sexta-feira, 22 de março de 2013

OBRAS RARAS DA BIBLIOTECA DO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SÃO RECUPERADAS

Rede Notícia - 13/03/13
Obras raras do século XIX, de história do Brasil e outras coleções antigas da biblioteca do Ministério da Educação, passam por processo de higienização e restauração. O trabalho teve início em fevereiro e o contrato com a Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais do Distrito Federal (Apae-DF) tem duração de um ano. Dez jovens, com mais de 18 anos, revezam-se no trabalho. Todos passaram por curso técnico, realizado pela Universidade de Brasília (UnB).

“Depois desse trabalho de higienização e de pequenos reparos, os acervos serão digitalizados e ficarão disponíveis no portal Domínio Público”, explica Alex da Silveira, coordenador do Centro de Informação e da Biblioteca em Educação do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Ele se refere ao portal mantido pelo MEC, onde pode ser encontrado grande número de obras literárias que já estão em domínio público. A biblioteca tem cerca de 1.500 obras raras, como a coleção original completa, em francês, de Voltaire.

Atualmente, os jovens trabalham na recuperação das edições mais antigas da Revista Brasileira de Assuntos Pedagógicos, que é publicada pelo Inep desde 1944. A biblioteca abriga 18 mil livros e 14 mil volumes de periódicos. Se for necessário, o contrato com a Apae-DF poderá ser ampliado. A biblioteca sediada no térreo do edifício-sede do MEC incorpora os acervos trazidos do Rio de Janeiro na década de 1980. Passarão também por higienização documentos de arquivo, que guardam mais de 70 anos de história da educação brasileira. 

USP INAUGURA BIBLIOTECA BRASILIANA GUITA E JOSÉ MINDLIN NO DIA 23/03.

 Planeta Universitário - 19/03/13
O acervo é composto por mais de 32 mil títulos, incluindo obras de literatura, relatos de viajantes, manuscritos históricos e literários, periódicos, livros científicos e didáticos, iconografia e livros de artistas. Dentre as obras raras que fazem parte do acervo, destacam-se a primeira edição de O Guarani, de José de Alencar (1857); o original de Vidas Secas, de Graciliano Ramos (1938); e a primeira edição de Marília de Dirceu, de Tomás Antonio Gonzaga (1810).

Com um investimento total da ordem de R$ 130 milhões, a iniciativa contou com patrocinadores externos, como Ministério da Cultura (pelo apoio da Lei Rouanet), Petrobras, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), entre outros.

O projeto arquitetônico é de Eduardo de Almeida e Rodrigo Mindlin Loeb, com a assessoria da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU). Tomou-se como paradigma conceituadas bibliotecas americanas, tais como Beineke Library da Universidade de Yale, Morgan Library, New York Public Library e a Library of Congress, bem como a Biblioteca Nacional de Paris. O espaço conta também com auditório, com capacidade para cerca de 300 pessoas, e salas expositivas.

Para a cerimônia de inauguração, o acesso ao prédio da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin deverá ser feito pela Avenida Professor Luciano Gualberto, na Cidade Universitária, em São Paulo.

segunda-feira, 18 de março de 2013

CEDOC MAIS FÁCIL PARA ORGANIZAR ARQUIVOS


CEDOC mais fácil para organizar arquivos

*Juan Cacio Peixoto


Nenhuma empresa poderá sobreviver se não possuir um intercâmbio de informações, qualquer que seja a área em que atue, porque viverá em um mundo que se encontra em uma fase de evolução, transição e transformação que afeta o indivíduo, a empresa e a própria sociedade.

Todo Sistema de Informação e Documentação / SID deve ser idealizado com a finalidade de atender ‘as necessidades da empresa, e o primeiro problema é definir essas necessidades.

Dentro da empresa existe, portanto, a necessidade de se definir o processo de fixação de tecnologia, através das áreas de pesquisas, planejamento e de montagem de uma infra-estrutura apropriada, geradora de documentos atuais dentro da área em que opera.

Existe, principalmente, a necessidade da centralização da informação e documentação, a fim de que os colaboradores que manipulam essa informação, dirijam-na, sob um critério padrão e responsável, a um mesmo objetivo que compreenderá a racionalização do trabalho do profissional da informação, a fim de que a informação chegue rápida, concisa e eficiente ‘aqueles que dela necessitam, e a centralização da informação e documentação fazendo com que a recuperação seja mais rápida e eficiente.

Existe também a necessidade de uniformização de linguagem, classificação, manipulação e codificação das informações, o que resolveria o problema de recuperação das mesmas.


Vislumbrando um cenário promissor para o profissional da informação, o Centro de Documentação / CEDOC, facilitará um intercâmbio entre todas as áreas da empresa, racionalizando sua produção documental, economizando espaço físico e adotando política de entrada e saída de documentos.

Deve-se considerar todos os tipos de documentos e todas as etapas de seu ciclo, não basta definir onde serão guardados os documentos, mas deve, também, preocupar-se com a forma de registro e acompanhamento de seu trâmite.

