sexta-feira, 14 de setembro de 2012

ZOARA FAILLA: “SE O PROFESSOR NÃO É LEITOR, NÃO CONSEGUE TRANSMITIR O PRAZER PELA LEITURA”

Os professores são os principais influenciadores nos hábitos de leitura dos brasileiros. Mas há indícios de que, no seu tempo livre, eles raramente abrem um livro, assim como a maioria dos brasileiros. O dado está no livro Retratos da Leitura do Brasil 3, que foi lançado durante a Bienal do Livro de São Paulo, no último mês. A obra analisa a pesquisa de mesmo nome feita pelo Instituto Pró-Livro, sob organização da socióloga Zoara Failla.

Ela diz que a amostra de professores ouvidos em 2011 – apenas 145, entre cerca de 5.000 entrevistados de todo o Brasil – é pequena, mas o resultado surpreendeu. Apenas três docentes disseram que gostam de ler no tempo livre. Ao serem questionados sobre títulos preferidos, eles citaram os de autoajuda e religiosos.

O Brasil ainda não é um país de leitores. Cerca de 50% da população não lê, quantidade maior do que a verificada em 2007, quando 55% se diziam leitores. Mas é preciso considerar que houve algumas mudanças na forma de conduzir as entrevistas entre uma edição e outra do estudo. O que mais afasta os brasileiros da leitura não é o preço dos livros ou a dificuldade de acesso e, sim, a falta de interesse. Por isso, a atuação de bons “professores-leitores” é estratégica.

“Se o professor for um bom ‘marketeiro’ dos livros, ele consegue despertar o interesse dos alunos”, diz Zoara Failla. Em entrevista a ÉPOCA, a pesquisadora fala sobre os hábitos de leitura de quem ensina e de quem aprende.

ÉPOCA - Qual é o perfil dos professores ouvidos na pesquisa?

Zoara Failla - É muito parecido com o dos demais entrevistados. A gente imaginava que, sendo educador, fosse haver um indicador melhor de leitura, de indicação de literatura, de clássicos, diferente da população como um todo. É uma amostra pequena, a gente não pode generalizar, mas é um indício. No seu tempo livre, eles preferem a televisão e as redes sociais.

ÉPOCA - O que afasta o professor da leitura?

Zoara - Temos problemas na formação desse professor. São as universidades. Quem está formando esse professor não está desenvolvendo esse interesse e apresentando a leitura não só como forma de atualização, mas como forma de lazer. Temos problemas também com tempo de trabalho. Muitos [professores] têm uma carga excessiva. Além disso, a maioria tem familiares de escolaridade não muito privilegiada. Há problemas de acesso. Boa parte das escolas tem bibliotecas, mas elas estão com acervos desatualizados, têm poucos livros. E, pelos salários baixos, os professores têm dificuldades para comprar obras.

ÉPOCA - O professor aparece na pesquisa como um dos maiores influenciadores do hábito da leitura dos brasileiros. Se ele não gosta de ler, como pode cativar os alunos?

Zoara - Isso é um dos principais problemas. A escola é um espaço privilegiado para formar leitores. Tanto que a gente percebe, pela pesquisa, que eles [os jovens] leem mais quando estão na escola. Depois que saem, deixam de ler porque não foram despertados para isso. Se o professor não é um leitor, não consegue transmitir esse prazer pela leitura e conquistar os alunos. Não tem repertório para indicar. Quando você tem uma conexão com os livros, consegue despertar emoções no outro. O bom leitor interpreta, fala sobre os personagens, cita frases e faz quase um marketing dos livros. Se o professor for um bom “marketeiro” dos livros, ele consegue atrair o interesse dos alunos.

ÉPOCA - É comum que a leitura nas escolas vire apenas uma atividade obrigatória. O professor tem que indicar obras clássicas que nem sempre são do gosto dos jovens. Como, então, despertá-los para a leitura por prazer?

Zoara - Sim, a leitura pode virar uma tarefa feita apenas para responder um questionário frio, que pergunta a escola literária, a época em que o autor viveu. Você massacra a obra de arte. Às vezes, o professor obriga uma leitura que não é adequada para uma faixa etária. Machado de Assis é maravilhoso, mas uma criança não vai ter condições de apreender aquele universo. Se você apresenta à garotada uma narrativa que tenha a ver com o momento dela, vai despertar interesse.

É preciso dar opções de escolhas. Mesmo entre os clássicos, há várias possibilidades. Infelizmente, o ensino médio está preso também aos vestibulares. Mas você pode deixar o momento mais interessante, com contação de história daquele romance ou rodas de leitura. Você pode fazer integração com outras disciplinas, facilitando a leitura, na medida em que a contextualiza.

