terça-feira, 23 de outubro de 2012

CAMPANHA QUER ZERAR DÉFICIT DE BIBLIOTECAS NO BRASIL

Imagine se 24 bibliotecas fossem instaladas diariamente no país até os próximos oito anos. O que seria considerado um sonho para as instituições de ensino é, na verdade, a conta que precisaria ser feita para atender à lei 12.244, sancionada há dois anos, que obriga todas as escolas públicas e privadas a implantarem bibliotecas até 2020. Para dar luz ao tema, o Instituto EcoFuturo em parceria com empresas privadas e organizações civis lançou recentemente a campanha Eu Quero Minha Biblioteca. A ideia é sensibilizar os candidatos e prefeitos eleitos pelas eleições municipais e, principalmente, mobilizar a população para exigir a efetividade deste direito.

No ar até 2020, a campanha mantem um portal onde as pessoas podem encontrar informações sobre a lei, detalhes sobre os projetos de lei em tramitação que abordem temas relativos às bibliotecas, audiências públicas agendadas, informações sobre como montar essas bibliotecas, quais escolas já criaram as suas e ainda um mapa, em tempo real, que mostra a adesão da população e de candidatos ao movimento.

Ao aderir à campanha, os participantes passam a ser informados sobre estratégias que podem e devem ser implementadas no âmbito da política pública local. A ideia é articular uma rede ativa de mobilizadores, promovendo o mesmo impacto social do projeto Ficha Limpa (projeto de lei que teve origem na sociedade e que ganhou espaço na câmara legislativa depois de uma mobilização em massa e foi efetivado). Até agora, mais 800 pessoas em 379 municípios de todos os estados do país já apoiaram a campanha, que também conta com a adesão de mais de 20 parlamentares e 74 instituições.

Segundo Christine Fontelles, diretora de educação e cultura do Instituto EcoFuturo e uma das principais idealizadoras da campanha, a implantação das bibliotecas é apenas um dos eixos do grande tema que é a educação para a leitura no Brasil. "Ter o espaço é fundamental mas paralelamente é necessário discutir esse recheio. É preciso assegurar tanto uma arquitetura confortável como profissionais dentro dessas bibliotecas e acervos que conversem com o projeto pedagógico", afirma.

Ainda de acordo com Christine, a preocupação com a leitura no Brasil entrou em pauta há cerca de uma década e vem, pouco a pouco, ganhando uma projeção maior, ainda que não seja tratada de uma forma muito adequada para a efetividade da política pública. "Em muitas regiões, surgem 'jegue-livro', 'carro-livro', 'balsa-livro' ou 'bicicleta-livro' buscando dar conta desse déficit", diz.

Cartilha

Outra ação da campanha é distribuição de uma cartilha que orienta gestores públicos sobre como acessar recursos para implementar e manter bibliotecas. A publicação traz, por meio de uma linguagem bem simplificada, informações relacionadas a espaço e infraestrutura – com livros em braile e audiolivros –, equipe e atendimento. "Descobrimos que os gestores, muitas vezes, desconhecem as políticas existentes e não fazem sinapses dos recursos de educação voltados para as bibliotecas", afirma Christine.

A publicação já foi enviada a governadores, secretários estaduais de educação, parlamentares da comissão de educação, imprensa e organizações que fazem parte da coalizão que organiza a campanha. Em 2013, o material será distribuído a todos os prefeitos e secretários municipais de educação.

Bibliotecas-parque

Um das inspirações da campanha é o modelo realizado pelo país vizinho. Na Colômbia, todas as escolas têm biblioteca e o processo de implementação dessas fez parte de um esforço maior para ampliar a cultura de leitura da população. A proposta integrou um programa nacional de redução da violência, que teve início em Medelín e expandiu para outras cidades como Bogotá (considerada a Capital Mundial do Livro pela Unesco em 2007). " Essas cidades oferecem um serviço público de referência, mantêm uma infraestrutura de qualidade e são vocacionadas para promover leitura em todas as faixas etárias", diz Christine.

No Brasil, um modelo similar, também inspirado na iniciativa colombina, é realizado há dois anos no Rio de Janeiro. A Biblioteca-Parque, considerada a primeira no Brasil, tem 3.300 metros quadrados e beneficia moradores de 16 favelas de Manguinhos, uma das áreas mais pobres da cidade. Ainda no estado, a Biblioteca Pública de Niterói é a segunda biblioteca-parque, reinaugurada em julho deste ano. A próxima a adotar o modelo será a favela da Rocinha.
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GOSTO PELA LEITURA É DESENVOLVIDO EM PROJETO



Você sabe por que o dia 29 de outubro é considerado o dia Nacional do Livro? Porque foi nesse mesmo dia, no ano de 1810, que a Real Biblioteca Portuguesa foi transferida para o Brasil. Foi, então, fundada a Biblioteca Nacional e por isso a data foi escolhida para celebrar o Dia Nacional do Livro. Apesar de a data já existir há muito tempo, o hábito da leitura não é uma prática muito comum no Brasil.

