terça-feira, 26 de agosto de 2014

Advogados e juízes criticam digitalização


No último dia 12 de agosto, a advogada Deborah Prates, com dezenas de colegas, estava à porta do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) do Rio de Janeiro para protestar contra a instabilidade do Processo Judicial Eletrônico (PJe), sistema digital que gradualmente substitui as montanhas de papel que por anos foram símbolo de morosidade no Judiciário.

Os advogados trabalhistas pediam para voltarem a usar petições impressas, para contornar os problemas de acesso ao sistema, que, só em julho, ficou instável ou fora de serviço por várias horas ao longo de 16 dias.

Segundo a Ordem dos Advogados do Brasil, há no país 1,2 mil advogados deficientes visuais. Quando perdeu a visão, Deborah perdeu também todos os seus clientes, e, desde então, advoga em prol dos deficientes visuais. Mas a situação ficou ainda mais difícil quando a Justiça começou a digitalizar os peticionamentos.

Quando o PJe começou a ser pensado, o magistrado Ricardo Tadeu Marques da Fonseca, do TRT do Paraná, percebeu o grande potencial inclusivo da iniciativa.

Para ele, era um avanço que deficientes não tivessem mais que digitalizar centenas de páginas para ler no próprio computador, aproveitando os recursos de acessibilidade da máquina. Contudo, o primeiro desembargador deficiente visual do Brasil se decepcionou.

O PJe foi instituído pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) por meio da Resolulção 185, de 18 de dezembro de 2013, e deve abarcar 100% da Justiça brasileira até 2018.

Atualmente, 36 tribunais já implantaram o sistema, além do CNJ e da Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Especiais Federais.

Todos os tribunais do Trabalho já utilizam o PJe, que foi 100% implantado em nove deles. Na Justiça estadual, 11 tribunais e o do Distrito Federal já aderiram. (das agências)
 Fonte: Jornal de Hoje - 25.08.2014

sábado, 23 de agosto de 2014

Biblioteca Nacional disponibiliza 10 milhões de páginas digitalizadas para consulta



Biblioteca Nacional Digital
Biblioteca Nacional Digital (Reprodução)
A biblioteca Nacional Digital já atingiu o número de mais de 740 mil itens digitalizados e disponíveis para consulta gratuita do público. Entre os arquivos, encontram-se decretos de 1808, livros famosos como Os Lusíadas de Camões, de 1572, entre outras raridades.
Segundo o Ministério da Cultura, o escaneamento dos arquivos acontece desde 2006 e contabiliza, ao todo, mais de 10 milhões de páginas digitalizadas (ou 740 mil itens).
Para acessar o conteúdo, basta acessar http://bndigital.bn.br/ e ir na busca superior. Atualmente, o site possui mais de 300 mil acessos por mês.
Entre os conteúdos de relevância histórica, destacam-se a Coleção Thereza Christina Maria, doada à biblioteca pelo próprio Imperador Dom Pedro II, que contém partituras, mapas, gravuras e fotos, a coleção é considerada Memória do Mundo pela Unesco. Também é possível visualizar as primeiras fotografias feitas na Amazônia Brasileira.

Fonte: Portal EBC em 20.08.2014

Brasil ganha Museu dos Games; acervo retrô rodará o país

São 215 consoles e mais de 6 mil games; mostra passará pelo Brasil.
Acervo foi mapeado pelo Instituto Brasileiro de Museus, do MinC.


