quinta-feira, 4 de outubro de 2012

MULTA POR ERRO EM LIVRO FISCAL PODE SER ALTERADA

Valor Econômico

Por Laura Ignacio, Adriana Aguiar e Fernando Torres



Com 27 páginas, o texto da minuta de uma medida provisória (MP) que acabaria com o Regime Tributário de Transição (RTT), à qual o Valor teve acesso, também estabelece algumas novidades que exigirão maior controle dos livros fiscais e contábeis pelas empresas. Se o texto for aprovado como está, caso os contribuintes errem, omitam ou atrasem o envio de informações referentes ao lucro real pelo Sistema Público de Escrituração Digital (Sped), poderão sofrer pesadas multas. Isso porque eles passariam a pagar sobre percentuais de sua receita bruta, e não mais valores fixos.

O Fisco poderá cobrar multa de 0,01% da receita bruta por cada grupo de cinco informações no e-Lalur (livro eletrônico de apuração do lucro real) omitidas, incorretas ou inexatas. Caso a empresa deixe de enviar as informações no prazo, pagará 0,025% da receita bruta por mês de atraso. Assim, a Petrobras, por exemplo, pagaria R$ 61 milhões mensais por atraso no envio do e-Lalur e R$ 24 milhões por entrega de dados com erros. A Vale pagaria, respectivamente, R$ 25 milhões e R$ 10 milhões. Para a advogada Valdirene Lopes Franhani, do Braga & Moreno Consultores e Advogados, "isso seria eminentemente desproporcional e não seria razoável diante das polêmicas trazidas com a nova norma, que poderá valer já em 2013".

Hoje, segundo a Lei nº 10.426, de 2002, a multa é de 2% do imposto devido ao mês, na falta de entrega ou envio fora do prazo. Esse valor pode ser representativo para grandes empresas. Porém, no caso de erros, a legislação atual é bem mais branda. Deve ser aplicada multa de R$ 20 para cada grupo de dez informações incorretas ou omitidas. "Ambas as penalidades em vigor atualmente são aplicadas em relação a dados da DIPJ, DIRF, DCTF e Dacon, as quatro principais declarações devidas ao Fisco pelas empresas de grande porte", afirma o contador Welinton Mota, da Confirp Consultoria Contábil.

A minuta também inviabiliza um tipo de planejamento tributário comum no mercado da construção civil. Segundo o advogado Fernando Moura, do Sacha Calmon - Misabel Derzi Consultores e Advogados, as incorporadoras - normalmente tributadas pelo lucro real - não poderão mais transferir receitas para as sociedades em conta de participação (SCPs) do grupo, caso elas sejam tributadas pelo lucro presumido, para reduzir os impostos a pagar. Um dispositivo do texto diz que "o regime de tributação da SCP deve ser o mesmo adotado pelo sócio ostensivo".

O texto também trata de contratos de permuta realizados por incorporadoras. A Receita não vai mais considerar como permuta a troca de um lote por unidades de empreendimento imobiliário, passando a tributar a operação. A minuta diz que, na hipótese de permuta envolvendo unidade imobiliária, será computado no lucro real a diferença entre o valor da transação e do valor justo. "Assim, isso passa a ser tributado mesmo sem a realização da transação", afirma Moura.

Para o contabilista Francisco Papellas Filho, do Braga & Moreno, esses valores a serem tributados seriam, com a edição da MP, pagos no ato da operação ao Fisco e não posteriormente, como era até então. Isso porque se a construtora, ao fazer a permuta com o dono do terreno, por exemplo, oferecesse duas unidades imobiliárias por um valor abaixo do mercado, a diferença seria embutida nos preços oferecidos nas outras unidades e tributada anos depois, quando fossem vendidas.