 É o que aponta pesquisa lançada em setembro deste ano, pela Fundação Itaú Social e Datafolha. O estudo apontou que 60% dos entrevistados não teve experiência de leitura de livros ou histórias durante sua infância. Por outro lado, o levantamento demonstrou que os entrevistados têm consciência de que ler é importante para o desenvolvimento intelectual. Com relação à importância e percepção sobre incentivo à leitura, 96% afirmaram ser importante incentivar crianças de até 5 anos a ter gosto pela leitura. Por isso, iniciativas como o projeto Baú de Leitura, metodologia desenvolvida pelo Movimento de Organização Comunitária (MOC), que é desenvolvida na Bahia e em Sergipe, se destaca nessa conjuntura educacional.

 O Instituto Recriando desenvolve o Baú de Leitura desde 2003, projeto que trabalha com a educação contextualizada por meio de três temáticas. A primeira desenvolve atividades referentes à identidade pessoal, social e cultural, abordando a questão do ‘eu’. A segunda temática do projeto trata sobre o meio ambiente, devido à necessidade de despertar a consciência ambiental nas novas gerações. Por último, os educadores do Baú de Leitura trabalham questões relacionadas à cidadania.

 “O objetivo central do Baú de Leitura é provocar o gosto e o prazer pela leitura em crianças e adolescentes. De forma crítica e reflexiva, o projeto visa estimular um olhar voltado à comunidade e à própria realidade, dando outro sentido à leitura, para que ela não cumpra apenas um papel didático. Procuramos trazer a leitura para o contexto dos meninos e meninas para que, assim, eles possam atuar na realidade deles e fazer a diferença, para que eles mudem a realidade deles através do pensamento”, explica a coordenadora pedagógica do Instituto Recriando, Conceição Borges.

 Vera Carneiro, coordenadora do Programa de Educação do MOC completa. “Outro objetivo é praticar uma leitura de forma prazerosa, lúdica e contextualizada com estas crianças e adolescentes, ou seja, estimular o gosto duradouro pela leitura”.

 Foi com essa vontade de valorizar o aprendizado e sensibilizar meninos e meninas, conscientizando-os sobre o papel da leitura, que o UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) entrou em contato com o Movimento das Organizações Comunitárias (MOC), organização de Feira de Santana (BA), para que ela realizasse ações voltadas à leitura de forma lúdica e reflexiva junto a crianças. Vale lembrar também a atuação do Centro Dom José Brandão de Castro (CDJBC). Desde o segundo semestre de 2002, por indicação do MOC, o Centro foi convidado pelo UNICEF para implantar e monitorar o projeto Baú de Leitura no interior do estado. Assim, em 2002, foi iniciado trabalho em oito municípios da região citrícola e cinco da região São Francisco.

 De acordo a assessora educacional do CDJBC, Joilda Aquino, atualmente o projeto está acontecendo em 54 municípios do interior de Sergipe, o que equivale a cerca de 70% do estado, estatística bastante promissora. Ela também ressalta que a iniciativa tem se tornado política pública em algumas cidades do interior. “Os municípios que estão com o Baú atualmente mantêm o projeto ou pela secretaria de educação ou pela secretaria de ação social. Os gestores nos procuram e nós fazemos a capacitação dos educadores e monitoramos as atividades”, complementou a assessora.

Resultados

 A educadora Ana Cláudia Ribeiro atua no projeto em Aracaju, onde o Baú de Leitura é desenvolvido pelo Instituto Recriando. Ela conta que de todos os educandos orientados por ela, a menina Clarícia se destaca pela desenvoltura com as palavras. Inteligente e muito comunicativa, a garota é um exemplo de como o estímulo à leitura auxilia no desenvolvimento da aprendizagem e do senso cognitivo. “Nas aulas, ela sempre tem um exemplo para dar. Ela consegue fazer a relação com o que aprende aqui e as vivências dela. Clarícia é bem perceptiva”, comenta a educadora.

 Ela não é a única criança que enche os olhos de Ana Cláudia de alegria. A pequena Francielly também é um dos grandes nomes da turma do Baú de Leitura, que é desenvolvido atualmente na Casinha de Jesus, no bairro Santa Maria. Nas palavras da educadora, a menina é uma mobilizadora social. Apesar da pouca idade, ela consegue estimular os coleguinhas a participar das atividades. “Eu lembro que, em uma atividade do Baú, ela conseguiu organizar as atividades com os meninos como se ela própria fosse a professora. Ela é uma líder nata”, orgulha-se a educadora.

