terça-feira, 18 de setembro de 2012

DIGA ADEUS AO BLOQUINHO DE NOTAS



Cerca de 80 mil estabelecimentos – quase um terço das empresas do estado – adotaram os documentos digitais nas transações com outras pessoas jurídicas e com o governo

Cerca de um terço dos 286 mil contribuintes pessoa jurídica do Paraná está usando a Nota Fiscal Eletrônica, apelidada de NF-e. São empresas que deixaram aquela nota de papel, em até cinco vias, para trás nas transações com outras empresas, o poder público ou mesmo com um cliente de outro estado ou país – a emissão de empresas para o consumidor final ainda engatinha. Além da economia de papel e da agilidade – quando a velocidade da internet ajuda, é claro –, a nota fiscal eletrônica é, ao mesmo tempo, um desafio e uma oportunidade para empresas de todos os portes entrarem na era digital.

“Para nós, que lidamos com vários clientes, de todos os tamanhos, é um ganho importante. Todas aquelas informações que eram mantidas em papel, nos livros contábeis, agora estão disponíveis on-line, em planilhas já organizadas, evitando erros e retrabalhos”, explica a presidente do Conselho Regional de Contabilidade do Paraná (CRC-PR), Lucélia Lecheta, que também comanda um escritório de contabilidade em Mandirituba, na Região Metropolitana de Curitiba. A opinião de Lucélia é compartilhada pelo colega Marcos Sebastião Rigoni de Mello, que tem um escritório contábil na capital. “É claro que os desafios com a extensa legislação tributária do Brasil continuam, mas o acesso e a organização das informações estão muito melhores.”
O sócio-gerente da fabricantes de chás e produtos naturais Mandiervas, Luis Adriano Franco, implantou a nota eletrônica ainda em 2010. “No início foi um pouco difícil, até você entender o sistema, saber exatamente como preencher o formulário. O tempo de envio e re­cebimento das informações também era um pouco maior. Mas hoje em dia é fácil”. Franco fornece para grandes drogarias e supermercados e conta que o sistema eletrônico ajuda no planejamento do envio da mercadoria e na checagem das informações. “Emito a nota, arquivo no meu sistema e confiro antes de mandar para o meu cliente, confirmando o pedido dele. Antigamente, todo esse processo teria de ser feito pessoalmente.”

Como funciona

A nota eletrônica é um arquivo digital que substitui o documento em papel nas transações entre empresas. Gerada na empresa vendedora, pelo preenchimento de um formulário em um software, a nota eletrônica é transmitida online para a secretaria da fazenda do estado de origem. O sistema, por sua vez, envia uma cópia da nota para o registro nacional e outra cópia para a secretaria da fazenda do estado de destino. O processo, que leva alguns segundos apenas, termina com a empresa recebendo a confirmação de que o documento foi preenchido corretamente e chegou aos órgãos públicos. A única parte em papel que acompanha a mercadoria até o seu destinal final chama-se Documento Auxiliar da Nota Fiscal Eletrônica (Danfe). Para aqueles casos em que o receptor da mercadoria não esteja inserido no sistema eletrônico, o Danfe serve, efetivamente, como nota fiscal.

Para estar inserido no sistema da NF-e, o empresário tem de fazer um registro, uma certificação digital. “Isso custa cerca de R$ 150, todo ano. Um pouco caro ao meu ver”, avalia Lucélia. Outra necessidade que nasce com a nota eletrônica é a de melhor capacitação e atualização dos funcionários, mesmo que a empresa seja pequena. “Não vejo isso como um entrave. É mais uma oportunidade da empresa se profissionalizar”, opina o administrador de empresas e autor de cinco livros sobre sistemas de escrituração pública digital, Roberto Dias Duarte.

Sistema sozinho é incapaz de vencer a burocracia brasileira

A opinião é de alguns escritórios de contabilidade e empresas – além de federações industriais e associações comerciais do país que, por várias vezes, já se manifestaram contra a burocracia brasileira. Embora muitos sistemas, a exemplo da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), e regimes, a exemplo do Simples Nacional, tenham sido instituídos para facilitar a vida do empresariado na última década, a quantidade imensa de leis referentes a cada tributo municipal, estadual e federal ainda é o principal desafio do setor produtivo do país. “Recentemente cheguei à conclusão que cada escritório de contabilidade precisa de ao menos um gestor que seja um estudioso, que fique centrado apenas em acompanhar as dezenas de mudanças diárias que ocorrem na legislação tributária das diferentes esferas e possa repassar isso de uma forma clara para o restante da equipe, que trabalha no dia a dia com as questões”, desabafa Marcos Sebastião Rigoni de Mello, vice-presidente de Administração e Finanças do Conselho Regional de Contabilidade (CRC-PR) e também dono de um escritório de contabilidade em Curitiba. Só o estado do Paraná fez várias dezenas de mudanças nas normas de recolhimento do ICMS desde 2011, com a implantação da substituição tributária em vários produtos, como forma de melhorar a arrecadação do estado. Tantas alterações são difíceis de acompanhar.

