Parece ser cada vez mais evidente que o patrimônio público informacional tem vindo a sofrer modificações que se manifestam em vários níveis. Para lá das funções tradicionais das bibliotecas, dos arquivos públicos, dos museus e demais centros de informação.
Todavia, restritas são as situações, em nosso Brasil continental, em que estes centros de Referencia da Informação, do Conhecimento e da Memória assumem-se como dinamizadores socioculturais, procurando participar do desenvolvimento humano, regional e global, além de trabalhar por um mundo melhor, onde o ser humano seja mais livre, mais informado e de fato cidadão.
Em tempos de eleições e mudanças na gestão pública municipal, é importante que os novos escolhidos pelo povo preocupem-se em criar políticas públicas efetivas, amparado por profissionais especialistas, competentes e conduzidos às funções específicas na administração pública, como bem explanou o senhor Cosmo Damião, com seu artigo “Cidadania em Pauta”, publicado, aqui mesmo, no A TRIBUNA, na coluna Opinião do Leitor.
Entretanto, o que nos motivou a escrever este texto foi publicado em reportagem especial do jornal A TRIBUNA, no domingo, sobre o “calote” ou inadimplência dos usuários das bibliotecas públicas municipais.
Este fato realmente é crítico e preocupante porque ressalta o descompromisso com o bem público tanto da parte dos gestores municipais e gerentes das bibliotecas, quanto dos usuários que não cumprem com seus deveres de cidadão, muitas vezes por desinformação. A situação é grave e séria porque envolve princípios e valores de formação ética e humana.
Por esta razão, é fundamental e imprescindível que os futuros gestores municipais e brasileiros valorizem os centros de informação que são, mais especificamente, as bibliotecas públicas e escolares, os museus e arquivos municipais, pois, muitos desses, se encontram apagados, sem vida, esquecidos, justamente, porque o poder público não investe em profissionais especializados e, tão pouco, em infraestrutura, como foi noticiada algumas vezes e de forma brilhante por este Jornal A TRIBUNA.
Sendo a mais recente, no domingo (30/9), considerada por nós educadores e profissionais da Ciência da Informação e autoras deste artigo, uma das mais graves denúncias de descaso com o patrimônio público, tanto pelos seus gerentes como por seus usuários. Sabemos que as bibliotecas, os arquivos e os museus não podem mais ser vistos como depósitos de livros, documentos e objetos. Ou, ainda, privativos de indivíduo ou grupo de pessoas, que ignoram o sentido de coletividade.
A história e o tempo vêm nos mostrando que os centros de informação que não investirem em preservação de seu patrimônio cultural, informacional, objetal e em novas tecnologias de comunicação, mas, sobretudo, em seu recurso humano, buscando novos saberes, novas competências e novas práticas bibliotecárias, arquivísticas e museológicas, estarão limitados ao recolhimento, guarda e exposição do patrimônio público.
Diante do exposto, a questão primordial é saber como o fazer biblioteconômico, museal e arquivístico podem, efetivamente, se constituírem em instrumentos capazes de equacionar ações para a promoção do bem público e do saber humano.
Os centros de informação possuem livros, periódicos, documentos, mapas, objetos antigos e artefatos tridimensionais e fotografias históricas e, por isso, são instrumentos de pesquisa e cultura, ou seja, são espaços ideais para geração de conhecimentos.
Mas infelizmente, são poucos frequentados pelas crianças e jovens porque não existe uma política de gestão organizacional adequada, prejudicando a oferta de serviços e de disseminação das informações, pois, muitos destes ambientes são gerenciados por profissionais de outras áreas sem nenhum conhecimento técnico-científico e teórico da administração destes bens públicos.
Inegavelmente, não estão preparados para administrar, organizar, disseminar e promover o conhecimento, refletindo as preocupações evidenciadas por pesquisadores e profissionais da área da Ciência da Informação em relação à produção, ao uso, à preservação e conservação do acervo e do armazenamento de livros, objetos e documentos.