 Esses são só alguns exemplos da importância de um projeto de literatura infanto-juvenil no desenvolvimento intelectual e social dessas crianças. Muito mais do que estimular a leitura, o projeto trabalha as temáticas presentes nos livros por meio de outras atividades. A cada encontro, um novo universo de fantasias é descoberto. E, a cada descoberta, os meninos e meninas empenham-se em dar suas próprias interpretações para as histórias. “É tão bom ver a sinceridade no rosto das crianças. É um trabalho muito gratificante. Fico sem palavras para explicar”, comenta a educadora sobre o resultado obtido no seu trabalho.

Fonte: Ascom Instituto Recriando


segunda-feira, 22 de outubro de 2012

JUSTIÇA RESGATA ARQUIVO MORTO

A Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania reformulou todo o arquivo morto da pasta para contribuir com o resgate da memória da história do Estado e aumentar a transparência dos bens públicos.

 O acervo ocupa o andar superior do prédio onde funciona a garagem da Secretaria da Justiça, no bairro do Glicério. O espaço tem uma área aproximada de mil metros quadrados, e está dividido por 15 prateleiras. Há documentos desde 1893 até os dias de hoje e compreende todos os processos de diferentes áreas de todas as Secretarias do Estado de São Paulo.

 Entre os processos foram encontrados documentação da época da Revolução de 1932, registros de despesas penitenciárias, pedido de camisa de força para crianças e adolescentes, assinaturas de governantes de São Paulo como Pedro de Toledo, solicitação de entrada de imigrantes no país, pedidos de naturalização, entre outras curiosidades.

Tirando o pó

 Angela Maria Peixoto Dias, assistente técnica da Secretaria da Justiça e responsável pela organização do arquivo, explicou que o espaço estava parado, sem organização e limpeza desde 1994.

 O trabalho pesado, segundo ela, começou em fevereiro deste ano, com um mutirão, em que participaram todos os reeducandos, que prestam serviços na Secretaria. O trabalho envolve a ressocialização dos reeducandos, detentos que cumprem pena em regime semiaberto no presídio de Franco da Rocha, e que possui convênio com a Secretaria da Justiça. "Conviver com eles, conhecer a natureza de cada um, os anseios, os sonhos, a pretensão futura me fez pensar que nem tudo é como a gente pensa e que temos que olhar os dois lados”.

 Depois da limpeza pesada, três pessoas se dedicaram a restaurar os processos. Foram nove meses de trabalho envolvendo cerca de dez mil documentos sujos, mofados e empoeirados. Em uma primeira etapa estão sendo resgatados os documentos até 1940. Em uma segunda etapa eles serão separados por ano e data.

  Angela conta que recuperar o arquivo é um trabalho de resgate em todos os sentidos: da história, do ser humano e do social. “É um trabalho muito interessante poder conviver e aprender um pouco da história do país. Esta é uma experiência que vou levar para sempre”

Digitalização

 O futuro de todo esse trabalho será a digitalização dos documentos e arquivos na Casa Civil do Governo para onde todos os documentos serão transferidos quando o processo for finalizado.

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segunda-feira, 15 de outubro de 2012

ORDEM NA BAGUNÇA

Os papéis vão se juntando em cima da mesa do escritório, formando enormes pilhas. Você pressente que um dia aquela papelada pode se virar contra você, mas continua esperando dar uma brecha na rotina para colocar em ordem os documentos. De repente, precisa da apólice do seguro do carro. Sabe que está guardada, mas onde? Em casa ou na empresa? Nas gavetas ou nas pastas? Começa, então, uma procura estressante, que vem acompanhada da antiga resignação de não conseguir manter a organização. Você bem que tenta, tira uma tarde para colocar as coisas em ordem. Um mês depois, a bagunça volta a imperar. Quando a situação chega a esse ponto, uma boa saída pode ser contratar um profissional.

As empresas especializadas em organização de documentos cobram entre R$ 1 mil e R$ 2 mil para colocar em ordem a papelada pessoal. “É preciso saber o que realmente precisa ficar guardado e por quanto tempo”, diz o bibliotecário Juan Cacio Peixoto, proprietário da Acervo, empresa paulista especializada na organização de documentos. O trabalho começa com a triagem total da papelada. Falta um carimbo na escritura da sua casa de praia? Esse tipo de problema também fica a cargo dos profissionais da arrumação. “Os documentos precisam estar completos para ter validade”, alerta Peixoto. O segundo passo é mapear o patrimônio. Imóveis, carros, barcos ganham uma espécie de dossiê. Se necessário serão tiradas cópias do certificado de propriedade e segunda via do que estiver danificado. As contas de consumo e de gastos pessoais ficam divididas. Uma caixa de entrada, para os documentos a pagar, e um arquivo com os recibos.

Outra opção é digitalizar os documentos. Os programas custam a partir de R$ 400. Segundo Waida Coimbra, da Linear Assessoria de Documentação, manter os papéis organizados é fundamental para evitar transtornos no caso de uma fatalidade. “Os familiares terão acesso à documentação com facilidade”, completa ela.


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