Ainda em 2008, quando os primeiros setores (cigarros e combustíveis) começaram a operar a NF-e, a intenção de, com o novo sistema, acelerar também o andamento de uma reforma tributária no país. Mas isso não adiantou muito. “Mesmo dentro do modelo inovador da nota eletrônica, o usuário precisa estar atualizado porque o código do produto ou mesmo a alíquota do impostos incidente muda com frequência e precisa ser preenchida corretamente no formulário”, exemplifica o administrador de empresas e autor de cinco livros sobre o sistema público de escrituração digital, Roberto Dias Duarte. 


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ESPAÇOS POUCO CONHECIDOS GUARDAM ACERVO RARO E CURIOSO NO RIO

Museu da Pediatria, no Cosme Velho, reúne centenas de equipamentos, móveis, documentos, fotos e livros

RIO - Houve um tempo em que retirar as amígdalas das crianças era quase uma sessão de tortura: o médico, com ajuda de enfermeiros, sentava o pequeno numa cadeira de madeira, onde ele era amarrado e sedado com a maquininha de inalação de éter, antes de ser submetido ao procedimento médico. Até a década de 50, o uso da tal cadeirinha era comum, mas hoje, felizmente, ela virou peça de colecionador.

Um raro exemplar, doado por um hospital infantil de Recife, é uma das curiosidades expostas no Museu da Pediatria, no Cosme Velho, que reúne outras centenas de equipamentos, móveis, documentos, fotos e livros que ajudam a contar a história da especialidade no Brasil. Junto com o Museu da Justiça, o da Polícia Militar, da Cadeira e o do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, o pequeno memorial, criado em 2004, integra uma lista de casas com acervo curioso ou desconhecido, ainda pouco visitadas.

Os interessados em seguir o roteiro de “museus que pouca gente conhece” encontram farto material nas ruas do Rio. No Centro, o passeio pode começar pelo Museu da Justiça, na Rua Dom Manuel 28. O prédio de estilo neoclássico — construído em 1926 para abrigar o Poder Judiciário — já vale uma visita. Pelos corredores e salas do antigo Palácio da Justiça, há esculturas, vitrais e pinturas, como as duas que representam “A Justiça Civil” e “A Justiça Criminal”, pintadas por Carlos Oswald. Entre as salas abertas ao público, a do Tribunal do Júri é uma das que mais impressionam. Usada até 2009, ali foram realizados julgamentos de casos que causaram comoção, como os assassinatos de Cláudia Lessin Rodrigues e da atriz Daniela Perez.

Visitas devem ser marcadas (3133-3532). A média de público é de 200 pessoas por mês. A entrada é grátis.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

BIBLIOTECA RECEBE PROJETO DE INCENTIVO A LEITURA


A Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul realiza na quarta-feira (19), na Biblioteca Pública Estadual Dr. Isaías Paim, às 13h30min, o projeto “Vem ler o mundo com todas as letras”, em homenagem ao Dia do Teatro. Na ocasião haverá a apresentação do espetáculo ”Palhashow”, da Cia das artes.

 A apresentação dirigida por Ramona Rodrigues reúne um repertório de entradas onde são apreciados os velhos truques e brincadeiras dos palhaços quando estão em cena no picadeiro. É fruto do trabalho desenvolvido nas "Oficinas de Teatro para Crianças" realizadas pela diretora. A biblioteca recepcionará alunos da rede pública de ensino, que após prestigiarem a apresentação teatral, participarão de atividades de incentivo à leitura desenvolvidas pela equipe da biblioteca.

 Projeto “Vem ler o mundo com todas as letras” contempla palestras, apresentações e entrevistas com artistas e produtores culturais de Mato Grosso do sul, oferecidos a alunos e professores de escolas públicas e outras instituições interessadas. É uma maneira de incentivar as diferentes formas de leitura, não importando o suporte em que ela esteja inserida.

Fonte da postagem.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

EM DEFESA DO PAPEL

 Apesar do crescente domínio do virtual entre os documentos corporativos, os papéis são um estímulo maior à organização e ao cumprimento de tarefas


O papel ainda tem sua importância. O frequente barulho das impressoras nos escritórios – apesar da internet, do Microsoft Word, das mídias sociais, scanners, aplicativos de smartphones e arquivos PDF – é uma prova disso. Podemos utilizá-lo menos que costumávamos, mas ler e escrever em papel cumpre uma função que, para muitos trabalhadores, uma tela não pode replicar.

