sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Bibliotecas digitais e impressas vão coexistir por muito tempo, diz especialista

Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil Edição: Davi Oliveira
As bibliotecas impressas e digitais vão coexistir,  “pelo menos”, durante os próximos 20 anos, disse hoje (20) à Agência Brasil a diretora do Sistema de Bibliotecas da Fundação Getulio Vargas (FGV), Marieta de Moraes Ferreira. Ela participou do primeiro dia de debates da conferência internacional Os Desafios das Bibliotecas Digitais: Conhecimento, Tecnologia e o Crescimento da Informação Virtual nas Universidadespromovido pela instituição, em sua sede em Botafogo, zona sul do Rio de Janeiro. O evento reúne profissionais brasileiros e de instituições internacionais de ensino.
“O mundo dos livros está mudando muito e sempre surge aquela ideia de se criar uma biblioteca digital e diminuir o número de livros físicos”, comentou Marieta. Essa proposição, entretanto, cria uma série de debates, incertezas e desafios para o futuro. Segundo ela, isso ocorre porque uma coisa são os periódicos digitais, que são bem aceitos de modo geral e para os quais que se verifica um aumento cada vez maior de consultas por parte de pesquisadores, professores e alunos.  A questão muda, entretanto, quando se trata dos livros impressos.
Brasília - Estudo divulgado pelo Ministério da Cultura mostra que 79% dos municípios brasileiros têm bibliotecas
Participantes de encontro internacional discutem a convivência dos livros impressos com os chamadose-booksRenato Araújo/Agência Brasil
Alguns palestrantes indagaram se é possível haver uma biblioteca só digital ou essencialmente digital. “A conclusão final é a inviabilidade disso neste momento, porque os leitores ainda não estão sintonizados com isso, mesmo os jovens. A preferência pelo livro físico ainda é dominante”, explicou.
A diretora da FGV disse, ainda, que é preciso distinguir  entre livros de ficção, como um romance, por exemplo, e um livro acadêmico, que é um livro de estudo que demanda mais concentração da parte do leitor. “Acho que os livros de ficção, que levam para uma atividade mais de lazer, têm mais facilidade de serem incorporados aos hábitos das pessoas na forma de livros digitais, os chamados e-books, do que os livros acadêmicos”.
Outro problema se refere à compra de livros digitais, especialmente para as bibliotecas universitárias, indicou Marieta Ferreira, porque o modelo de negócio é diferente do adotado tradicionalmente. “Quando você compra livros digitais para as bibliotecas, não compra das editoras. Compra das agregadoras, que são como distribuidoras de livros digitais”. O que ocorre, mencionou, é que essas empresas vendem pacotes fechados de livros ou de base de dados.  “Às vezes, você compra 100 títulos e lhe interessam 20. Muitas vezes, não há opção de escolha”.
Além disso, a disponibilidade de grande parte dos livros vendidos pelas agregadoras não é perpétua, ou seja, a compra é feita por um prazo determinado, ao fim do qual os livros digitais deixam de ser acessáveis. “Se, no ano que vem, a biblioteca não tiver dinheiro, acabou o livro”. Devido a essas questões, a tendência, sinalizada pelos especialistas de vários países presentes à conferência, é que as bibliotecas digitais e impressas ainda coexistirão durante bastante tempo.
O Sistema de Bibliotecas da FGV reúne as bibliotecas da instituição no Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília. Em todo o Brasil, a FGV tem mais de 140 mil alunos. O sistema inclui 10.733 e-bookscomprados ou adquiridos por assinatura; 3.756 livros impressos que estão em domínio público e podem ser digitalizados; 280 mil e-books  disponibilizados a partir do Portal Capes; e 149.471 livros impressos, dos quais 85.121 pertencem ao acervo da FGV Rio.

Fonte: Agência Brasil em 20.08.2014

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Brasileiro edita páginas da Wikipédia desde os 14 anos