ÉPOCA - O que fazer para melhorar as taxas de leitura entre os professores?

Zoara - É preciso rever o currículo da formação dos professores nas universidades. Para os que saíram da escola, a alternativa é a formação continuada, cursos de especialização. É um grande desafio para os educadores pensar em como fazer com que pessoas adultas descubram os livros e o prazer de ler.

ÉPOCA - Muitos brasileiros dizem não gostar de ler. Isso pode estar relacionado a dificuldades de leitura?

Zoara - Avaliações internacionais, como o Pisa, mostram que cerca 30% dos brasileiros não têm compreensão leitora. Se não têm a possibilidade de compreender um pequeno texto, não vão gostar de livros. Primeiro, temos que resolver essa questão, que é essencial: o letramento. Segundo a pesquisa [do Instituto Pró-Livro], 50% dos brasileiros não são leitores, ou seja, não leram nenhum livro nos últimos três meses. Desses, 30% não são leitores porque a escola não os capacitou para a leitura. Portanto, temos 20% de brasileiros que dominam a leitura, mas não gostam de ler.

ÉPOCA - Por que mesmo crianças pequenas têm dito que não gostam de ler?

Zoara - A criança fica fascinada com contação de história, quer que repita a mesma história muitas vezes. Mas nós temos que desenvolver esse interesse. É preciso ler para criança, ler na frente dela, dar livros de presente. São formas de conquistá-la, de mostrar que a leitura tem valor. Será que alguém nasce gostando de futebol no Brasil? Gostam porque isso é valorizado.

Fonte da postagem.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

A SOGRA IDEAL

A sogra ideal

Por: Pe. Paulo M. Ramalho


Olá todos!


Eis a ideia para você refletir ao longo da semana: "a sogra ideal".

Ao comentar a uma moça que ia escrever sobre a sogra ideal ela respondeu imediatamente: a "minha não é"! Mas a bem da verdade, outras também disseram: “não tenho nada a reclamar da minha sogra!”

Como se vê este é um tema bastante candente!

Sendo um tema tão vivo e com muitas e muitas histórias quando se toca neste assunto, é importante que falemos sobre ele, pois nada como encontrar pela vida uma "sogra ideal".

Já adianto que na próxima mensagem escreverei sobre a "nora ideal". Assim as sogras ficarão mais calmas. Também já adianto que toda relação sogra-nora não está fadada a permanecer como está. Todo ser humano pode mudar e mudar para melhor! Comecemos por rezar!

O que Jesus Cristo diria para uma sogra? Penso que diria muitas coisas, mas mais concretamente quatro coisas?

a) : a mais fundamental: que toda sogra procure crescer continuamente na virtude da caridade

São Paulo nos diz que o amor, a caridade, é o compêndio de todas as virtudes (cfr. 1 Cor 13, 4-7). Quando há amor, e um amor verdadeiro, iluminado pelo amor de Deus, todos os nossos gestos são realizados na hora certa e na medida certa. Não há dificuldade que não possa ser superada. Tudo se resolve.

Uma sogra que procura crescer continuamente na caridade saberá passar por cima de muitas pequenas desavenças e incompreensões e encherá de bênçãos a relação com a sua nora ou o seu genro. Será, com certeza, uma sogra muito querida.

b): que toda sogra procure ter um desprendimento sadio do seu filho ou da sua filha

O desprendimento sadio é uma virtude. Tanto está errado o apego a um filho ou a uma filha quando o desinteressar-se dele ou dela.

A sogra que está apegada ao filho ou à filha inevitavelmente provocará ciúmes por parte do outro cônjuge e realizará intromissões indevidas.

Não se esqueça que o apego é uma carência afetiva. Não se esqueça que você deve amar primeiro o seu marido e se preocupar em melhorar a relação com ele do que pôr o amor no filho ou na filha para buscar uma compensação.

Nosso apoio é Deus! Quem deve preencher o nosso coração antes de mais nada é Deus e não um marido, um filho, etc. Se Deus é o nosso grande amor e em Deus amamos o próximo, então tudo fica no lugar certo!

c) : que toda sogra procure ter senso de oportunidade

Pense que intrometer-se na vida de um casal é sempre delicado, pois todos nós desejamos ter autonomia.

Procure ajudar, mas ajude somente se for solicitada ou se tiver certeza que agradará o filho e a nora ou a filha e o genro.

