segunda-feira, 18 de março de 2013

CEDOC MAIS FÁCIL PARA ORGANIZAR ARQUIVOS


CEDOC mais fácil para organizar arquivos

*Juan Cacio Peixoto


Nenhuma empresa poderá sobreviver se não possuir um intercâmbio de informações, qualquer que seja a área em que atue, porque viverá em um mundo que se encontra em uma fase de evolução, transição e transformação que afeta o indivíduo, a empresa e a própria sociedade.

Todo Sistema de Informação e Documentação / SID deve ser idealizado com a finalidade de atender ‘as necessidades da empresa, e o primeiro problema é definir essas necessidades.

Dentro da empresa existe, portanto, a necessidade de se definir o processo de fixação de tecnologia, através das áreas de pesquisas, planejamento e de montagem de uma infra-estrutura apropriada, geradora de documentos atuais dentro da área em que opera.

Existe, principalmente, a necessidade da centralização da informação e documentação, a fim de que os colaboradores que manipulam essa informação, dirijam-na, sob um critério padrão e responsável, a um mesmo objetivo que compreenderá a racionalização do trabalho do profissional da informação, a fim de que a informação chegue rápida, concisa e eficiente ‘aqueles que dela necessitam, e a centralização da informação e documentação fazendo com que a recuperação seja mais rápida e eficiente.

Existe também a necessidade de uniformização de linguagem, classificação, manipulação e codificação das informações, o que resolveria o problema de recuperação das mesmas.


Vislumbrando um cenário promissor para o profissional da informação, o Centro de Documentação / CEDOC, facilitará um intercâmbio entre todas as áreas da empresa, racionalizando sua produção documental, economizando espaço físico e adotando política de entrada e saída de documentos.

Deve-se considerar todos os tipos de documentos e todas as etapas de seu ciclo, não basta definir onde serão guardados os documentos, mas deve, também, preocupar-se com a forma de registro e acompanhamento de seu trâmite.

Implantar um Centro de Documentação / CEDOC, principalmente quando integrado a um sistema de racionalização de procedimentos, confere mais eficiência ‘as ações da empresa, passando a dispor de informações necessárias ‘a administração, reduzindo o desperdício de recursos humanos, materiais e financeiros, podendo ser ampliada a capacidade de ação empresarial.


*Bibliotecário da Acervo Organização e Guarda de Documentos, para saber mais, acesse www.acervo.com.br

ESPIÃO URUGUAIO PODE DESVENDAR MISTÉRIO DE AGENTE DUPLO DA DITADURA


Homem de confiança de Carlos Lamarca, Gilberto Faria Lima atuou na guerrilha urbana e teria colaborado com a ditadura; ele está desaparecido desde então, mas pode estar vivo

Documentos encontrados no Arquivo Nacional, em Brasília, levantam a suspeita de que Gilberto Faria Lima, dado como desaparecido há 40 anos, um dos militantes da esquerda armada com mais ações no currículo, pode ter sido um agente duplo e estar vivo. Um relatório dos órgãos de informação militares liga Faria Lima ao uruguaio Alberto Octavio Conrado Avegno, apontado pelas comissões que investigam os anos de chumbo como maior espião infiltrado junto aos grupos de brasileiros exilados no Chile, Argentina e Uruguai.

Filho do diplomata brasileiro Otávio Conrado, o espião atuou de 1967 a 1980, infiltrou-se nas organizações de esquerda, conseguiu enganar personagens como Leonel Brizola, Miguel Arraes e o Almirante Cândido Aragão e, assim, entregou ao Centro de Informações da Marinha (Cenimar) e ao Itamaraty informações que resultaram em dezenas de prisões e mortes no Brasil e no exterior.