Outro esclarecimento trazido pela minuta da MP tem relação com o pagamento de juros sobre capital próprio (JCP). Atualmente, o limite para remuneração do acionista por meio desse mecanismo é calculado ao se aplicar a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), hoje em 5,5%, sobre o patrimônio líquido. O texto da minuta lista as contas do patrimônio que devem ser usadas como base de cálculo do limite anual do JCP (como capital e reservas de lucros e ações em tesouraria). Mas não aparece na relação a conta "outros resultados abrangentes". Nessa última conta entram, principalmente, variações de valor justo de ativos que não transitam diretamente pelo resultado, como ganhos com participações societárias ou instrumentos financeiros classificados como disponíveis para venda.

Um ponto que não foi tratado na minuta e que pode causar dúvidas envolve os custos incorridos com a emissão de debêntures. Segundo Eduardo Kiralyhegy, do Negreiro, Medeiros & Kiralyhegy Advogados, hoje, esses custos reduzem o patrimônio líquido da empresa. No RTT, no entanto, são tratados como despesas dedutíveis, neutralizando os efeitos fiscais das novas regras contábeis. "Como não se tem previsão sobre isso, não se sabe se deve prevalecer a forma utilizada hoje no RTT."

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ROUBADOS CERCA DE CINCO MIL LIVROS DA BIBLIOTECA DA GANDA

Ganda - Cerca de cinco mil livros literários diversos, foram roubados na Biblioteca Municipal da Ganda, província de Benguela, por indivíduos ainda desconhecidos, soube hoje a Angop.
De acordo com a bibliotecária Maria Jamba, os supostos meliantes assaltaram o local na calada da noite de segunda-feira, destruindo o gradeamento e a janela, que lhes permitiu entrar na biblioteca que para além de roubarem os livros partiram cadeiras.
Avançou que a acção ocorreu quando o jardim da biblioteca acolheu uma actividade músico-cultural da juventude, onde os meliantes concretizaram tal objectivo, dado a falta do pessoal de protecção física.
Pediu as autoridades administrativas para colocarem na biblioteca municipal, pelo menos três agentes da protecção física ou da Polícia Nacional para garantir a segurança da instituição que muito contribui para progresso e desenvolvimento académico da região.
Por seu turno, o administrador da Ganda, Caetano Mateus Lopes, deplorou a acção, tendo reafirmado com este acto totalizam três assaltos consecutivos à biblioteca, cujos bens patrimoniais constantemente roubados fazem parte do desenvolvimento da região.Lamentou o facto, uma vez que o desenvolvimento das localidades passa pela manutenção e cuidados dos bens postos à disposição das populações.
Abordado pela Angop, o comandante municipal da Polícia Nacional da Ganda, superintendente Agostinho Cambeia, afirmou que a falta de iluminação pública da cidade contribui na delinquência e nesses assaltos.
Revelou que o comando municipal está tomar medidas para conter a situação na base do reforço de segurança na região.
"Os meliantes que roubaram livros na biblioteca municipal da Ganda, encontram-se em fuga, estando o comando da Polícia Nacional local a trabalhar para encalço dos mesmos e devendo até primeira quinzena deste mês, poder esclarecer o caso ao publico", disse.
Para o oficial da corporação, apesar disso, a situação operativa é de relativa calmia, tendo durante a semana finda registado apenas um afogamento no rio Catumbela e um caso de furto de electrodoméstico no bairro de boa esperança, cujo indivíduo está já a responder judicialmente.

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SITE ELEGE AS 7 BIBLIOTECAS MAIS BONITAS DO MUNDO


Biblioteca Central de Seattle, Estados Unidos. Moderna construção de onze andares, a Biblioteca Central de Seattle é um dos principais cartões-postais da cidade do noroeste dos Estados Unidos. Sua arquitetura futurista atrai muitos turistas que seguem até uma visita guiada pela biblioteca em meio a seus cerca de um milhão e meio de livros
 Foto: Alex Abboud


Biblioteca do Trinity College, Irlanda. Maior e mais antiga biblioteca da Irlanda, a biblioteca do Trinity College foi fundada em 1592 e reúne uma coleção de mais de 4 milhões de livros. O exterior da biblioteca é tão impressionante quanto seu conteúdo e suas salas míticas como o Long Room, com 200 mil dos livros mais antigos do acervo
 Foto: Brett Jordan