Eu sei que é difícil ver, ao seu entender, a nora ou o genro tomarem uma decisão errada, ou simplesmente realizarem algo que, ao seu ver, não é o melhor. Mas é preferível não falar nada se não for oportuno. Faça algo muito importante: reze!

d): que toda sogra procure crescer a cada dia na humildade

Toda sogra deve saber que nesta vida há inúmeras formas de educar, de guardar as coisas na geladeira, de colocar as coisas no armário, etc.

Toda sogra deve ser o suficientemente humildade para aceitar que ela não é melhor nem pior do que a nora ou o genro: é simplesmente diferente. Muitas vezes, sim, terá razão, mas saberá ser humilde para falar da melhor maneira possível ou, o que será necessário muitas vezes, calar.

Ser uma sogra ideal é uma ciência! Na verdade é questão de imitar cada vez mais a Cristo. Não deixem de olhar para Cristo e assim todo o vosso comportamento será "ideal".

Uma santa semana a todos!

Pe. Paulo M. Ramalho

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Pe. Paulo M. Ramalho - Sacerdote ordenado em 1993. Engenheiro Civil formado pela Escola Politécnica da USP; doutor em Filosofia pela Pontificia Università della Santa Croce; Capelão do IICS (Instituto Internacional de Ciências Sociais). Atende direção espiritual na Igreja de São Gabriel, em São Paulo

O MUSEU DA TAM AMPLIA ACERVO COM AERONAVE DA 2º GUERRA

O Museu Tam acaba de restaurar uma aeronave da 2ª Guerra Mundial para integrar em seu acervo. A nova atração é o Focke-Wulf - J44 “Stieglitz”, um modelo de monomotor alemão, fabricado na cidade alemã de Bremen, a partir de 1933, e utilizado pela Luftwaffe (Força Aérea Alemã) durante a guerra. O modelo foi ainda produzido em Córdoba (Argentina) e no Rio de Janeiro (Brasil), na antiga Fábrica do Galeão.


O exemplar que está exposto no Museu TAM, em São Carlos (SP), foi fabricado na Argentina, em 1943. Antes de ser exibido ao público, precisou passar por um extenso trabalho de restauração. Depois de quase dois anos, o avião foi finalizado com uma dupla pintura em sua fuselagem: metade com o desenho da Luftwaffe, metade com as cores da Marinha do Brasil.




“Temos muito orgulho de ter realizado este trabalho especial de restauração aqui mesmo porque resgatamos o Stieglitz de um péssimo estado de conservação para deixá-lo inteiro, com totais condições de voo. O público agora tem a chance de conferir de perto um biplano extremamente ágil e em toda a sua plenitude”, afirma João Amaro, presidente do Museu Tam.



Com esta nova atração, o Museu Tam agora tem 82 aeronaves expostas, incluindo outras raridades importantes para a história mundial da aviação civil e militar, como os aviões Tiger Moth e Stearman. Só neste ano, entre os meses de janeiro e julho, mais de 42 mil pessoas já visitaram a instituição em São Carlos.

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quarta-feira, 12 de setembro de 2012

ONG É PROIBIDA DE DAR LIVRO EM VIADUTO DE SÃO PAULO

A organização não-governamental (ONG) Educa São Paulo havia programado para a manhã de ontem, segunda-feira, a distribuição de cerca de 8 mil livros, entre obras de literatura brasileira, livros infantis e gibis, no Viaduto do Chá, região central. A intenção era, além de incentivar a leitura, protestar contra o abandono das bibliotecas da cidade, que, segundo o presidente da ONG, Devanir Amâncio, "têm livros, mas não têm leitores."
Uma perua Kombi estacionou no Viaduto do Chá por volta das 23 horas de domingo para organizar e separar os títulos por autor e gênero, mas foram impedidos. Quatro guardas-civis metropolitanos disseram para os integrantes da ONG que eles deveriam ter autorização da Prefeitura para realizar a distribuição. "Eles disseram que estavam em alerta, esperando pela ação, e que a ordem era impedir", disse Amâncio.

A iniciativa, intitulada Bienal Relâmpago, agora será transformada em Bienal Móvel. Segundo Amâncio, duas Kombis - equipadas com aparelhos de som e faixas - percorrerão locais movimentados da região central da cidade oferecendo livros às pessoas. "Devemos começar ainda pela região do Viaduto do Chá, porque ali é área de Zona Azul e, se pagarmos, podemos estacionar por um tempo para distribuir os livros."

Ainda sem itinerário ou data marcada para a ação, Amâncio disse que é provável que a distribuição seja realizada neste sábado. Segundo ele, os livros foram doados por moradores da cidade. "Os próximos gestores têm de oferecer uma política eficiente de incentivo à leitura, para que as bibliotecas não sejam depósitos de livros como são hoje." As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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