terça-feira, 28 de outubro de 2014

Acervo da Comissão da Verdade pode ajudar na prova do Enem

Documentos de presos políticos, como Miguel Arraes, estão disponíveis.
Professor Paulo Chaves aborda momentos do golpe que completou 50 anos.


Entender o golpe de 1964, quando os militares instauraram um regime de ditadura no Brasil, pode ser essencial para as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano. Além de o tema ser recorrente nas avaliações, o fato histórico completou 50 anos em 2014. O período, que ainda levanta muitas questões envolvendo democracia e direitos humanos, pode ser abordado na prova de história.
Em Pernambuco, os alunos que se preparam para o vestibular devem estar atentos ao noticiário e ao material disponível sobre o regime militar. A Comissão Nacional da Verdade (CNV) e a Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Hélder Câmara (CEMVDHC) vêm desenvolvendo diversos trabalhos com o objetivo de investigar violações de direitos humanos ocorridas entre 18 de setembro de 1964 e 5 de outubro de 1988.
Neste mês, no Recife, militares suspeitos de ter envolvimento em casos de tortura em Pernambuco durante o regime foram ouvidos pela comissão. Também em outubro, ex-presos políticos foram convidados a reconhecer instalações que serviram como locais de prisão e tortura.
Desde o dia 1º de outubro, a CEMVDHC disponibilizou, no site da Companhia Editora de Pernambuco (Cepe), parte do acervo com vários documentos do período, como relatórios sobre assassinatos, prontuários e documentos pessoais, judiciais e policiais de presos políticos. Entre eles, os prontuários de Dom Hélder Câmara, ex-arcebispo de Olinda e Recife que foi perseguido pelo governo militar, e do ex-governador de Pernambuco Miguel Arraes, deposto um dia após o golpe.
Documentos como o prontuário de Dom Helder Câmara estão disponíveis em um acervo digital. (Foto: Divulgação)Documentos como o prontuário de Dom Helder Câmara
estão disponíveis em um acervo digital. (Foto: Divulgação) 
“A gente sabe que, durante a ditadura, a censura impediu a divulgação não apenas dos documentos, mas dos próprios fatos. Vivemos um momento em que nem o nome de Dom Hélder podia aparecer no noticiário”, diz o coordenador da CEMVDHC, Fernando Coelho. De acordo com ele, todos os fatos que forem comprovados serão levados a conhecimento público. “Não temos o poder de julgar, temos o poder de revelar a verdade e divulgá-la é o nosso objetivo”, completa.
Para o professor de história Paulo Chaves, a comissão vem resgatar a história de um momento complicado para a sociedade brasileira. “No momento em que existe essa preocupação em chamar essa Comissão da Verdade para colocar indivíduos para depor, o governo sinaliza para punir ou, pelo menos, sinaliza com a possibilidade de fazer justiça em relação aos acontecimentos nefastos do período”, diz.
Os acontecimentos aos quais o professor se refere estão relacionados ao tolhimento das liberdades. “Não era mais admissível que, num país democrático, essa impunidade fosse mantida. A Comissão da Verdade vem abrir esses arquivos e tentar apontar alguns responsáveis que ainda podem responder por aquelas atrocidades. Mesmo sendo tarde, eu acredito que ela é importante nesse aspecto”, ressalta.
Entre os documentos disponíveis no acervo digital, o docente destaca os relativos ao ex-arcebispo Dom Hélder Câmara. “Ele estava ligado a um movimento da Igreja Católica no Brasil, de vanguarda, com muitos seminaristas na América Latina que se manifestavam contra a ditadura: o movimento chamado de Teologia da Libertação”, diz. Dom Hélder denunciava as torturas cometidas pelos militares e tentava organizar a sociedade para combater a ditadura e libertar o País. “É importante destacar o papel revolucionário dele, até porque grande parte da Igreja foi omissa ao que estava acontecendo”, ressalta.
Para ele, acessar o conteúdo disponível na internet relativo ao período de ditadura aumenta a bagagem do candidato e pode ajudar na hora da prova. “Inclusive, o Enem pode usar fragmentos desses documentos para sugerir análises”, diz.
 