Biblioteca Geisel, Estados Unidos. Além de ser a principal biblioteca da Universidade de San Diego, a Biblioteca Geisel é uma das mais importantes e modernas do planeta. Inaugurada na década de 70, parece uma nave espacial, e já foi usada como cenário de diversos filmes de ficção científica
 Foto: The UC San Diego Library


Biblioteca da Universidade Tecnológica de Delft, Holanda. Construída em 1997, a biblioteca da Universidade Tecnológica de Delft está escondida sob o solo e tem um teto formado por uma colina coberta de grama e cortada por um cone futurista. A biblioteca conta mais de 800 mil livros, 16 mil assinaturas a revistas e um museu
 Foto: Nick Sherman



Biblioteca Alexandrina, Egito. Renascimento da lendária Biblioteca Real de Alexandria, a maior e mais influente do mundo grego, destruída num incêndio no século 7, a Biblioteca Alexandrina foi inaugurada em 2002 à beira do Mediterrâneo. O design futurista abriga quatro museus de antigüidades, manuscritos e ciências
 Foto: Ting Chen



Biblioteca de Stuttgart, Alemanha. Polêmica entre os habitantes da cidade por sua arquitetura que, para alguns, destoa com o ambiente, a Biblioteca de Stuttgart tem um design inovador com um formato cúbico inspirado pelo Panteão de Roma. Em meio às árvores e telhados das casas de Stuttgart, a biblioteca se destaca e chama a atenção dos passantes
 Foto: Divulgação





Biblioteca Pública de Bishan, Cingapura. Com um design sofisticado, a Biblioteca Pública de Bishan tem uma superfície de cerca de 4 mil metros quadrados e procura imitar umacasa na árvore com a entrada de muita luz. A moderna biblioteca tem espaços privados para leitura, e recebe importantes seminários e conferências
 Foto: Divulgação