Helton Simões GomesDo G1, em São Paulo


O jornalista Cleidson Lima, curador do Museu do Videogame, o 1º do gênero no Brasil. (Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal/Cleidson Lima)
O jornalista Cleidson Lima, curador do Museu do Videogame, o 1º do gênero no Brasil. (Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal/Cleidson Lima)
Da próxima vez que um estudante disser que irá ao museu e voltar falando sobre videogame, não estranhe. O primeiro Museu do Videogame no país foi oficializado na sexta-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), ligado ao Ministério da Cultura. Com o reconhecimento, o criador e curador do museu, o jornalista Cleidson Lima, já faz planos. Baseado em Campo Grande, o acervo itinerante vai começar a viajar a outros lugares do país para contar 42 anos de história, desde o console Magnavox Odyssey, primeiro do mundo, de 1972, aos mais atuais Xbox One e PlayStation 4. Por enquanto, duas cidades já são destino certo: Fortaleza (CE) e Belém (PA).
O Magnavox Odissey, de 1972, é o primeiro videogame fabricado no mundo. (Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal/Cleidson Lima)O Magnavox Odissey, de 1972, é o primeiro
videogame fabricado no mundo. (Foto: Divulgação/
Arquivo Pessoal/Cleidson Lima)
Lima iniciou a coleção em 2006 e, até agora, já reuniu 215 consoles e mais de 6 mil games. Ao ser mapeado, o museu entra no radar do Ibram. Entre as 3.451 instituições listadas pelo Cadastro Nacional de Museus (CNM), é o primeiro voltado a games. O próximo passo é entrar para o cadastro oficial da instituição, que está sendo reformulado e ficará pronto no fim do ano. A partir daí, além de ser uma das 1.666 instituições de preservação da história do país, o Museu do Videogame receberá a consultoria de museólogos do instituto. “O que eles fazem é ensinar você a ser autônomo, a sobreviver, o que é difícil”, diz Lima. "Manter um museu é uma arte.”
A arte
As exposições ocorriam até agora em um shopping da capital sul-matogrossense. A última, em fevereiro, recebeu 160 mil visitantes em 15 dias. Segundo Lima, ao todo, as quatro exposições no local reuniram 600 mil visitantes. "O pessoal gosta muito do game retro”, comenta. Desde a entrada para o CNM, Lima já foi convidado a levar o museu a 17 cidades. Até agora, fechou com Fortaleza e Belém. Negocia para ir a Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador. Além de exibir os consoles, o museu oferece visitas guiadas, pequenas oficinas e palestras sobre a história dos games.
Diferentemente de muitos museus em que não é permitido tocar nas obras, no Museu do Videogame, os visitantes são convidados a apertar alguns dos itens. Dos consoles antigos do acervo, 25 podem ser jogados, como o Telejogo Philco-Ford (1977), Atari 260 (1976) e o PlayStation 1 (1994). “Tinha caboclo da minha idade chorando jogando ‘River Raid’", diz Lima, que vê na criação do museu uma oportunidade de aproximar jovens de instituições de preservação da arte e da história.  “Vai convencer um guri de 10 anos a entrar num museu para ver escultura. É difícil”, diz Lima. “Já o museu do videogame naturalmente tem um atrativo.”
Exposição do Museu do Videogame, o primeiro do gênero no Brasil, em shopping de Campo Grande (MS). (Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal/Cleidson Lima)Exposição do Museu do Videogame, o primeiro do gênero no Brasil, em shopping de Campo Grande (MS). (Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal/Cleidson Lima)
Obras-prima
Lima diz não possuir um grande acervo de games, mas se orgulha de alguns itens. Dentre as obras-prima do museu está o Magnavox Odyssey, o primeiro videogame fabricado do mundo, que foi comprado por ela pela fortuna de US$ 15 em um brechó hippie em San Francisco (EUA). “Os caras nem sabiam o que era aquilo.” Há também o Coleco Telstar Arcade, de 1977. De formato triangular, o console tem em cada uma de suas três faces uma modalidade de jogo diferente.
Lançado em 1977, o Coleco Telstar Arcade tinha formato triangular; em cada uma de suas três faces, o console possuía uma modalidade de game diferente. (Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal/Cleidson Lima)Lançado em 1977, o Coleco Telstar Arcade
tinha formato triangular; em cada uma de suas
três faces, o console possuía uma modalidade
de game diferente. (Foto: Divulgação/Arquivo
Pessoal/Cleidson Lima)
Há também os esquisitos, como o Action Max, em que o cartucho era uma fita cassete. “É um dos mais bizarros que eu já vi na vida”, comenta Lima. “Ele foi um game tão bom, mas tão bom que tinha só seis jogos.” Todos os jogos eram de tiro. Como rodava apenas fitas de vídeo, não importava quais os comandos acionados pelo jogador no controle, nada na tela acontecia, pois o game não permitia interação.
Como o museu também é história, há alguns consoles que contam um pouco da trajetória dos games. Um deles é o Fairchild Channel F, o primeiro do mundo a aceitar cartuchos. “Antes o videogame tinha cinco jogos na memória, se você quisesse jogar outro game, tinha que comprar outro console”, explica Lima. Outro deles é o Philips CDI, videogame fabricado em 1991 pela companhia holandesa que rodava CDs e foi escolhido pela Nintendo após a japonesa dispensar o candidato da Sony. “Era para o Playstation ser da Nintendo. A Nintendo não quis, aderiu ao padrão CDI, que foi uma bomba.”
Robô ROB (Robotic Operating Buddy) era um companheiro para jogar games multiplayer que acompanhava o Nintendinho, lançado em 1985. (Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal/Cleidson Lima)Robô ROB (Robotic Operating Buddy) era um companheiro para jogar games multiplayer que acompanhava o Nintendinho, lançado em 1985. (Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal/CleidsoFonte: www.globo.g1.com em 15.08.2014

Museu Casa de Maria Bonita, com acervo do cangaço, é roubado na BA

Espaço fica na casa onde nasceu cangaceira que foi mulher de Lampião.Objetos como máquina de costura, chocalho e fotografia foram levados.

O Museu Casa de Maria Bonita, que fica no povoado Malhada de Caiçara, zona rural de Paulo Afonso, foi arrombado e teve peças históricas roubadas. Objetos como máquina de costura de mão, chocalho, ferro de brasa, além de 15 fotografias, foram levadas.
Segundo João de Souza Lima, biógrafo da cangaceira, membro da Academia de Letras local e dono de parte do acervo, o crime aconteceu na noite de quarta-feira (20) e a queixa será registrada nesta sexta-feira (22).
"O pessoal sabe mais ou menos quem é. Esse acervo todo me pertence, porém as peças mais valiosas não estão lá, como joias e punhais. A gente sabe mais ou menos quem fez. A pessoa foi vista andando em direção ao museu e, depois, voltando com uma bolsa", diz João de Souza. Ele alega que o crime não foi comunicado antes devido à greve de 72 horas dos policiais civis.
O espaço fica na casa de reboco onde nasceu a mulher de Lampião, Maria Gomes de Oliveira, também conhecida como a "Rainha do Cangaço". O museu é aberto à visitação pública e faz parte do Roteiro Cânion e Cangaço, segundo informações da prefeitura municipal.
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Museu Casa de Maria Bonita, em Paulo Afonso, na Bahia (Foto: Divulgação/Prefeitura de Paulo Afonso)Museu Casa de Maria Bonita, em Paulo Afonso, na Bahia (Foto: Divulgação/Prefeitura de Paulo Afonso)Fonte: www.g1.globo.com - 22.08.2014