Em Mato Grosso e, mais especificamente Rondonópolis, não é diferente, pois o descaso vem há anos por parte de vários gestores municipais e estaduais. Entretanto, o que mais intriga e preocupa é por qual motivo os gestores municipais não investem nas bibliotecas municipais, tanto as escolares quanto às públicas, para que possam cumprir seu papel de atender às necessidades informacionais da população.
Ao contrário, os prédios, as instalações e seus estoques: humano e material apresentam-se apáticos, desconfigurados do movimento democrático contemporâneo, sem nenhum objetivo inerente ao desenvolvimento cultural e científico.
Um fator fundamental para a inserção do profissional especializado é a criação do cargo de bibliotecário, mas parece que não é “conveniente” para a gestão pública municipal e estadual ter à frente do núcleo de bibliotecas profissional especializado e ciente da função social e do fazer bibliotecário.
Senhores eleitores e senhores candidatos, às vésperas de mais uma importante decisão nas urnas sobre quem irá comandar nosso município e os novos legisladores e fiscais do poder público, pensem no poder do voto e na responsabilidade que cada cidadão tem com o desenvolvimento de seu município e com a promoção do bem público, sendo, os principais: Educação e Conhecimento.
Por esta razão, o papel do bibliotecário é fundamental no processo de socialização, da difusão, da intermediação da leitura e motivação da utilização do patrimônio informacional, histórico, cultural e cientifico nestes espaços pertencentes à sociedade.
Não podemos mais compactuar com gestores que desprezam o saber técnico, acadêmico e científico. Além disso, transfere poderes aleatoriamente sem critérios definidos, prejudicando a população e a favor de interesses políticos e privados.
Assim: educar a criança e o jovem para pesquisar e estudar as diversas obras é uma maneira de proporcionar a reflexão, o pensamento crítico, um diálogo entre o passado e o presente e adquirindo subsídios ao desenvolvimento do processo de aprendizagem. Também devolver o material bibliográfico que foi emprestado pela biblioteca é uma questão de respeito ao próximo e de cidadania. Pensem nisso!
(*) EDILEUSA REGINA PENA DA SILVA e MARIZA INÊS DA SILVA PINHEIRO são professoras-doutoras do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal de Mato Grosso, no Campus de Rondonópolis
Fonte da postagem
Todavia, restritas são as situações, em nosso Brasil continental, em que estes centros de Referencia da Informação, do Conhecimento e da Memória assumem-se como dinamizadores socioculturais, procurando participar do desenvolvimento humano, regional e global, além de trabalhar por um mundo melhor, onde o ser humano seja mais livre, mais informado e de fato cidadão.
Em tempos de eleições e mudanças na gestão pública municipal, é importante que os novos escolhidos pelo povo preocupem-se em criar políticas públicas efetivas, amparado por profissionais especialistas, competentes e conduzidos às funções específicas na administração pública, como bem explanou o senhor Cosmo Damião, com seu artigo “Cidadania em Pauta”, publicado, aqui mesmo, no A TRIBUNA, na coluna Opinião do Leitor.
Entretanto, o que nos motivou a escrever este texto foi publicado em reportagem especial do jornal A TRIBUNA, no domingo, sobre o “calote” ou inadimplência dos usuários das bibliotecas públicas municipais.
Este fato realmente é crítico e preocupante porque ressalta o descompromisso com o bem público tanto da parte dos gestores municipais e gerentes das bibliotecas, quanto dos usuários que não cumprem com seus deveres de cidadão, muitas vezes por desinformação. A situação é grave e séria porque envolve princípios e valores de formação ética e humana.
Por esta razão, é fundamental e imprescindível que os futuros gestores municipais e brasileiros valorizem os centros de informação que são, mais especificamente, as bibliotecas públicas e escolares, os museus e arquivos municipais, pois, muitos desses, se encontram apagados, sem vida, esquecidos, justamente, porque o poder público não investe em profissionais especializados e, tão pouco, em infraestrutura, como foi noticiada algumas vezes e de forma brilhante por este Jornal A TRIBUNA.
