Pode-se dizer que a Noruega planeja digitalizar todos os livros em norueguês. Isso porque, até 2020, a Biblioteca Nacional do país, deverá criar versões eletrônicas para todo seu acervo - e, por lei, todo livro publicado (e todo conteúdo midiático) no país deve ter uma cópia na instituição.
Mas não é só isso. Todo esse conteúdo será disponibilizado gratuitamente não apenas para quem está nas instalações da biblioteca, mas para qualquer um que acesse o sistema de dentro da Noruega. Se seu IP indicar que você está no país, voilá, as portas norueguesas do conhecimento se abrem.
O conteúdo digitalizado fica disponível para qualquer um que esteja no país
"Quando vocês dizem que todo o acervo da biblioteca será aberto digitalmente, isso inclui obras que ainda estão protegidas pelas leis de copyright?", você pode perguntar. E a resposta é um sonoro SIM. Enquanto no Brasil temos sérias restrições pelos direitos autorais, regulamentados em 1998, antes da era da informação na nuvem, a Noruega quebra as paredes impostas pelos monopólios intelectuais. E, enquanto isso, nossas leis permitem que obras entrem em domínio público apenas 70 anos depois do ano subsequente da morte do autor.
A medida não só estimula uma maior distribuição da cultura, como também a sua preservação. Como aponta este artigo do The Atlantic, quando os futuros arqueólogos da internet buscarem entender a nossa civilização, encontrarão imagens de celebridades, Tumblrs engraçadinhos e GIFs. E, quando forem estudar os noruegueses, terão acesso à toda literatura produzida no país. Tudo porque nossa arte estava restrita ao meio físico, ou protegida por leis muito severas. Nesse sentido, a Noruega poderá ser, no século XVII, o que a Grécia antiga foi para o Renascimento: fonte de inspiração por sua riqueza de registros.
Fonte: http://revistagalileu.globo.com
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