O papel, segundo o especialista em produtividade David Allen, fica “na sua cara”. Sua presença física pode ser um estímulo para completar as tarefas, enquanto os arquivos no computador são fáceis de serem ocultados e esquecidos, disse ele. Alguns de seus clientes estão voltando ao planejamento com papel por esse exato motivo, acrescentou.
A necessidade do impresso

O papel, segundo Steve Leveen, cofundador e presidente da Levenger, “pode ser uma coisa agradável e bonita – do mesmo modo que apreciamos vinho e gastronomia, podemos apreciar a tinta e o que ela faz por nós”.

O papel nos lembra que “somos seres físicos, apesar de termos de lidar com um mundo cada vez mais virtual”, ele disse. As pessoas reclamam que escrever à mão é demorado, mas isso pode ser algo bom para o pensamento e a criação, segundo ele: “Porque nos faz ir mais devagar, para pensar, contemplar, revisar e refazer”.

As canetas para computador, chamadas stylus, também podem “forçar você a pensar com mais cuidado nas palavras que está usando e como você planeja o que irá dizer”, disse Harper. Mas, segundo ele, um stylus não é capaz de substituir a experiência física de levar a caneta de verdade ao papel.

O stylus, bem como as telas de computador, tem a vantagem de cortar o uso desnecessário de papel. E isso é uma boa notícia para as árvores.

Como uma nação, “nós estamos fazendo mais com menos papel e reciclando mais daquilo que utilizamos”, disse Joel Makower, presidente e editor executivo do Grupo GreenBiz, que visa auxiliar empresários a se tornarem mais responsáveis com o meio ambiente.

Makower não escreve muito em papel porque tem problemas para ler sua própria caligrafia. E ele é mais organizado com seus arquivos no computador do que com papel.

“Eu não sei onde pôr as coisas no mundo real”, disse ele, “mas eu sei exatamente onde pô-las no computador”.

Mas ele diz que sabe que algumas pessoas são o oposto disso e que ainda há espaço para o papel no escritório. Embora conduza a maior parte de sua pesquisa digitalmente, ele ainda imprime o seu relatório do Estado das Empresas Verdes – que neste ano tem mais de 80 páginas – para seu grupo revisar.

“Eu consigo trabalhar muito bem no computador, mas existe algo no ato de fazer a leitura numa cópia impressa”, segundo Makower, que, para ele, facilita para entender melhor o que se está lendo.
Contemplação

O cofundador e presidente da Levenger, empresa norte-americana de materiais para escritório e organização em geral, Steve Leveen acredita que a tecnologia digital é melhor para socializar e compartilhar, enquanto o papel é melhor para a contemplação em silêncio.

Allen, autor de A arte de fazer acontecer, escreve boa parte de seus textos no computador, mas ainda há vezes em que escrever com uma caneta-tinteiro num bloco de notas lhe permite “pôr a cabeça no lugar”, ele disse.

Cópias impressas também cumprem uma função importante, segundo ele. Para textos longos, o papel pode ajudar um leitor a compreender melhor a relação entre as seções do texto. E handouts de papel (folhetos com material informativo) ainda estão presentes em reuniões em parte porque também são úteis para se fazer anotações.

Ler um documento longo no papel, em vez da tela de um computador, auxilia as pessoas a “compreenderem melhor a geografia dos argumentos apresentados”, disse Richard H. R. Harper, um dos principais pesquisadores para a Microsoft de Cambridge, na Inglaterra, e coautor de O mito do escritório sem papel, publicado em 2001.

Os trabalhadores de hoje muitas vezes lidam com múltiplos objetos de maneiras complexas e criam novos documentos também, segundo Harper. Usar mais de uma tela de computador pode ser útil para esse malabarismo cognitivo. Mas, quando os trabalhadores ficam indo e voltando entre pontos diferentes de um documento mais longo, pode ser que seja mais eficaz lê-lo em papel, ele disse.

Um estudo publicado em 1997 demonstrou que a compreensão das pessoas é superior quando leem os textos no papel em vez de on-line, disse Harper. Essa descoberta, é claro, não leva em consideração as vastas melhorias na tecnologia por trás dos monitores que ocorreram desde então, dentre elas, a invenção dos leitores de livros digitais (e-books).

Harper pesquisa leitores de livros digitais, usados agora predominantemente para leituras por prazer. No futuro, os funcionários de escritório poderão fazer maior uso desses leitores “junto de outros aparelhos para leitura e criação, e isso acrescentará mais itens aos acessórios colaterais ao monitor espalhados sobre a mesa”, sem que a leitura se torne necessariamente mais eficaz, segundo ele.

Steve Leveen, cofundador e presidente da Levenger, mantém sua posição de que a tecnologia digital é melhor para socializar e compartilhar, enquanto o papel é melhor para a contemplação em silêncio. Sua empresa está envolvida no projeto de promover o papel como uma experiência estética, oferecendo cadernos, diários e canetas de maior qualidade, mesmo enquanto expande suas atividades para incluir a venda de itens como mesas de laptop e capas para smartphones.

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