Implantar um Centro de Documentação / CEDOC, principalmente quando integrado a um sistema de racionalização de procedimentos, confere mais eficiência ‘as ações da empresa, passando a dispor de informações necessárias ‘a administração, reduzindo o desperdício de recursos humanos, materiais e financeiros, podendo ser ampliada a capacidade de ação empresarial.


*Bibliotecário da Acervo Organização e Guarda de Documentos, para saber mais, acesse www.acervo.com.br

ESPIÃO URUGUAIO PODE DESVENDAR MISTÉRIO DE AGENTE DUPLO DA DITADURA


Homem de confiança de Carlos Lamarca, Gilberto Faria Lima atuou na guerrilha urbana e teria colaborado com a ditadura; ele está desaparecido desde então, mas pode estar vivo

Documentos encontrados no Arquivo Nacional, em Brasília, levantam a suspeita de que Gilberto Faria Lima, dado como desaparecido há 40 anos, um dos militantes da esquerda armada com mais ações no currículo, pode ter sido um agente duplo e estar vivo. Um relatório dos órgãos de informação militares liga Faria Lima ao uruguaio Alberto Octavio Conrado Avegno, apontado pelas comissões que investigam os anos de chumbo como maior espião infiltrado junto aos grupos de brasileiros exilados no Chile, Argentina e Uruguai.

Filho do diplomata brasileiro Otávio Conrado, o espião atuou de 1967 a 1980, infiltrou-se nas organizações de esquerda, conseguiu enganar personagens como Leonel Brizola, Miguel Arraes e o Almirante Cândido Aragão e, assim, entregou ao Centro de Informações da Marinha (Cenimar) e ao Itamaraty informações que resultaram em dezenas de prisões e mortes no Brasil e no exterior.


Gilberto Faria Lima, o Zorro, estava entre os procurados por agentes do regime militar

Numa operação que chamou de “Missão no Brasil”, relatada em 21 páginas, Conrado diz que o brasileiro foi o elo com os grupos de esquerda. “Fizemos o primeiro contato em São Paulo através do endereço fornecido por Gilberto Faria Lima”, conta Conrado, que usa o codinome de Johnson, embora na maioria dos informes listados num dossiê de 812 páginas se apresente como Altair.
Conrado recebia salário mensal dos órgãos de informação do regime militar para espionar. Antes de viajar para o Brasil, entre setembro e agosto de 1972, diz que esteve pessoalmente com Faria Lima, no Chile. Ele revela que, “seguindo as instruções de Carlos” (codinome de Faria Lima), encontrou-se com vários militantes do PCB em São Paulo e no Rio, usando como álibi cartas escritas por Faria Lima cujos originais estão anexados no dossiê.
Na guerrilha, Faria Lima usou pelo menos oito codinomes, mas era mais conhecido entre os companheiros por Zorro ou Giba. Com 16 ações armadas de alta envergadura no prontuário preenchido pelo Dops paulista – entre elas os assassinatos do ex-presidente do Grupo Ultra Henning Albert Boilesen e do tenente da PM Alberto Mendes Júnior –, Zorro chegou a ser condenado à pena de morte, lei que vigorou no Brasil durante o AI-5, entre 1969 e 1978. A pena capital, aplicável com fuzilamento, foi convertida em prisão perpétua e, mais tarde, numa condenação de cinco anos de reclusão, anulada pela Lei da Anistia.
O longo histórico de ações armadas listadas pelo Dops no currículo do ex-guerrilheiro teria sido o primeiro capítulo da faceta desconhecida de Zorro. Ele era linha de frente da guerrilha urbana e foi um dos homens de confiança de um dos principais líderes da resistência armada, o capitão Carlos Lamarca.



Um informe dos órgãos de espionagem aponta que, ao lado de outros militantes, teria participado de um encontro com Fidel Castro no Chile, no qual se discutiram ações subversivas no Brasil, como um plano de sabotagem para parar a Rodovia Presidente Dutra por onde, à época, escoava boa parte da economia do País.
Zorro foi militante de três organizações envolvidas na luta armada, a Resistência Democrática (Rede), a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) e Movimento Revolucionário Tiradentes (MRT), mas atuou também em ações conjuntas com a Ação Libertadora Nacional (ALN). Eram os grupos mais radicais e, por isso, caçados incessantemente pela repressão.
A esquerda sempre trabalhou com a hipótese de que Zorro pudesse ter sido cooptado pelos órgãos de repressão, mas guardou suas suspeitas até que as evidências se tornassem mais claras. “O comportamento dele em algumas ações sempre deixou dúvidas”, diz o jornalista, ativista e coordenador da Comissão da Verdade paulista, Ivan Seixas , companheiro de Zorro em várias ações, como assaltos a banco (a esquerda chama de expropriação) pelo MRT.
Preso aos 16 anos junto com o pai, Joaquim Alencar Seixas – operário comunista morto na tortura –, Ivan não era só parceiro de Faria Lima no MRT. Eles foram amigos. Ele acredita, no entanto, que o difícil é concluir se Zorro foi infiltrado pelos órgãos de repressão ou mudou de lado ao cair nas mãos da polícia.