Dividir ‘conhecimento’ está entre as motivações de Vinícius Siqueira, um dos 15 mil editores da enciclopédia no País
Por Redação Link
Pedro Caiado /
ESPECIAL PARA O ESTADO
Páginas como a da presidente Dilma Rousseff só podem ser editadas por ‘veteranos’ da Wikipédia.  FOTO: Reprodução
LONDRES – Existem 15 mil brasileiros trabalhando voluntariamente para a Wikipédia. Eles são uma comunidade ativa, que edita em torno de 200 mil páginas diariamente. Vinícius Siqueira, de 22 anos, é editor do site desde os 14 anos. “O que me motiva é compartilhar conhecimento de forma livre”, disse ele ao Estado, por telefone.
O estudante de medicina edita assuntos do seu dia a dia. “É uma técnica de aprendizado para mim. Esse é um compromisso pessoal com o acesso livre ao conhecimento”, defendeu ele.
Perguntado quais são as páginas mais vandalizadas do Wikipedia em português, ele explica que várias tem que ser trancadas. Somente administradores ou usuários registrados podem editá-las. “Entre as protegidas estão assuntos como ‘bunda’, as de celebridades como Luan Santana e Justin Bieber, e de políticos como Dilma Rousseff e Lula”, disse o jovem que já dedicou parte de suas férias editando artigos do Wikipédia.
“Um vandalismo muito óbvio, como um palavrão, não dura segundos antes de ser retirado”, ele explica. “E você pode acessar o histórico de todas as edições de uma mesma página.” O cargo de editor é considerado como de grande responsabilidade. “Os assuntos tem de ser abordados de forma imparcial”, disse.
Vinicius explica que há maneiras de monitorar a qualidade dos artigos. “Há uma parte chamada ‘mudanças recentes’, em que você consegue ver todas as edições feitas nas páginas em português.”
Segundo ele, quem faz o monitoramento de artigos conhece as regras da Wikipédia, mas não é necessariamente um profissional da área. “Você não precisa ser médico para editar páginas relacionadas à medicina”, afirmou, dizendo que as fontes é que cedem as informações, e que cabe aos editores catalogá-las. Para ele, a Wikipédia funciona de forma democrática. “Você tem que ter aprovação da comunidade para ter acesso a certas ferramentas.”
Em uma rápida analise das páginas dos candidatos a presidência, incluindo a do recém-falecido Eduardo Campos, Vinicius dá sua opinião. “Estão todas de acordo com os padrões do Wikipédia. Acho que somente a do Campos merecia mais fontes, mas talvez seja pelo momento”, disse.
Fonte: O Estado de São Paulo - 18 de Agosto de 2014 - Caderno LINK

Entrevista: ‘Lojas de livros não conseguirão sobreviver’

Jason Merkoski, ex-evangelista da Amazon, diz que livros de papel se tornarão raros como discos de vinil
Por Ligia Aguilhar
SÃO PAULO – “As pessoas da Amazon não se importam realmente com o que você quer como consumidor.” A frase soa surpreendente ao sair da boca de Jason Merkoski, primeiro evangelista (responsável por disseminar novas tendências) da Amazon e um dos membros da equipe que desenvolveu o primeiro leitor de livros digitais Kindle, lançado em 2007.
Jason Merkoski trabalhou no desenvolvimento do primeiro Kindle e é autor do livro “Burning the page: The eBook Revolution and the Future of Reading”. FOTO: Divulgação
Fundador da startup Bookgenie451, criadora de um software que identifica interesses de leitura de estudantes para recomendar livros didáticos, Merkoski mistura otimismo com alguma cautela quando o assunto são livros digitais.
Na quinta-feira, 21, ele vem ao Brasil participar do 5º Congresso Internacional CBL do Livro Digital, em São Paulo, no qual vai falar sobre a sua obra Burning the page: The eBook Revolution and the Future of Reading (ainda sem título em português), na qual decreta o fim do livro impresso.
Ao Link, ele deu mais detalhes sobre as mudanças e problemas que prevê para o mercado editorial. Confira os principais trechos.
Você decreta o fim dos livros impressos em sua obra, mas as vendas de tablets e leitores digitais começam a se estabilizar sem que isso tenha acontecido. O que falta para o livro digital se popularizar?
O que mais influencia a popularidade é a seleção de títulos. O que vimos acontecer nos EUA e Japão é que, uma vez que as pessoas consigam encontrar 80% dos títulos que buscam no digital, a chance delas migrem para e-books é de 100%.
Quanto tempo demora para essa mudança acontecer?
Cerca de três anos depois que os livros digitais estão disponíveis em um país.
Serviços de streaming podem ajudar nessa popularização?
O problema de serviços de streaming como o da Amazon é que eles têm vários livros no catálogo que as pessoas não querem ler. Um dos desafios é definir um modelo de preços para e-books, que hoje não existe. Até isso ser feito será difícil tornar o streaming uma experiência satisfatória e o seu custo sustentável.
Você esperava esses impactos quando ajudou a criar o Kindle?
Como indústria, acho que revolucionamos o mercado editorial, o que é assustador e maravilhoso ao mesmo tempo. Como dono de uma empresa de livros digitais, digo que é muito difícil trabalhar com editoras hoje, porque o mundo delas está em colapso. É como se elas estivessem no Titanic após bater no iceberg, sem coletes salva vidas, com o barco pegando fogo e naves alienígenas atirando contra o barco. As editoras estão confusas e com medo.
Teremos problemas com a coleta e uso de dados sobre nossos hábitos de leitura?
Certamente. Não vai demorar para começarmos a ver propagandas dentro dos e-books. Mas não estou realmente preocupado com o que a Amazon e o Google vão saber sobre mim porque acho que já aceitei que, inevitavelmente, eles saberão das coisas de algum jeito.
Esses dados também geram recomendações de leitura. Essa facilidade pode ter um lado ruim, como afastar o leitor de clássicos em prol de best-sellers?
Algum conteúdo poderá ser negligenciado com toda certeza. O problema de livros clássicos é que eles não são sexy e não são promovidos na página de entrada da Amazon porque a empresa não vai ganhar dinheiro com eles. O que menos gosto da virada do livro para o digital é a cultura do momento. Recomendamos apenas coisas atuais. Ferramentas de recomendação precisam melhorar.
Você já declarou em entrevistas que é difícil amar a Amazon…
Acho que o papel das empresas maiores não é estar na minha cara enquanto eu estou lendo. Elas podem ser mais sutis e acredito que esse é um papel que a Amazon faz mal. Hoje os varejistas conseguem aprender quem você é. Seria interessante se essas informações fossem repassadas para as editoras criarem conteúdo. Mas os varejistas retêm todos os dados. É por isso que o sistema está quebrado.
O que acontecerá com a palavra escrita?
Eu realmente acho que o futuro da palavra escrita é ser falada, porque a escrita é devagar. Os livros do futuro serão falados porque tudo gira em torno da fala hoje em dia. Aparelhos como o iPhone, com a Siri, permitem que você fale ao telefone o que você quer fazer.
Acredita que bibliotecas e livrarias vão mesmo acabar?
Não acho que o futuro será bom. Meus estudos mostram que nos últimos três anos os alunos gastaram 70% menos tempo nas bibliotecas das universidades. Onde eles estão pegando informação? Na Wikipédia ou em sites. As lojas de livros não conseguirão sobreviver e vão desaparecer. Sobrarão apenas algumas, especializadas em livros impressos, como as que vendem discos de vinil. Vão permanecer no mercado Google e Amazon, infelizmente. Conheço as pessoas da Amazon. E elas não se importam com o que você quer como consumidor. Elas se importam em como conseguir mais lucro. Uma maneira de fazer isso é empurrando livros populares, negligenciando outros. E infelizmente as pessoas vão aceitar. A curadoria de títulos está na mão dos varejistas.
Fonte: Jornal O Estado de São Paulo - 18.08.2014 - Caderno ECONOMIA - pág. B11

