de rock chamada Síndrome, mas logo jogou a toalha nas pretensões de ser artista e passou para o outro lado do balcão. Está no sétimo semestre de Direito e também termina o curso de Administração.

Renato Russo teve dois grandes amores em sua vida, lembra Giuliano. "Um menino e uma menina", brinca, lembrando da letra do pai. O primeiro foi a nipo-brasileira Suzy, um namoro de juventude. "Meu pai me apresentou a ela, é um doce de pessoa. Está casada, vive em Brasília." Depois, namorou o americano Robert Scott Hickmon, que conheceu em Nova York (e vive atualmente em São Francisco).

Toda a história de Renato Russo está agora nas mãos de Giuliano. "Meu pai deixou um universo a ser descoberto. E eu vou organizar isso. Cada um que o descreve mostra apenas um lado. Mas não há uma verdade única", pondera.

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