Gilberto Faria Lima, o Zorro, estava entre os procurados por agentes do regime militar

Numa operação que chamou de “Missão no Brasil”, relatada em 21 páginas, Conrado diz que o brasileiro foi o elo com os grupos de esquerda. “Fizemos o primeiro contato em São Paulo através do endereço fornecido por Gilberto Faria Lima”, conta Conrado, que usa o codinome de Johnson, embora na maioria dos informes listados num dossiê de 812 páginas se apresente como Altair.
Conrado recebia salário mensal dos órgãos de informação do regime militar para espionar. Antes de viajar para o Brasil, entre setembro e agosto de 1972, diz que esteve pessoalmente com Faria Lima, no Chile. Ele revela que, “seguindo as instruções de Carlos” (codinome de Faria Lima), encontrou-se com vários militantes do PCB em São Paulo e no Rio, usando como álibi cartas escritas por Faria Lima cujos originais estão anexados no dossiê.
Na guerrilha, Faria Lima usou pelo menos oito codinomes, mas era mais conhecido entre os companheiros por Zorro ou Giba. Com 16 ações armadas de alta envergadura no prontuário preenchido pelo Dops paulista – entre elas os assassinatos do ex-presidente do Grupo Ultra Henning Albert Boilesen e do tenente da PM Alberto Mendes Júnior –, Zorro chegou a ser condenado à pena de morte, lei que vigorou no Brasil durante o AI-5, entre 1969 e 1978. A pena capital, aplicável com fuzilamento, foi convertida em prisão perpétua e, mais tarde, numa condenação de cinco anos de reclusão, anulada pela Lei da Anistia.
O longo histórico de ações armadas listadas pelo Dops no currículo do ex-guerrilheiro teria sido o primeiro capítulo da faceta desconhecida de Zorro. Ele era linha de frente da guerrilha urbana e foi um dos homens de confiança de um dos principais líderes da resistência armada, o capitão Carlos Lamarca.



Um informe dos órgãos de espionagem aponta que, ao lado de outros militantes, teria participado de um encontro com Fidel Castro no Chile, no qual se discutiram ações subversivas no Brasil, como um plano de sabotagem para parar a Rodovia Presidente Dutra por onde, à época, escoava boa parte da economia do País.
Zorro foi militante de três organizações envolvidas na luta armada, a Resistência Democrática (Rede), a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) e Movimento Revolucionário Tiradentes (MRT), mas atuou também em ações conjuntas com a Ação Libertadora Nacional (ALN). Eram os grupos mais radicais e, por isso, caçados incessantemente pela repressão.
A esquerda sempre trabalhou com a hipótese de que Zorro pudesse ter sido cooptado pelos órgãos de repressão, mas guardou suas suspeitas até que as evidências se tornassem mais claras. “O comportamento dele em algumas ações sempre deixou dúvidas”, diz o jornalista, ativista e coordenador da Comissão da Verdade paulista, Ivan Seixas , companheiro de Zorro em várias ações, como assaltos a banco (a esquerda chama de expropriação) pelo MRT.
Preso aos 16 anos junto com o pai, Joaquim Alencar Seixas – operário comunista morto na tortura –, Ivan não era só parceiro de Faria Lima no MRT. Eles foram amigos. Ele acredita, no entanto, que o difícil é concluir se Zorro foi infiltrado pelos órgãos de repressão ou mudou de lado ao cair nas mãos da polícia. 

EX-ESTUDANTE DEVOLVE LIVRO À BIBLIOTECA DEPOIS DE 51 ANOS. MULTA CHEGA A R$ 5.300


Escritor de livros de arte devolveu o material depois que governo perdoou a dívida

Quando estudante, o escocês David Black, pegou um livro emprestado na Biblioteca de Edimburgo, capital do país, em 1962. Mais de 50 anos depois, o livro voltou às estantes da biblioteca.

A multa pelo atraso na devolução do livro chegou a R$ 5.423,88 (£ 2.762,55), mas Black foi informado de que a prefeitura da cidade estava dando anistia a quem estivesse com altas cobranças nas bibliotecas.


— Quando li sobre a anistia das multas, decidi devolver o livro, de uma vez por todas, só para ver a cara do bibliotecário. É boa a sensação de devolvê-lo depois de todos esses anos.

O estudioso de arte e escritor, que alugou o título sobre artista espanhol Goya, conta que se lembrou várias vezes de devolver o material da biblioteca no decorrer dos anos, mas sempre se esquecia.