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MEMÓRIA MOFADA

Parece ser cada vez mais evidente que o patrimônio público informacional tem vindo a sofrer modificações que se manifestam em vários níveis. Para lá das funções tradicionais das bibliotecas, dos arquivos públicos, dos museus e demais centros de informação.
 Todavia, restritas são as situações, em nosso Brasil continental, em que estes centros de Referencia da Informação, do Conhecimento e da Memória assumem-se como dinamizadores socioculturais, procurando participar do desenvolvimento humano, regional e global, além de trabalhar por um mundo melhor, onde o ser humano seja mais livre, mais informado e de fato cidadão.
 Em tempos de eleições e mudanças na gestão pública municipal, é importante que os novos escolhidos pelo povo preocupem-se em criar políticas públicas efetivas, amparado por profissionais especialistas, competentes e conduzidos às funções específicas na administração pública, como bem explanou o senhor Cosmo Damião, com seu artigo “Cidadania em Pauta”, publicado, aqui mesmo, no A TRIBUNA, na coluna Opinião do Leitor.
 Entretanto, o que nos motivou a escrever este texto foi publicado em reportagem especial do jornal A TRIBUNA, no domingo, sobre o “calote” ou inadimplência dos usuários das bibliotecas públicas municipais.
 Este fato realmente é crítico e preocupante porque ressalta o descompromisso com o bem público tanto da parte dos gestores municipais e gerentes das bibliotecas, quanto dos usuários que não cumprem com seus deveres de cidadão, muitas vezes por desinformação. A situação é grave e séria porque envolve princípios e valores de formação ética e humana.
 Por esta razão, é fundamental e imprescindível que os futuros gestores municipais e brasileiros valorizem os centros de informação que são, mais especificamente, as bibliotecas públicas e escolares, os museus e arquivos municipais, pois, muitos desses, se encontram apagados, sem vida, esquecidos, justamente, porque o poder público não investe em profissionais especializados e, tão pouco, em infraestrutura, como foi noticiada algumas vezes e de forma brilhante por este Jornal A TRIBUNA.
 Sendo a mais recente, no domingo (30/9), considerada por nós educadores e profissionais da Ciência da Informação e autoras deste artigo, uma das mais graves denúncias de descaso com o patrimônio público, tanto pelos seus gerentes como por seus usuários. Sabemos que as bibliotecas, os arquivos e os museus não podem mais ser vistos como depósitos de livros, documentos e objetos. Ou, ainda, privativos de indivíduo ou grupo de pessoas, que ignoram o sentido de coletividade.
 A história e o tempo vêm nos mostrando que os centros de informação que não investirem em preservação de seu patrimônio cultural, informacional, objetal e em novas tecnologias de comunicação, mas, sobretudo, em seu recurso humano, buscando novos saberes, novas competências e novas práticas bibliotecárias, arquivísticas e museológicas, estarão limitados ao recolhimento, guarda e exposição do patrimônio público.
 Diante do exposto, a questão primordial é saber como o fazer biblioteconômico, museal e arquivístico podem, efetivamente, se constituírem em instrumentos capazes de equacionar ações para a promoção do bem público e do saber humano.
 Os centros de informação possuem livros, periódicos, documentos, mapas, objetos antigos e artefatos tridimensionais e fotografias históricas e, por isso, são instrumentos de pesquisa e cultura, ou seja, são espaços ideais para geração de conhecimentos.
 Mas infelizmente, são poucos frequentados pelas crianças e jovens porque não existe uma política de gestão organizacional adequada, prejudicando a oferta de serviços e de disseminação das informações, pois, muitos destes ambientes são gerenciados por profissionais de outras áreas sem nenhum conhecimento técnico-científico e teórico da administração destes bens públicos.
 Inegavelmente, não estão preparados para administrar, organizar, disseminar e promover o conhecimento, refletindo as preocupações evidenciadas por pesquisadores e profissionais da área da Ciência da Informação em relação à produção, ao uso, à preservação e conservação do acervo e do armazenamento de livros, objetos e documentos.
 Em Mato Grosso e, mais especificamente Rondonópolis, não é diferente, pois o descaso vem há anos por parte de vários gestores municipais e estaduais. Entretanto, o que mais intriga e preocupa é por qual motivo os gestores municipais não investem nas bibliotecas municipais, tanto as escolares quanto às públicas, para que possam cumprir seu papel de atender às necessidades informacionais da população.
 Ao contrário, os prédios, as instalações e seus estoques: humano e material apresentam-se apáticos, desconfigurados do movimento democrático contemporâneo, sem nenhum objetivo inerente ao desenvolvimento cultural e científico.
 Um fator fundamental para a inserção do profissional especializado é a criação do cargo de bibliotecário, mas parece que não é “conveniente” para a gestão pública municipal e estadual ter à frente do núcleo de bibliotecas profissional especializado e ciente da função social e do fazer bibliotecário.
 Senhores eleitores e senhores candidatos, às vésperas de mais uma importante decisão nas urnas sobre quem irá comandar nosso município e os novos legisladores e fiscais do poder público, pensem no poder do voto e na responsabilidade que cada cidadão tem com o desenvolvimento de seu município e com a promoção do bem público, sendo, os principais: Educação e Conhecimento.
 Por esta razão, o papel do bibliotecário é fundamental no processo de socialização, da difusão, da intermediação da leitura e motivação da utilização do patrimônio informacional, histórico, cultural e cientifico nestes espaços pertencentes à sociedade.
 Não podemos mais compactuar com gestores que desprezam o saber técnico, acadêmico e científico. Além disso, transfere poderes aleatoriamente sem critérios definidos, prejudicando a população e a favor de interesses políticos e privados.
 Assim: educar a criança e o jovem para pesquisar e estudar as diversas obras é uma maneira de proporcionar a reflexão, o pensamento crítico, um diálogo entre o passado e o presente e adquirindo subsídios ao desenvolvimento do processo de aprendizagem. Também devolver o material bibliográfico que foi emprestado pela biblioteca é uma questão de respeito ao próximo e de cidadania. Pensem nisso!

(*) EDILEUSA REGINA PENA DA SILVA e MARIZA INÊS DA SILVA PINHEIRO são professoras-doutoras do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal de Mato Grosso, no Campus de Rondonópolis

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