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Excesso de documentos é principal entrave para exportação, dizem empresários

Empresários do Pará OS brasileiros , uma QUANTIDADE de Documentos exigida Pelos Órgãos de Controle alfandegário E Excessiva. Disso de Além, um DOS Agilidade Serviços Deixa a desejar. O Quadro FOI POR revelado Pesquisa Feita Pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). According to o Levantamento, o Excesso de Documentos FOI considerado o entrave diretor parágrafo Exportar POR 53,27% DOS Participantes. Em Segundo Lugar, ficou uma baixa Agilidade parágrafo Análise da Documentação, mencionada EM 41,89% Das respostas. Em Terceiro, um Demora na vistoria e Inspeção, mencionada POR 37,77%. 

Os Executivos also reclamaram da Falta de Comunicação Entre OS Órgãos, apontada Como hum Problema los 25,42% Das respostas. Uma das Consequências Dessa falha E Que da muitos solicitam Dados e Documentação repetidos, Fator indicado Como problematico los 12,83% Das respostas.
O Nummer do Médio de Órgãos Pelos cais Quais d'Orsay O Processo de para Exportação desen passar E 4,3, ea Grande Das Empresas maioria (94,5%) Sistema CONTRATA Serviços de despachantes parágrafo LIDAR com a burocracia. O Órgão Mais citado Como tendão Impacto Negativo NAS Exports was a Receita Federal, EM 46,11% Das Vezes, seguido Pelo Ministerial rio  de Minas e Energia, COM 40% Das menções, ea Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), EM CITADA 38,3% Das respostas. 
"Pesquisas frequentemente colocam o Brasil Como hum dos countries Mais custosos parágrafo LIDAR com informações Coes tributárias e OUTROS TIPOS de burocracia ", Disse o economista Marcelo Azevedo, Especialista los Políticas de Indústria da CNI. Segundo elemento, EM alguns Setores da Economia, a QUANTIDADE de Órgãos Pelos cais Quais d'Orsay o PRODUTO DEVE passar um Fim de serviços liberado parágrafo Exportação Chega um SEIS. "JA TEM Excesso [de Documentos solicitados] individualmente. Você. AINDA soma Vários Órgãos e FICA Pior ", comenta. 
Segundo elemento, a solicitação de Informações e Documentos repetidos also E hum desestímulo Significativo. "[O Empresário] preenche o MESMO dado parágrafo Órgãos Diferentes. Formulários dez los Opaco Você. preenche o CNPJ dezenas de Vezes. A Comunicação Entre OS Órgãos Seria importantíssima. Mas se CADA Órgão simplificar e reduzir a exigência, JA melhora ", comenta. A Pesquisa da CNI, divulgada Este Ano, ouviu 640 Empresários between 2012 e 2013.
Fonte: www.jb.com.br