— Até assisti a uma peça, há dois anos, na qual o bibliotecário procura quem devolveu um título atrasado há 113 anos.

Mas apesar de tantos anos para ser devolvido à biblioteca escocesa, David Black não foi o recordista do atraso. Em 2011, um livro foi devolvido à Biblioteca de Edimburgo 123 anos após ser retirado.

AGENTES LEVAM LEITURA AOS LARES UTILIZANDO A BICICLETA


A cultura e a sustentabilidade andam juntas em Canoas, onde desde março de 2012 um grupo formado por 18 pessoas têm disseminado a leitura em 25 famílias que não têm acesso a bens e serviços culturais, usando como meio de transporte a bicicleta. A troca de experiências da Ação do Plano do Livro, Leitura e Literatura do Município servirá de base para um programa, a ser lançado pelo Ministério da Cultura (MinC) e Secretaria de Estado da Cultura, que disponibilizará 220 agentes de cultura em dez territórios da Paz e foi o mote da oficina Pedalando com Agentes de Leitura de Canoas, realizada na manhã desta sexta (22), na programação do Fórum da Bicicleta.  Na Casa de Cultura Mario Quintana, estavam presentes o secretário-adjunto da Cultura, Jéferson Assumção, a gestora de Livro, Leitura e Literatura de Canoas, Andrea Falkenberg e a gerente da equipe de agentes, Alba Valéria Brito do Rego, entre outros.
A iniciativa consiste no empréstimo de livros e realização de rodas de leituras em casas, escolas e bibliotecas, além de praças e eventos, especialmente nos locais de difícil acesso, abrangendo todas as faixas etárias e outras modalidades artísticas, como música, dança e malabares. “Está sendo aberto edital para contratação de novos agentes no projeto, que abriga 44 profissionais, e visa atingir mil famílias quando o quadro estiver completo”, diz  Alba. Ela afirma que, ao chegarem nos bairros, as crianças correm, gritando que “os tios do livro chegaram” e que elas respondem perguntas acerca do conteúdo, o que comprova que  realmente leram. “É bacana ver a criança ter este gosto, que estamos incutindo”, diz.
Diversos tipos de publicação são usados, de nomes como Carlos Urbim, Moacyr Scliar e George Orwell, e o público, inicialmente de baixa renda, foi se expandindo. Os visitantes não se prendem a tempo, atuando conforme a disponibilidade da família atendida, e servindo muitas vezes de elemento de integração entre seus membros, nos raros momentos em que estão juntos. “Tem uma família de carroceiros, que vive da reciclagem, que recebeu a gente muito bem, no meio do lixo e achou a atividade legal”, relata o agente Odair Fonseca de Souza. Ele considera como dificuldade maior da tarefa, o fato de não saberem o que vão esperar, como uma vez em que um bêbado o atendeu e no final acabou chorando.
O cinegrafista e ator Arthur Fernandes Côrtes é outro integrante da equipe, que utiliza artefatos cênicos para ilustrar suas contações, com abertura e encerramento repleto de brincadeiras e malabares. Com seu visual descontraído e adepto da ideia de que devemos largar a TV de lado e sair da frente do computador, fala de um senhor desconfiado, que estava com muito medo da abordagem. “Reclamou da falta de segurança e disse que este governo era muito estranho ao enviar um cabeludo me mandando ler”, ri. Os laços entre os agentes foi ficando tão forte que resultou em um grupo teatral, o Gatos Pingados, que em abril estreia O Cabra que Amava Roberto Carlos.
Em sua fala, Jéferson Assumção afirmou que para termos um país de leitores, além do acesso ao livro, precisamos ter famílias de leitores, com leitura dentro das casas. Especialmente nas que não tenham este hábito. “O legal é mostrar a relação da questão do transporte: a bicicleta não é só lazer, aqui ela serve para os agentes levarem os livros até estas casas. Hoje, na discussão sobre a mobilidade nos centros urbanos, a bicicleta é uma opção de transporte cotidiano, uma forma das pessoas se relacionarem com a cidade de forma sustentável”, conclui o ex-secretário de cultura de Canoas.