Sendo a mais recente, no domingo (30/9), considerada por nós educadores e profissionais da Ciência da Informação e autoras deste artigo, uma das mais graves denúncias de descaso com o patrimônio público, tanto pelos seus gerentes como por seus usuários. Sabemos que as bibliotecas, os arquivos e os museus não podem mais ser vistos como depósitos de livros, documentos e objetos. Ou, ainda, privativos de indivíduo ou grupo de pessoas, que ignoram o sentido de coletividade.
A história e o tempo vêm nos mostrando que os centros de informação que não investirem em preservação de seu patrimônio cultural, informacional, objetal e em novas tecnologias de comunicação, mas, sobretudo, em seu recurso humano, buscando novos saberes, novas competências e novas práticas bibliotecárias, arquivísticas e museológicas, estarão limitados ao recolhimento, guarda e exposição do patrimônio público.
Diante do exposto, a questão primordial é saber como o fazer biblioteconômico, museal e arquivístico podem, efetivamente, se constituírem em instrumentos capazes de equacionar ações para a promoção do bem público e do saber humano.
Os centros de informação possuem livros, periódicos, documentos, mapas, objetos antigos e artefatos tridimensionais e fotografias históricas e, por isso, são instrumentos de pesquisa e cultura, ou seja, são espaços ideais para geração de conhecimentos.
Mas infelizmente, são poucos frequentados pelas crianças e jovens porque não existe uma política de gestão organizacional adequada, prejudicando a oferta de serviços e de disseminação das informações, pois, muitos destes ambientes são gerenciados por profissionais de outras áreas sem nenhum conhecimento técnico-científico e teórico da administração destes bens públicos.
Inegavelmente, não estão preparados para administrar, organizar, disseminar e promover o conhecimento, refletindo as preocupações evidenciadas por pesquisadores e profissionais da área da Ciência da Informação em relação à produção, ao uso, à preservação e conservação do acervo e do armazenamento de livros, objetos e documentos.
Em Mato Grosso e, mais especificamente Rondonópolis, não é diferente, pois o descaso vem há anos por parte de vários gestores municipais e estaduais. Entretanto, o que mais intriga e preocupa é por qual motivo os gestores municipais não investem nas bibliotecas municipais, tanto as escolares quanto às públicas, para que possam cumprir seu papel de atender às necessidades informacionais da população.
Ao contrário, os prédios, as instalações e seus estoques: humano e material apresentam-se apáticos, desconfigurados do movimento democrático contemporâneo, sem nenhum objetivo inerente ao desenvolvimento cultural e científico.
Um fator fundamental para a inserção do profissional especializado é a criação do cargo de bibliotecário, mas parece que não é “conveniente” para a gestão pública municipal e estadual ter à frente do núcleo de bibliotecas profissional especializado e ciente da função social e do fazer bibliotecário.
Senhores eleitores e senhores candidatos, às vésperas de mais uma importante decisão nas urnas sobre quem irá comandar nosso município e os novos legisladores e fiscais do poder público, pensem no poder do voto e na responsabilidade que cada cidadão tem com o desenvolvimento de seu município e com a promoção do bem público, sendo, os principais: Educação e Conhecimento.
Por esta razão, o papel do bibliotecário é fundamental no processo de socialização, da difusão, da intermediação da leitura e motivação da utilização do patrimônio informacional, histórico, cultural e cientifico nestes espaços pertencentes à sociedade.
Não podemos mais compactuar com gestores que desprezam o saber técnico, acadêmico e científico. Além disso, transfere poderes aleatoriamente sem critérios definidos, prejudicando a população e a favor de interesses políticos e privados.
Assim: educar a criança e o jovem para pesquisar e estudar as diversas obras é uma maneira de proporcionar a reflexão, o pensamento crítico, um diálogo entre o passado e o presente e adquirindo subsídios ao desenvolvimento do processo de aprendizagem. Também devolver o material bibliográfico que foi emprestado pela biblioteca é uma questão de respeito ao próximo e de cidadania. Pensem nisso!
(*) EDILEUSA REGINA PENA DA SILVA e MARIZA INÊS DA SILVA PINHEIRO são professoras-doutoras do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal de Mato Grosso, no Campus de Rondonópolis
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