GUIA DO ENEM
Provas serão dias 8 e 9 de novembro
A partir desse momento, o governo americano passa a financiar golpes na América Latina. “Isso é fartamente documentado através de um projeto chamado ‘Brother Sam’, que prova que eles realmente financiaram golpes. É interessante a gente perceber que o Brasil não estava isolado”, completa.
Após o golpe no Brasil, o professor destaca a imposição dos Atos Institucionais (AIs), principalmente o AI-5, promulgado em 1968 pelo então presidente Costa e Silva. “Esse foi terrível. Permitia que o próprio presidente cassasse qualquer mandato político ou direito civil de qualquer cidadão. Fora isso, também permitiu o confisco dos bens de presos e exilados políticos”, conta.
Outro ponto importante é o movimento de distensão da ditadura, quando os militares começam a perder forças. “É o processo de reabertura, que começa com Geisel e se consolida com Figueiredo. Dentro dessa questão, estão os movimentos como as Diretas Já e a emenda Dante de Oliveira, que propunha eleição direta para presidente”, detalha o professor.
O candidato também deve estar atento aos movimentos culturais que nasceram no período. “A Tropicália, as músicas de protesto, o cinema novo de Glauber Rocha e Nelson Pereira e o teatro, com Gianfrancesco Guarnieri. Tudo isso é uma crítica ao período”, pontua.
Fonte: www.g1.globo.com em 27.10.2014

domingo, 26 de outubro de 2014

Graduação de Arquivologia - ECI-UFMG

Projeto obriga governo a incentivar acesso da população a bibliotecas públicas


A Câmara dos Deputados analisa o Projeto de Lei 6959/13, do Senado, que obriga o governo a promover o acesso da população ao acervo e aos equipamentos das bibliotecas públicas. O texto altera a Política Nacional do Livro (Lei 10.753/03) para incluir essa obrigação.

A proposta também define as bibliotecas públicas como aquelas mantidas pelo governo ou que receba dinheiro público. 

O autor, senador Alfredo Nascimento (PR-AM), diz que o projeto quer democratizar o uso das bibliotecas públicas pelos cidadãos e, dessa forma, aumentar o nível de leitura do brasileiro. “Por meio da universalização do acesso da comunidade às bibliotecas públicas, o projeto vai minimizar o lamentável quadro precário sobre os hábitos de leitura dos brasileiros”, defendeu.

Tramitação 
O projeto tramita em caráter conclusivo e será analisado pelas comissões de Cultura; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.


Confira a íntegra da proposta: PL-6959/2013

Capes disponibiliza aplicativo do Portal de Periódicos


Usuários do Portal de Periódicos, das mais de 400 instituições participantes, podem baixar o aplicativo da biblioteca virtual para acessar os conteúdos assinados pela Fundação Capes com editores internacionais.

Desenvolvido em parceria com a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), o aplicativo permite o acesso remoto via Comunidade Acadêmica Federada (CAFe). A ferramenta digital do Portal de Periódicos está disponível para os sistemas operacionais IOS, Android e outros, nas categorias 'Referência e Educação'.

É possível realizar buscas rápidas por assunto, periódico, base e livro, todos com a funcionalidade de autopreenchimento. O usuário ainda consegue navegar em websites referenciados pelos resultados de busca, além de ler e exportar os artigos em formato PDF.

O usuário acessa periódicos, referências bibliográficas com resumo, teses e dissertações, normas técnicas, livros, obras de referência, estatísticas, patentes, arquivos abertos e redes de e-prints. São inúmeras possibilidades de pesquisa dentro do universo científico oferecido de forma rápida e prática pelo aplicativo do Portal de Periódicos.

Portal de Periódicos
Criado em novembro de 2000 para democratizar o acesso a conteúdos científicos de alto nível produzido no mundo, o Portal de Periódicos oferece acesso a mais de 36 mil títulos com texto completo, 130 bases referenciais, 12 bases exclusivas para patentes e mais de 250.000 e-books.
O portal ainda oferece conteúdo gratuito selecionado, como bases de livre acesso, periódicos nacionais com boa classificação no Programa Qualis-Capes, além dos resumos de teses e dissertações defendidas no País.

Fonte: Portal Brasil.