São 215 consoles e mais de 6 mil games; mostra passará pelo Brasil.
Acervo foi mapeado pelo Instituto Brasileiro de Museus, do MinC.
Helton Simões GomesDo G1, em São Paulo
O jornalista Cleidson Lima, curador do Museu do Videogame, o 1º do gênero no Brasil. (Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal/Cleidson Lima)
Da próxima vez que um estudante disser que irá ao museu e voltar falando sobre videogame, não estranhe. O primeiro Museu do Videogame no país foi oficializado na sexta-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), ligado ao Ministério da Cultura. Com o reconhecimento, o criador e curador do museu, o jornalista Cleidson Lima, já faz planos. Baseado em Campo Grande, o acervo itinerante vai começar a viajar a outros lugares do país para contar 42 anos de história, desde o console Magnavox Odyssey, primeiro do mundo, de 1972, aos mais atuais Xbox One e PlayStation 4. Por enquanto, duas cidades já são destino certo: Fortaleza (CE) e Belém (PA).
Lima iniciou a coleção em 2006 e, até agora, já reuniu 215 consoles e mais de 6 mil games. Ao ser mapeado, o museu entra no radar do Ibram. Entre as 3.451 instituições listadas pelo Cadastro Nacional de Museus (CNM), é o primeiro voltado a games. O próximo passo é entrar para o cadastro oficial da instituição, que está sendo reformulado e ficará pronto no fim do ano. A partir daí, além de ser uma das 1.666 instituições de preservação da história do país, o Museu do Videogame receberá a consultoria de museólogos do instituto. “O que eles fazem é ensinar você a ser autônomo, a sobreviver, o que é difícil”, diz Lima. "Manter um museu é uma arte.”
A arte
As exposições ocorriam até agora em um shopping da capital sul-matogrossense. A última, em fevereiro, recebeu 160 mil visitantes em 15 dias. Segundo Lima, ao todo, as quatro exposições no local reuniram 600 mil visitantes. "O pessoal gosta muito do game retro”, comenta. Desde a entrada para o CNM, Lima já foi convidado a levar o museu a 17 cidades. Até agora, fechou com Fortaleza e Belém. Negocia para ir a Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador. Além de exibir os consoles, o museu oferece visitas guiadas, pequenas oficinas e palestras sobre a história dos games.
As exposições ocorriam até agora em um shopping da capital sul-matogrossense. A última, em fevereiro, recebeu 160 mil visitantes em 15 dias. Segundo Lima, ao todo, as quatro exposições no local reuniram 600 mil visitantes. "O pessoal gosta muito do game retro”, comenta. Desde a entrada para o CNM, Lima já foi convidado a levar o museu a 17 cidades. Até agora, fechou com Fortaleza e Belém. Negocia para ir a Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador. Além de exibir os consoles, o museu oferece visitas guiadas, pequenas oficinas e palestras sobre a história dos games.
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Diferentemente de muitos museus em que não é permitido tocar nas obras, no Museu do Videogame, os visitantes são convidados a apertar alguns dos itens. Dos consoles antigos do acervo, 25 podem ser jogados, como o Telejogo Philco-Ford (1977), Atari 260 (1976) e o PlayStation 1 (1994). “Tinha caboclo da minha idade chorando jogando ‘River Raid’", diz Lima, que vê na criação do museu uma oportunidade de aproximar jovens de instituições de preservação da arte e da história. “Vai convencer um guri de 10 anos a entrar num museu para ver escultura. É difícil”, diz Lima. “Já o museu do videogame naturalmente tem um atrativo.”
Obras-prima
Lima diz não possuir um grande acervo de games, mas se orgulha de alguns itens. Dentre as obras-prima do museu está o Magnavox Odyssey, o primeiro videogame fabricado do mundo, que foi comprado por ela pela fortuna de US$ 15 em um brechó hippie em San Francisco (EUA). “Os caras nem sabiam o que era aquilo.” Há também o Coleco Telstar Arcade, de 1977. De formato triangular, o console tem em cada uma de suas três faces uma modalidade de jogo diferente.
Lima diz não possuir um grande acervo de games, mas se orgulha de alguns itens. Dentre as obras-prima do museu está o Magnavox Odyssey, o primeiro videogame fabricado do mundo, que foi comprado por ela pela fortuna de US$ 15 em um brechó hippie em San Francisco (EUA). “Os caras nem sabiam o que era aquilo.” Há também o Coleco Telstar Arcade, de 1977. De formato triangular, o console tem em cada uma de suas três faces uma modalidade de jogo diferente.
Há também os esquisitos, como o Action Max, em que o cartucho era uma fita cassete. “É um dos mais bizarros que eu já vi na vida”, comenta Lima. “Ele foi um game tão bom, mas tão bom que tinha só seis jogos.” Todos os jogos eram de tiro. Como rodava apenas fitas de vídeo, não importava quais os comandos acionados pelo jogador no controle, nada na tela acontecia, pois o game não permitia interação.
Como o museu também é história, há alguns consoles que contam um pouco da trajetória dos games. Um deles é o Fairchild Channel F, o primeiro do mundo a aceitar cartuchos. “Antes o videogame tinha cinco jogos na memória, se você quisesse jogar outro game, tinha que comprar outro console”, explica Lima. Outro deles é o Philips CDI, videogame fabricado em 1991 pela companhia holandesa que rodava CDs e foi escolhido pela Nintendo após a japonesa dispensar o candidato da Sony. “Era para o Playstation ser da Nintendo. A Nintendo não quis, aderiu ao padrão CDI, que foi uma bomba.”
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